Se
a saúde estava um caos, só tende a piorar com essa medida. Hoje o JornalTribuna de Minas traz uma reportagem sobre o HU-UFJF, o qual reduziu seu
atendimento, fechou já o hospital-dia, centro cirúrgico da unidade do Dom
Bosco, remarcou consultas, e reduziu para 50 os leitos de cirurgia (até então
trabalhavam com 124 leitos ao todo). Além disto, vários funcionários foram
demitidos e alguns setores funcionarão
apenas meio expediente.
A redução
dos atendimentos e corte de pessoal acontecem devido aos cortes de
financiamento que o HU Juiz de Fora sofreu por não aderir às Empresas
Brasileiras de Serviços Hospitalares (EBSERH), criadas pelo Governo Federal, de
capital privado, cujo intuito é administrar os hospitais universitários.
Existe
um movimento pró-HU, que lutam pela não adesão à EBSERH. E lutam para que
haja concurso e que o Estado continue “no
comando”.
Já foi comprovado que o Estado não tem mais como arcar com os
gastos na saúde. Isto pode ser observado por usuários que esperam até quatro
horas numa sala de espera, quando internado, por muitas vezes tem de comprar
medicação e materiais que precisa utilizar, verificam a falta de profissionais
a ponto de um paciente ter de ajudar o outro, cirurgias serem desmarcadas,
intermediário de nebulização (conector que liga a máscara de nebulização ao
oxigênio)ser compartilhado por vários pacientes de uma mesma enfermaria.Dentre
muitos outros problemas enfrentados. Esta é a realidade do HU-UFJF há anos.
Negar
esses problemas e achar que é apenas descaