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sábado, 17 de agosto de 2013

O verdadeiro Pericón

O verdadeiro Pericón ( dança que é basicamente um passo a frente e dois pra trás)

A reportagem, ai achei ser muito tendenciosa mesmo, colocou que o secretário classifica o modelo atual em JF de "curativo". Não! errado não é classificação do  secretário, mas sim das políticas de saúde vigente, e analise da demanda do município que tem se pautado na cura e não na prevenção. Outro erro é colocar que é concepção do secretário que a solução seja a reestruturação da atenção primária. Isto não é achismo dele, é   a proposta que deve ser realizada,a tendida das políticas de saúde vigente no PAÍS. Populares querendo ou não, prefeito querendo ou não, assim como secretário é o que deve ser feito. è a inversão da pirâmide, de atenção à saúde, a qual hoje a base são hospitais > especialidade > prevenção. Quando na verdade deve ser ao contrário. Devemos priorizar a atenção primária, a prevenção a promoção da saúde e não a cura de doenças.

Isso mostra que ele está atualizado, lutando pelo correto, o que é certo. Porém paradoxalmente observamos uma estagnação na pasta: postos sem médicos, enfermagem, funcionários, medicação, tempo de espera exacerbado, etc...

Por outro lado,  analisando todas as falas do secretário não só nessa reportagem, como em reuniões,  seminários,  apresentações, e outras reportagens,  sentimos que ele faz uma crítica  a tudo que foi feito até a atual administração. como se todos os outros tivessem errado. O que fica preocupante quando lembramos que ele foi vereador por 4 anos, foi presidente do PSDB durante  a ultima gestão municipal deles, foi presidente da comissão de saúde. E não pode palpitar, ajudar, em nada? Sei que ele vem com esse discurso de mudança, inversão da assistência há anos, pelo menos 10 anos. Mas nem todos sabem. Mas as coisas não podem ficar no discurso. tem de avançar.  ele como médico, gestor,m presidente de partido, vereador não podia opinar, propor,  direcionar? 

As coisas não acontecem da noite pro dia, e´certo, mas se já estivessem encaminhadas lá trás... mas pelo discurso dele aprece que só agora ele está fazendo...

Outra curiosidade
 colocar como retorno médico para fins periciais como  fator causal de  espera prolongada, aumento da espera por consulta especializada? Ora se as pessoas estão indo a pericia em INSS é porque  estão doentes, se estão doentes é porque não houve prevenção de agravos. Mas  essa insistência do secretário a falar isso me soa como uma forma educada de chamar as pessoas de dissimuladas, que estão mentindo só querem ficar no bem bom do INSS, e com isso na necessidade de laudos sufocam o sistema de saúde. Pode até não ser a intenção dele, ams que está parecendo, isto está.


sábado, 23 de fevereiro de 2013

DENGUE: Afinal quem paga as contas em JUIZ DE FORA?




O povo! A verdade é essa. Não importa quem não preveniu, ou quem deixou de planejar, quem negligenciou ou quem adoeceu, muito menos quem morreu ou morrerá por dengue. Quem paga o pato, o enterro, as flores e demais contas somos nós!

Não é privilégio de Juiz de Fora apresentar mais registros de casos de dengue nesses dois primeiros meses de 2013 do que todo o ano passado (2012). Várias cidades do país vivem essa triste realidade. E  quem padece é o povo, que ainda é  apontado como único culpado.

Não é apenas nas residências que encontramos foco,  ao passarmos pelas margens do Rio Paraibuna podemos ver  vários copos, garrafinhas ali jogados como possíveis criadouros do mosquito. Será que estão culpando as capivaras que ali residem também? Ao longo da linha férrea idem, além de lixo, mato, podemos ver restos de construções, latas de tintas,  pneus, etc. A culpa são dos trens que não varrem sua “casa”?

Fácil culpar quem não  pode se defender, até por ter culpa também.

Em Juiz de Fora algumas coisas me  inquietam muito sobre o tema, e não diz respeito em especial ao aumento dos registros e caso da doença, mas  em relação ao enfrentamento da mesma. Dizer que ainda não é preciso alarde porque ainda não temos uma epidemia é debochar da gente. Um caso apenas de dengue já é caso de alarde, é falta de educação, de higiene, de prevenção, é assinar que algo está errado no enfrentamento do problema.

Não podemos também cair num  faz de conta e das eternas justificativas de início de gestão, primeiro ano de uma gestão, ano eleitoral, etc.  Aqui em Juiz de Fora temos NOVE vereadores reeleitos; SEIS ex- vereadores, um ex-secretário e um subsecretário no primeiro e segundo escalão da atual gestão,d entre outros funcionários remanejados também para compor a equipe do atual prefeito que era DEPUTADO ESTADUAL pela cidade.

Onde estavam essas pessoas tão preocupadas com o futuro e bem estar da cidade, que não perceberam o descaso com a prevenção da Dengue, o descaso com a saúde, que era vista a olhos nus e denunciada pelo próprio secretário de saúde atualmente, enquanto era vereador?

comparação tosca
Com todo respeito e admiração que tenho pelo secretário de saúde fico estarrecida ao ler o mesmo postar na rede social que demitiu agentes de endemias por não compareceram a uma convocação e não desempenharem a função corretamente, e comparar essa situação ao neurocirurgião que não estava no plantão quando uma menina foi baleada, e devido a demora na cirurgia ela veio a óbito.

Se eu fosse Justus, o diria: “ Você está demitido”. Não pela comparação tosca, mas por ele também ter se omitido do problema enquanto vereador e  presidente da comissão de saúde. 

Projeto de lei e alertar não bastam. Por que ele não gritou aos quatro ventos o descaso com a doença como falou nas redes sociais sobre a não compra de medicação?  Se ele detectou agora que um agente não desenvolveu a atividade de forma plena, por que ele não foi fiscalizar enquanto vereador e presidente da comissão de saúde na câmara,e ra função dele e  prioridade da cidade, não?

Estranho isso, somente enquanto secretário tomou essa iniciativa? Não sei o que é pior: detectar a falha só agora, ou fazer valer seu “poder” agora. 

A campanha contra a dengue na cidade já equivocada e correndo contra o tempo, demitindo agentes  treinados só piora a situação.. 

Equivocada porque não é no período chuvoso que se inicia a campanha contra a doença. Aliás, não há período certo, se queremos acabar com a doença, é combate o ano todo. Ok, o secretário só "entrou" agora na função, mas era vereador, com acesso fácil à secretaria de saúde, e ainda temos que pensar na equipe de transição que poderia colaborar, e muito?

Demitir agentes já treinados em plena campanha, contratar outros e ainda ter de treiná-los é perder tempo. É perder para um mosquito. Se perder para um colega de bancada é ruim, imagine para um inseto?

A atitude de demitir pelos motivos justificados pareceu muito mais uma possibilidade de criar cabides de emprego do que preocupação com a população. Talvez uma advertência, uma punição (não sei se pode, por exemplo, cortar o ponto do dia, perder cesta básica se ganham) seria muito mais coerente e eficaz  que demitir,  contratar e treinar  outros. Mesmo os que foram readmitidos já  voltam desanimados e temerosos.

Agora de quem é a culpa? Somente da população que não cuida de possíveis criadouros da doença?

Parafraseando Renato Russo “mudaram as estações e nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu está tudo assim tão diferente”. E o diferente é um ufanismo descabido e ações paradoxais.

Juiz de Fora tem de ficar esperta, pois vivemos num estágio de tragédias anunciadas.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Dependência química em Juiz de Fora



O Tema dependência química tem sido freqüente na vida dos juiz-foranos, é um tema que inquieta  muita gente, e tem despertado interesse não só da mídia, mas de políticos.

Vislumbrar ou lutar por soluções não tem sido resposta de preocupações com o tema em si, mas certeza de voto. E o que temos observado são ações paradoxais e sem o mínimo de  respaldo técnico para tal.

Quando falo respaldo técnico não me refiro apenas a questões sobre efeitos da droga no organismo,  sofrimento de familiares e aumento da violência. Refiro-me às alternativas de tratamento,  estruturas para tal (físicas e técnicas), especificidade da cidade para enfrentamento da problemática.

A moda agora é falarmos em COMPID (Conselho Municipal de Políticas Integradas sobre Drogas, internação compulsória e fechamento de hospitais especializados (psiquiátricos).

O COMPID  não resolvera muitas coisas, não é deliberativo e não tem representatividade ideal para realmente ser eficaz  e incisivo ao problema. Corre grande risco de  ser mais um conselho “manipulativo”, que só participam ‘pau mandados”.

Sobre o fechamento dos hospitais, já rascunhei alguma coisa por aqui essa semana, sobre análise da saúde em Juiz de  Fora e irei escrever amiúde  em outro texto. No entanto,  para falar de internação compulsória, precisamos falar do fechamento dos hospitais.

Qual estrutura do sistema de saúde a cidade tem para receber pessoas acometidas para dependência química? NENHUMA! Os hospitais psiquiátricos tem feito um atendimento paliativo, pois recebendo uma diária de R$ 43,00 para custear o tratamento de cada paciente, é impossível  apresentar  resultados positivos  definitivos. Mal paga medicação, quiçá alimentação e  terapia ocupacional, comportamental, etc.

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), não abarcam toda a demanda, e em alguns casos não são indicados para o tratamento da dependência química. Os hospitais gerais da cidade não possuem estrutura, condições para receberem essa demanda. Recentemente uma pessoa tentou suicídio num hospital geral privado da cidade, uma pessoa, que diziam que estava com depressão, imagine alguém com um grau exacerbado de  abstinência, na fissura? Em um hospital  conveniado ao SUS, uma pessoa deu entrada com tentativa de auto extermínio e saiu apenas com avaliação do neuro, ortopedista e com uma receita de dipirona. Sequer chamaram o psiquiatra.

A emergência psiquiátrica é ridícula, e  dispensa os comentários sórdidos.

O que resta então são as comunidades terapêuticas. Infelizmente não, elas também não escapam. Ter um local decente para a pessoa se tratar não significa  eficácia no tratamento. Nessas clínicas não há equipe terapêutica completa, e o projeto terapêutico é fixo, sendo que o indicado é um projeto individualizado, exclusivo, baseado na proposta de clínica ampliada.

Falar em  internação compulsório temos que falar, obrigatoriamente,  em  serviços de saúde disponíveis, para só depois pensarmos em baixar um decreto. Também não basta  permitir internação compulsória, temos que ter um feedback da resolutividade dessas internações e, ainda, programas de prevenção à dependência química, programa de redução de danos na atenção primária. Algo que estamos longe de ter.

E o que estamos observando em Juiz de Fora com as discussões vigentes na Câmara Municipal de Juiz de Fora e demais setores afins, é um paradoxo, estão passando o carro à frente dos bois, e quem vai pagar o pato será somente a cidade, pois algumas aprovações podem entregar de vez a saúde da cidade, principalmente o departamento de saúde mental, nas mãos de quem controla a cidade para próprio beneficio.

Não adianta ficarmos com o controle remoto da TV nas numa mão e papel e caneta na outra para anotarmos os modismos, e depois sair falando asneira, ou em práticas populistas de politicagem barata, pois quem sofre não são os politiqueiros, mas as pessoas acometidas por transtorno mental e  suas famílias.


__________________________

p.s: Não estou aqui afirmando que não tenha de ter discussão sobre internação compulsória, e tão pouco dizendo que os hospitais não devam fechar, estou apenas mostrando que a forma como está sendo feito está sucateando ainda mais o setor.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Na saúde mental: ouça!





Hoje estava no hospital acompanhando minha mãe, quando alguns acadêmicos de enfermagem  chegaram ao quarto convidando pacientes e acompanhantes para assistir a uma palestra....

Identificaram-se, falaram que era uma palestra de saúde mental... Fiquei tentada, e  mesmo contrariando minha mãe eu fui. O receio de minha mãe não era ficar sozinha alguns poucos  minutos (quase uma hora), mas do que eu poderia falar no ambiente. Prometi ficar calada. Não fiquei, mas não falei nada demais, apenas meu nome, quem acompanhava, e quase no final o que eu fazia.

Sempre gosto de ver essas apresentações de acadêmicos, embora sejam bem parecidas, com mensagens (vídeos, frases, cartazes) motivadoras, dinâmicas já conhecidas, e a tensão de apresentação na frente do professor. Mas são sempre apresentações que me remete a alguma reflexão, sempre auto reflexão.

E dessa vez minha auto reflexão foram com relação aos meus valores. Ao que penso de saúde mental. Reafirmei que enfermagem não é criar um mundo cor de rosa para cuidar, mas cuidar na gratuidade.  Embora muitos discursos rondem essa esfera, poucas ações são feitas no sentido, e na palestra ficou claro, principalmente  quando se perguntava: o que você faz para enfrentar seus medos e anseios?

O enfrentamento do medo não passa apenas pela mudança de foco, ao contrário, a mudança de foco só deve acontecer quando se enfrenta propriamente dito o medo. E criar alternativas de enfrentamento, mudança de foco do medo para outra coisa, nada mais é do que criar um mundo cor de rosa para o cuidar.

Temos a mania de criar fugas diante do desconhecido, do medo, , e muitas vezes a fuga é o ataque, e as vezes sem conhecimento. Por isso é importante conhecermos a raiz do medo, dos problemas e atuar nela.

Nesta palestra o professor que estava como  preceptor de estudantes que faziam tal dinâmica teve essa postura: propor pontos de fuga, não só no discurso como na postura, realçando as fugas ditas pelos presentes, e sequer trabalhando  o enfrentamento de frente, as causas, ou pelo menos propondo isto. O que ficou claro, quando ele sentou-se ao meu lado ao final para assistir a um vídeo e disse apenas: “quem diria você aqui”.

Um sorriso foi o suficiente para responder. Após dizer isso, ele se levantou e sentou-se do outro lado, ele me conhecia e sabia muito bem quem eu era. Pensei será que ele sentiu-se afrontado com minha presença ali? E ter respondido a uma dinâmica estar satisfeita por estar ali como acompanhante, enfermeira da área de saúde mental e escritora da área.

Quem trabalha nessa área deve estar aberto a tudo, nada é irrelevante, tudo é importante.  Os acadêmicos deixaram de se preocupar com a presença do professor, e passaram a se preocupar com a presença de uma escritora, que aprendia ali com eles. Sim! Aprendia com eles, cada experiência trocada é u novo aprendizado.

Os discursos prontos (à La Padre Fábio de Melo) não convencem a alguns, mas servem para orientar, guiar ações, e talvez meu silêncio ali poderia direcionar algo: será que profissionais de saúde estão mais preparados, habilitados para enfrentar os anseios dos leigos do que de profissionais?  Será que não intriga como é o grau de enfrentamento de um profissional que está na condição de acompanhante e paciente? Tem medos, como os enfrenta?

Mas sempre há salvação no mundo... Depois de algumas horas ao ir à cantina, já no horário de visitas deixando minha mãe bem acompanhada de familiares, e sentada tomando um suco, uma das acadêmicas me abordou educadamente intrigada como eu enfrentava a situação que eu passava: “enfermeira enquanto acompanhante de mãe.”

Como eu enfrentava a ansiedade, o medo, pois eu tinha noção de tudo o que acontecia, se estavam fazendo algo errado ou não, técnicas, etc.  Eu respondi dizendo: com dois Rivotril de 2 mg diariamente. Ela com carinha de admiração perguntou se eu já havia tentado algo mais  suave... Eu disse que sim, Rivotril de 0,25mg sublingual...

A pergunta que se seguiu tinha um tom de indignação: “Você não se apega a Deus, ou conversa com alguém?”

- À Deus eu já sou apegada sempre, não preciso recorrer para pedir socorro quando preciso, ele sabe, pois conversamos sempre, e através de cada pessoa que troco palavras, como com você agora. O amor de Deus é humano!

Devemos ter o cuidado de não quantificarmos e tão pouco qualificarmos de forma genérica as reações humanas de enfrentamento, Algumas podem ser até  semelhantes, idênticas, mas as exceções existem também, e não podem ser excluídas ou esquecidas.







O maior Deus não é o que está no céu, mas aquele que está dentro de você. A maior crença, não é aquela que puxa multidões, mas aquela que está dentro de você,. A maior fé não é aquela que move montanhas, mas aquela que te faz acreditar que você pode movê-las. Assim não se busca Deus lá fora, mas dentro de si, milagres não acontecem sem a sua própria ajuda! 

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

E a saúde como vai?


Não pergunto se você está doente ou não, mas se está bem  fisicamente, psiquicamente e socialmente. Vai bem no emprego, no seu bairro, na sua cidade, anda dormindo bem, sem ansiedade, se alimentando adequadamente, e as relações familiares, tem adoecido?

Pois é isso tudo é saúde. Não estar bem com dor nas costas, febre, dores diversas não é saúde, é doença.
Por isso agora em época eleitoral devemos tomar cuidado com as promessas de candidatos, principalmente envolvendo saúde, uma vez que por ser a maior reclamação da população, torna-se carro chefe, o tema que mais enfatizam nas campanhas eleitorais.

Para se ter uma sociedade saudável, não basta prometer mais médicos e hospitais.  Precisamos de saúde e não curar doenças, aliás, quem quer adoecer?

Um bom plano de saúde  é um bom plano de governo como um todo. Uma vez que  a Organização Mundial de Saúde conceitua, define saúde como o bem estar bio-psico-social. Ou seja, se temos muito desemprego, muita violência, não temos saúde. Estaremos doentes, e nesses casos não é hospital que  cura essa doença, e sim projetos e iniciativas sociais eficazes para toda a cidade  e não apenas para um pessoa.

Assim, vale dizer que  um bom programa de governo é aquele que prioriza toda a sociedade e não apenas  a tentativa de diminuir doenças da população. No entanto, uma questão surge: como acabar com as filas de espera, falta de vagas nos hospitais, demora para cirurgias, falta de medicação, etc.

A primeira iniciativa é ter uma atenção básica uniforme em cada município. Isto significa dizer que  Unidades de Atenção Primária (UAPs), conhecidas como postos de saúde ou unidades básicas de saúde, com a Estratégia Saúde da Família implantada, e ainda o Núcleo de Saúde da família, que conta com apoio de médicos especialistas, fisioterapia, psicologia, dentre outros profissionais.

Em termos de Juiz de Fora isso  representa além de assegurar não só  acessibilidade aos serviços de saúde, como também  uma descentralização dos serviços (aqui  tratando descentralização não como princípio do SUS, mas como um mecanismo de mobilização urbana). Ou seja, uma pessoa que precisará  de uma consulta com o cardiologista, não precisará ir ao Pam Marechal, para esta consulta. Ou seja, uma iniciativa que ajuda não só na saúde da população, mas  na questão do trânsito, transporte urbano, etc.

Com uma atenção primária eficaz, diminuiremos a demanda dos demais níveis de atenção à saúde: secundária (ambulatórios especializados como o Pam Marechal)  e terciário (os hospitais). Dessa forma, se  a demanda , encaminhamentos a esses serviços diminuírem, uma vez que os problemas conseguem ser resolvidos na atenção primária, as filas de espera tendem a diminuir, já que a população e adoecerá menos. Pois a função da atenção primária é prevenção e  evitar agravos de saúde.

Caso o gestor queira diminuir em um tempo mais hábil as filas, ele poderá lançar mão de alguns programas (por exemplo mutirões), convênios (com laboratórios, a partir de licitação para diminuir espera de exames).

Com a população adoecendo menos, haverá menos gastos logo poderá se investir mais em pessoal, em treinamentos. O benefício será de todos.

Diante deste exposto, cabe aqui dizer que, o Estado tem sim dever de prover a saúde conforme  assegura a constituição, mas nós  podemos ajudar, não só cuidando e prevenindo doenças, mas votando em pessoas com compromisso.


Propositalmente eu apenas citei a questão da falta de medicação. Pois estarei abordando esse tema numa próxima postagem, até lá!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Uma desanalise do SUS.


Rola na Internet, um texto (desconheço a autoria, tomei conhecimento através de um amigo) que faz uma análise do desempenho do SUS, em Juiz de Fora. O mesmo texto apresenta um argumento muito superficial, pueril demais, o qual questiona o indice do IDSUS de Jf menor que do estado, mesmo esta cidade estar no grupo de municípios mais ricos e com estrutura mais complexa. Enfatiza que o desempenho não condiz com a realidade e possibilidade. 

Essa análise demonstra que o autor desconhece totalmente o que abarca a saúde de uma cidade. Não é só dinheiro, complexidade que servem de parâmetros pra mensurar ou analisar a situação da área de saúde quer seja ela de cidade, estado, país ou individual.

Nesse patamar, vale destacar que tanto o IDSUS, quanto a análise são parâmetros falhos, consideram somente um estado de coisas num contexto imediato, presente. Para melhor entender é como se considerarmos a vida de uma pessoa apenas no agora. esquecendo que ela tem um contexto de vida , e terá um futuro.

Tentar culpar uma só pessoa pelas mazelas e problemas sendo que a amplitude do problema é bem maior, é desconsiderar o conceito de saúde que hoje é preconizado em todo o mundo. e pela OMS: Saúde é o bem estar bio-psico-social. E não como muitos consideram apenas a ausência de doença.

Volto a dizer que enquanto pensarmos saúde como ausência de doença e não o bem estar bio-psico-social, ficaremos na mesmice esperando que o SUS funcione, analisando de forma pueril, e buscando soluções paliativas dos problemas enfrentados pela população.

dito isto acredito que o texto tenha sido escrito por um leigo, que acredita  que é Dever do Estado assegurar o direito à saúde dos cidadãos de forma  unidirecional, ou seja, só o Estado tem esse dever, e saúde  está intrinsecamente ligada à doença. e não a vários outros fatores, que influenciam no afogamento dos serviços públicos de saúde.

sábado, 31 de março de 2012

MEDICAÇÃO EM CASA

"Medicamentos

Também ontem, os vereadores aprovaram o projeto de Flávio Cheker (PT) estabelecendo que idosos e pessoas com dificuldade de locomoção, que fazem uso contínuo de medicamentos, passarão a recebê-los gratuitamente em casa. O benefício só alcança os cadastrados pela Secretaria de Saúde. "O aumento da população idosa deve ser motivo de preocupação para todos os que se responsabilizam por elaborar e executar políticas públicas", justificou. Além dos remédios, os idosos receberão os materiais necessários à sua aplicação. Os agentes comunitários é que farão a entrega, sem ônus para o município."





Flávio Cheker, embora NUNCA tenha respondido a esse fórum, apenas postado vídeos por ocasião do incêndio na Floriano Peixoto. eu tenho umas dúvidas para tirar já que não encontrei a lei na íntegra, a proveito a oportunidade para solicitar o link dela se possível.

> eu enquanto enfermeira, profissional da saúde, tendo no currículo a disciplina de farmacologia e a prática que nos fazem muitas vezes ler o processo de preparo da medicação e armazenamento, até mesmo forma de transporte, me preocupo demais com essa lei, tal como me preocupei com a lei aprovada em são paulo que permite os CORREIOS entregarem a medicação em casa. A partir dessa introdução pergunto?

> Nem todos os bairros são contemplados por PSF como ficarão os demais bairros? acho que ai há benefício de uns em detrimento de outros. O certo seria lutar por PSF para todos. Sem contar que muitos que possuem PSF estão com seu quadro de agentes incompletos. AI parte do bairro recebe e outra não. Não podemos nos esquecer da cultura juizforana em termos de saúde principalmente em certas localizações.

> dito isto, vamos enfatizar a unidade que possui o ACS, quando este sai para visita, não sai para apenas uma vistia. e ficar carregando medicação não é recomendado, uma vez que algumas não podem sobrer muito impacto, calor, etc. 

> Outra questão quem treinará este ACS pois não basta entregar a medicação não, é preciso expliicar qual é qual como tomar, verificar que o paciente entendeu, caso não arrumar uma forma dele identificar medicação e horários, e infelizmente issO NÃO É COMPEtÊNCIA E ACS é , exercício ilegal da profissão .

> vamos ao caso da insulina, que precisa ser transportada sob resfriamento, um agente é parado no meio da rua por um morador para algum pedido, etc. a insulina precisa, manter-se em um determinado grau de resfriamento....ele levará, será que saberá indicar as unidades, sempre é bom saber se o paciente está sabendo aplicar corretamente, fazer rodízio de local de aplicação, etc....

a intenção da lei é excelente mas tem lacunas e GRAVES...... 

>>> QUERO VOLTAR PRO MEU PLANETA










artigo da lei que comprova que é uma atividade ilegal


rt. 3o O Agente Comunitário de Saúde tem como atribuição o exercício de atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde, mediante ações domiciliares ou comunitárias, individuais ou coletivas, desenvolvidas em conformidade com as diretrizes do SUS e sob supervisão do gestor municipal, distrital, estadual ou federal.

Parágrafo único. São consideradas atividades do Agente Comunitário de Saúde, na sua área de atuação:

I - a utilização de instrumentos para diagnóstico demográfico e sócio-cultural da comunidade;

II - a promoção de ações de educação para a saúde individual e coletiva;

III - o registro, para fins exclusivos de controle e planejamento das ações de saúde, de nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos à saúde;

IV - o estímulo à participação da comunidade nas políticas públicas voltadas para a área da saúde;

V - a realização de visitas domiciliares periódicas para monitoramento de situações de risco à família; e

VI - a participação em ações que fortaleçam os elos entre o setor saúde e outras políticas que promovam a qualidade de vida.





 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11350.htm
http://www.cordeiropolis.sp.gov.br/saude/index_arquivos/Page1565.htm
http://portal.saude.gov.br/portal/sgtes/visualizar_texto.cfm?idtxt=23176


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Uma Reflexão sobre incineração de resíduos hospitalares.


No início dos debates sobre o tema  na rede da Web, foi dado o enfoque  da nocividade da dioxina, em detrimento a outros aspectos, como o levantado pelo Vereador Flávio Checker em seu perfil no Facebook, o qual respondeu ao convite para debate, colocando que deveríamos  nos atentar por se tratar de  outra jurisdição. 
Outro ponto colocado foi pela própria empresa Trusher, em meu blog  alertando quer a mesma não está realizando em Ewbank incineração, mas autoclavação e trituração dos resíduos. 

Para essas duas questões  eu cito a lei Orgânica de Juiz de Fora, o Artigo 62º, item VI, no qual diz: que o município tem a responsabilidade de manter articulação permanente com os demais municípios de sua região e com o Estado visando à racionalização da utilização dos recursos hídricos e das bacias hidrográficas , respeitadas as diretrizes estabelecidas pela UNIÂO.

Se a empresa não realiza  incineração conforme a mesma colocou em resposta ao meu blog, a discussão se torna irrelevante nesse sentido, mas deve ser feita nos aspectos anteriormente citados com relação a sustentabilidade de recursos hídricos e ainda  energéticos ( dependendo dos equipamentos utilizados pela empresa). Além disso, a discussão deve  passar pelos aspectos jurídicos quanto a idoneidade  jurídica e técnica da empresa, já que existem  processos disponibilizados na Internet, facilmente encontrados através de sites de buscas, e noticiados pela imprensa. Além de debater sobre a localização, pois há  legislação que orienta  onde e como instalar essas empresas.  Vale fazer um parênteses e lembrar que a dioxina não é só produzida por incineração de resíduos industriais e de saúde, mas em simples atividades domésticas como descongelamento de alimentos acondicionados em  recipiente de plástico em microondas ou congelamento de  alimentos ou líquidos em  recipientes de plástico, dente outros.

Visto isso, vale passar para outra questão sobre proibição de incineração de resíduos de saúde. Não há legislação no país,  que impeça tal prática, pelo contrário. A RDC 306/2004 da ANVISA,  permite esse método de tratamento dos resíduos, então combater a incineração não deve ser combatida diretamente com uma empresa ( desta só podemos cobrar localização, idoneidade, e questões referentes a ela). A nossa legislação permite a incineração, que inclusive é o ÚNICO método indicado para tratamento de resíduos de pacientes  com  infecção priônica. Além disso, a nossa Municipal 12.192 de dezembro de 2010, no artigo 23º permite a incineração como tratamento final

Outra questão a se cogitar é sobre o diferencial de sustentabilidade para tais projetos (de empresas de tratamento de resíduo hospitalar e industrial) serem realizados em Minas Gerais (precisamente cidades com cobertura da ACISPES) e não em Outros estados, como o p´roprio Tio de Janeiro? Quais os componentes diferenciais de impacto ambiental social e econômico avaliados para aprovação dos mesmos?  Porque o laudo (negativo) elaborado por professores da UFJF foi ignorado até mesmo pelos órgãos competentes, vindo a tona somente ao final de 2011.

A concentração de várias empresas nesta região suscita outra discussão, que é sobre a demanda: não há demanda para tanta oferta, dai para suprir  essa falta de demanda somente importando lixo de outros estados, isto é no mínimo jocoso, já que esses outros estados possuem também empresas do ramo, e o transporte a longa distância não é recomendado.  Porém atende a interesses da ACISPES que possui serviço de  gerenciamento de resíduos e transporte sanitário.

O tema é complexo e envolve muitos interesses, principalmente  em relação a Juiz de Fora. Digo isso porque levantamos a bandeira contra a instalação de uma empresa de tratamento de resíduos, por causa do risco de contaminação, e nosso próprio resíduo hospitalar ( muitos dos quais podem  ter outro destino como a reciclagem) é exportado para Belo Horizonte e Ubá, para incineração com uma empresa que também, segundo imprensa e moradores da capital, está sendo processada por contaminar o ambiente e  pessoas no bairro de Santa Luzia na capital do Estado.

É meio paradoxal criticarmos a instalação pelo risco de contaminação, e   enviarmos o nosso lixo hospitalar para contaminar outro lugar. E isso tudo permitido por lei municipal 12 192, de 2010 de “autoria” do vereador Chico Evangelista que reproduz na integra a resolução da ANVISA 306 / 2004 permitindo a  incineração,  conforme artigo 23º, e que foi aprovada por todos os vereadores. 

Mediante  a isso,  a lei municipal que dispõe sobre  gerenciamento de resíduos de saúde,  não  atende a discussão aqui  proposta já que indica a incineração como método de tratamento dos resíduos de saúde,  não proíbe exportação, ou indica  onde esse tratamento deve ser feito.

Nesse patamar acredito que antes de falarmos em destino final precisamos também alertar para todas as outras etapas de  gerenciamento dos resíduos que não estão sendo cumpridas nos municípios, e em vários serviços geradores de resíduos sólidos de saúde. É  este debate de todo o gerenciamento e não só destino final que deva ser feito por todas as cidades envolvidas  no tema, já que não é só o destino final  que contamina e gera risco à vida.

Então para finalizar aponto para  algumas propostas que podem e devem sair desse encontro:

Ø  Uma política  eficaz de  prevenção de contaminação ambiental  por resíduos de saúde, que abranja desde a geração do resíduo (incentivo a partir da prática de reciclagem, redução de  gastos de material, treinamento de pessoal) até o destino final; quem sabe  propor lei proibindo, de forma pioneira a incineração municipal, isso significa dizer não só no âmbito municipal, mas enquanto destino final.

Ø  Um estudo  profundo sobre as reais intenções de instalação dessas empresas e suas  respectivas localidades. Ver qual parâmetro de sustentabilidade utilizado para escolhas das empresas e autorização dos órgãos competentes (facilidades legislativas urbanas,  mão de obra barata, etc.)

Ø  Política que  regule a escolha de empresas prestadoras de serviço para o município, pois é inaceitável que continuemos a contratar empresas que tenha  complicações judiciais, principalmente referindo-se a risco de vida, que possam a vir gerar (como é o caso da prestadora de serviços de limpeza e vigilância  que atende aos serviços de saúde público municipal).  E isso incluiria também a proposta  de  serviços escolhidos por consórcios, como é o caso da ACISPES que tem a Trusher como referência no tratamento de resíduos de saúde.


Lilian Gonçalves
@liliangoncalves
Cel: 99820936

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Tratamento Final de Lixo Hospitalar: Refletindo sobre Simão Pereira.



Há aproximadamente cinco dias tive conhecimento de que uma empresa de incineração de lixo hospitalar estava para ser instalada na cidade de Simão Pereira MG, através de contato adquirido a partir das minhas postagens sobre o caso de Ewbank da Câmara.

Acessei o link que me enviaram e entrei em contato com o vereador Gilson Chapinotti ( PT) de Simão Pereira, o qual me convidou para participar de uma audiência pública que trataria da instalação de uma empresa de incineração de lixo hospitalar.

Durante a audiência, pude perceber em algumas falas algo que já vinha percebendo com relação a “corrida”, quase armamentista, para instalação de empresas de esterilização de lixo (industrial e/ou hospitalar) em pequenas cidades mineiras. E também algumas perguntas que assola algumas mentes pensantes.

Uma pergunta freqüente na audiência foi: “por que a escolha de Simão Pereira?”. Outra questão levantada pelo vereador supracitado foi se Simão Pereira precisa de tal investimento.

As duas questões se complementam e não podem, em absoluto, ser discutidas em separado. Assim como não se pode trabalhar o contexto de Simão Pereira em separado dos demais casos (Ewbank, Ubá, Rio de Janeiro e Contagem). Digo isso porque não acredito em coincidências em todas as empresas buscarem a zona da mata mineira!

Pois bem, parte da resposta já foi dada: localização na zona da mata, perto de leito do rio, e cidade pequena, com pouca representatividade da oposição ao executivo (na esfera municipal). Essas são características que as empresas estão procurando, mas por quê?

Simples! A zona da mata está facilitando (sabe-se lá por quê?) autorizações duvidosas. E o perto de rios porque podem argumentar a autoclavação, assim aproveita-se o rio perto, dentre outros fatores favoráveis, mas muito técnicos que não cabe explicá-los ou enumerá-los aqui (até risco de incêndio justificam com isso).

Outra opção por conta de cidade pequena é a questão da compreensão, nada é tão terrível, que não se possa camuflar com meia dúzia de empregos, palavras bonitas e dinheiro! Essa é uma verdade irrefutável. Além de mão de obra barata!

O caso de Simão Pereira embora esteja atrelado aos demais municípios que passam pelo mesmo problema, diverge deles em alguns aspectos, como a empresa que deseja se instalar. A priori, não existe nada na internet que incrimine ou coloque a prova a idoneidade da empresa. O que não quer dizer a instalação seja recomendada ou indicada.

Ai cabe uma discussão técnica acerca do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde (PGRSS). Segundo a ANVISA, segundo RDC 306/2004, cabe ao estabelecimento gerador do resíduo o gerenciamento do mesmo, que consiste em várias etapas desde segregação até destino final, que abrange o tratamento final do lixo hospitalar sem riscos de contaminação do meio ambiente. Ora a cidade possui apenas atenção primária e pronto socorro de responsabilidade do município como maiores geradores de resíduos de saúde. O que não soma grande quantidade de resíduo. Porém mesmo assim eles devem ser tratados de forma a não contaminar o meio ambiente (incluindo o homem), sendo assim as instituições devem escolher o melhor destino final para tender a essa regulamentação. Independente de qual for a escolha e o município não possuir pessoas com habilidade técnica para tal, ou a tecnologia necessária, e sendo o município o responsável pelo gerenciamento, deve-se obrigatoriamente abrir licitação para esse tratamento. Porém a escolha do destino final deve se dar levando em consideração a quantidade de lixo, as condições do município, etc.

E embora a incineração seja utilizada, seja recomendada, para o contexto atual do município ela não é indicada, seria um gasto excessivo, risco iminente de contaminação ambiental, etc. Ou seja, existem várias formas de se tratar o lixo, o que vai determinar é a demanda, o espaço existente.
Nenhuma forma de tratamento é 100%, a autoclavação gasta recursos hídricos e elétricos, a incineração pode liberar dioxina e furanos, todos demandam um espaço físico suficiente e livre de riscos para aterro sanitário, etc. Então o que vai nortear a escolha é SEMPRE a demanda e condições do município.

Vou retornar ao ponto da RDC, a instituição geradora deve arcar com TODO o processo de gerenciamento do resíduo, da segregação (separação) até o destino final de forma a não contaminar o meio ambiente, assim se pensarmos racionalmente e tecnicamente do prisma ambiental o tratamento deve ser feito o quanto antes. Então o coerente é que se faça o tratamento na própria instituição, mas como muitas não possui espaço físico e adequado pra tal, fica a cargo do município oferecer condições para tal ( nem que seja espaço etc.)

Mas de uma forma jocosa e despreocupada pipocam empresas do ramo de tratamento de lixo hospitalar, se instalando em locais estratégicos e fazendo com que o lixo seja transportado, mesmo que em caminhões e container adequado, de forma irresponsável por várias estradas e passando por cidades.

Esse é um outro movimento que tenho ficado atenta, não só com relação a diversificação de empresas de esterilização de lixo, como consultorias ambientais, que vem se aproveitando do desconhecimento, da iminência de urgência dos casos, do apavoramento de alguns para oferecer seus serviços, muitas vezes por um preço absurdo, e o que fazem é bem pouco, haja vista que somente quem está no próprio município tem condições de executar.

Então o que devo concluir é que sem dúvida há uma jogada que rende muitos dividendos com relação ao tratamento de lixo, por um lado empresas de tratamento do mesmo e consultorias e do outro municípios que sem dúvida devem estar tendo alguma vantagem além de empregos e atrativos, sem se preocuparem ( talvez por desconhecimento de causa e gravidade) dos efeitos nocivos das escolhas.

Outra certeza que o point dessas empresas está na zona da mata, o motivo pode ser desde um grande esquema de lixo, até mesmo facilitações dos órgãos competentes de fiscalização.
As cidades devem ficar alerta com relação a isto.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Uma jogada de Mestre


A Tribuna de Minas publicou hoje uma reportagem sobre a implantação de um incinerador na cidade de Ewbank da Câmara. Noticia esta que estava prevista há pelo menos dez dias, e que curiosamente foi publicada somente hoje, no mesmo dia que haverá uma tribuna livre para tratar do tema.

Um tema importante e que ficou por baixo dos panos por muito tempo foi resgatado hoje, após começar um movimento nas redes sociais, o qual não foi citado na reportagem. Daí surgem questionamentos sobre os motivos de ser publicado somente hoje? Ou ainda por que não citaram o movimento das redes sociais?

Na própria reportagem responde algumas perguntas que podem a vir surgir. O próprio chefe do executivo de Ewbank coloca que o tema está sendo tratado como político e não como técnico. Uma vereadora aponta fraude na votação do empreendimento. Ora é ou não uma questão política?

Há um email circulando na internet no qual relata que professores da UFJF fizeram um laudo em 2008 contra a instalação da empresa em Ewbank, esse mesmo email ainda conta que políticos procuraram a UFJF para que o laudo fosse anulado. Isso no ano de 2008.

Nesta época eu fazia pós graduação em filosofia, e conheci um dos professores que participou da equipe que fez o laudo. O mesmo me convidou para fazer uma palestra na pós graduação em meio ambiente. Esta palestra é dada todo ano por uma conceituada professora de enfermagem, mas naquele ano ela não foi chamada, e sim eu. Depois as coisas voltaram a seu curso normal.

Mas qual seria esse político influente? Não é muito difícil lendo a reportagem. Ela apresenta uma pessoa de sobrenome Pestana como responsável pela empresa de esterilização de lixo hospitalar em Minas Gerais. Ora Pestana não é um sobrenome muito comum, é diferente de Silva, marques, Gonçalves, Oliveira, etc.

Outra curiosidade que a notícia traz é sobre o custo da incineração, coloca como se o custo fosse alto, pois gasta-se energia. E a esterilização não? E o preço dos equipamentos? Instalação de autoclave? Gasto de energia e ÁGUA? Definitivamente autoclave comum não respeita o desenvolvimento sustentável definitivamente. Mas tiveram uma sacada sensacional: colocaram como a fiscalização e as exigências de instalação brasileira como falha, fraca. Ora não é hora de começarmos a exigir isso dos nossos senadores e deputados? O mundo inteiro já sabe que incineração é sem dúvida o melhor tratamento do lixo.

Também é possível perceber pela reportagem que omitiram o partido político dos políticos (gestores e legisladores) citados. È no mínimo jocoso, mas que passará batido para muitos.

Mas a sacada melhor não se insere no tema em questão, mas em publicar a noticia logo depois de noticiar o aumento dos vereadores, quer noticia melhor para desvalorizar todas as demais?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Incineração do lixo hospitalar


Voltou a pauta da cidade a discussão sobre a instalação de uma empresa de incineração de lixo hospitalar – Trusher – na cidade mineira de Ewbank da Câmara, a poucos quilômetros de Juiz de Fora e a 3km da Represa de Chapéu D’Uvas. A discussão ronda os riscos ambientais frente à idoneidade da empresa, que responde a processos jurídicos ambientais e de danos à saúde.

Paralelo a essa discussão ocorre também a reclamação de que três cidades mineiras ( Santos Dumont, Ubá e Barbacena), exportam seu lixo para Juiz de Fora, inclusive lixo hospitalar não tratado.

Aos olhos de um leigo são temas distintos, porém se cruzam no quesito ética e responsabilidade social, se analisados do prisma de que Juiz de Fora também exporta seu lixo hospitalar para Ubá e Grande Belo Horizonte – precisamente bairro Santa Luzia.

E é justamente nesse aspecto minha crítica acerca do movimento contra a importação do lixo e contra a empresa de incineração de lixo hospitalar. Não que seja errado se manifestar contra, o equívoco se insere nas reivindicações, que por sua vez deixam brechas para findar a discussão.

Os argumentos utilizados são de que o meio ambiente é agredido, uma vez que a incineração de lixo hospitalar emite dioxinas que podem contaminar água, alimentos, animais e até pessoas. Os danos humanos podem ser irreversíveis (má formação congênita, problemas respiratórios, câncer, aborto, etc.) e letal.

É importante frisar que o método mais eficaz para tratamento do lixo hospitalar, levando em consideração principalmente aspectos físicos (ambiental, espaço físico, mão de obra, etc) e financeiros. E isto não é um discurso piegas, mas a nível mundial. Países de primeiro mundo conseguiram diminuir lixo reciclável e incinerar boa parte do restante.

Então não é errado tentar negar essa tendência, o que não se pode deixar acontecer é que empresas de idoneidade duvidosa se instalar. E nem se pode justificar com falta de equipamentos apropriados, pois estes são comprados novos.para uma empresa desse ramo ser autorizada para funcionamento (pois precisa de alvará de órgãos competentes como do meio ambiente local).

Uma empresa de incineração de lixo, seja ele hospitalar ou não, tem que ter técnicos para controle de equipamentos, ambiental, etc todo o momento de funcionamento, ou seja, se trabalhará 24 horas, deverá ter esse supervisor 24 horas. Como se fosse um hospital, se é hospital deve ter o número de plantonistas TODO o tempo de funcionamento, caso contrário pode0se fechar, de nada adianta.

No caso em questão, especificamente há que se pensar na dinâmica política (que não há outra forma de se classificar). Não há só o problema de possibilidade de contaminação ambiental. Deve-se pensar num sentido mais amplo. Daí surge algumas questões que devem ser pensadas, estudas para que não se dê “murro em ponta de faca”, em outras palavras que seja realmente uma mobilização de resultados e não apenas de visibilidade e que acabará na permissão para instalação da empresa:

1) Por que a escolha de Ewbank da Câmara?

Não se pode apenas pensar que é uma questão de impostos. Empresas de incineração não podem ser instaladas em meio urbano, eis ai algo que muitos não se preocupam, e muitas empresas como Sequip e Trusher estão instaladas em meio urbano. Outra questão é a mão de obra barata e entendimento sobre o assunto, por questões de ser cidade pequena, distante de grandes empresas favorece a questão de técnicos em horário integral de funcionamento. Se a fiscalização bate na mais próxima esta logo fica sabendo e é fácil locomover o técnico que pode ter mais vínculos empregatícios e fazer visitas esporádicas ao local.

2) Por que não Juiz de Fora?

O lixo hospitalar de Juiz de Fora conforme anteriormente dito é exportado para BH e Ubá para tratamento pela empresa SERQUIP, concorrente e também de idoneidade duvidosa da Trusher. A escolha por Juiz de Fora poderia parecer muito mais uma briga comercial. E quando os contratos são fechados logicamente ambas as partes devem levar vantagem com o mesmo, sabe-se lá qual foi os patamares contratuais entre Juiz de Fora e a Serquip. Outra questão é sobre a implantação da SUPLAM na cidade, que já vinha sendo negociada desde 2009, e que só foi acertada este ano.

3) Se Juiz de Fora está preocupada com a não contaminação do ambiente, por que envia seu lixo para outras cidades?

È uma bela pergunta, considerando que enviamos para cidades que se mobilizam contra a contaminação do ambiente, pessoas estão doentes e o que fazemos por elas? NADA! Ou seja, não queremos nosso mal, mas favorecemos que outras pessoas adoeçam por nossa omissão diante do fato. E por que deixamos que Ubá, Santos Dumont e Barbacena despejem seus lixos aqui? Isso sem considerarmos os riscos do transporte do lixo contaminado até a empresa que dará o destino final. Uma empresa mais próxima seria menos riscos ambientais.

4) Por que Juiz de Fora cria uma lei municipal sobre gestão de resíduos sólidos, na qual a instituição que não seguir é passível de levar multa e permite que lixo hospitalar de outras cidades entrem na cidade sem tratamento?

Existem muitas questões que envolvem o tema, que dependem de estudos na área ambiental (incluindo não so o meio ambiente externo, mas hospitalares também) jurídica e das empresas envolvidas. Não é algo muito simples, tão pouco para leigos e aventureiros se arriscarem, é muito detalhe e arranjos ( conchavos).

Não é um tema fácil de trabalhar, com um agravante nesse caso que é trabalhar com a própria realidade (Juiz de Fora) e outras jurisdições ( BH, Ubá, Ewbank, etc.). além disso falar de lixo hospitalar não requer que pensemos apenas na questão da incineração – destino final, mas principalmente, com relação a geração do resíduo. Se queremos menos agressão do ambiente temos que ver TODO o processo desde a geração (buscar diminuir esta, talvez com um projeto de metas para as instituições atingirem), passando pela segregação, armazenamento, transporte até o destino final. Ou seja um processo longo, demorado, que envolve várias atividades profissionais.

Sendo assim os esforços não podem se reduzir ou ser no sentido da proibição da instalação de uma empresa de incineração, mas que não seja permitido a empresas que estejam com processos judiciais ou tenham algum problema em sua “ficha”, em seu histórico. Junto a isso exigir a não importação de lixo, controle de qualidade no transporte e condições para diminuir a quantidade de lixo gerado e estimular a reciclagem. Sem esses itens básicos, qualquer esforço é equivocado.

sábado, 12 de novembro de 2011

Desfibrilador em locais de grande concentração de pessoas.


No dia de hoje, recebi em meu perfil no facebook uma postagem do vereador Fiorilo, na qual o mesmo relatava sobre o dia nacional coração na batida certa(hoje) - Campanha nacional contra a morte súbita. Acrescentou ainda que o município de Juiz de Fora possui uma lei Municipal na qual assegura que locais com mais de mil pessoas concentradas ou mais de duas mil circulando diariamente, possua desfibrilador no caso de necessidade por mal súbito.

Como muitos podem perceber a lei não funciona em JF, basta ir em shows e perguntar onde fica o desfibrilador no caso de necessidade. Não existe. Faz a lei e a mesma nem sequer é fiscalizada. Sem contar que , as pessoas, não têm o hábito nem de ler o manual de celular, aprende no “fuçômetro” mesmo, vai ler manual de uso de desfibrilador? Muitas não sabem prevenir doenças sexualmente transmissíveis,; não sabem prevenir diabetes, hipertensão, etc., pergunto: saberão a hora certa de usar um desfibrilador ou não?

Particularmente nunca li nada a respeito de utilização, como reconhecer a necessidade de uso de um desfibrilador “público”, alguma orientação do tipo nem mesmo nos vídeos de patrocínio educativo que passa nas TVs dos ônibus.

E cá pra nós, Juiz de Fora tem tantas necessidades de saúde que uma lei dessas se torna no mínimo desnecessária. Seria mais coerente o que? Locais de grande circulação possuir uma equipe de saúde para atendimentos, assim como, em locais com grande concentração de pessoas. OU ainda mais números de unidades de resgate e SAMU.

Enfim, continuo achando uma lei não desnecessária de tudo, mas a cidade tem outras prioridades, além de ser necessário uma orientação ao menos sobre o uso e necessidade do uso de tal equipamento.

Além disso vale destacar que este é um assunto de interesse coletivo e não individual, deveria ser discutido então na esfera coletiva e não individual como foi!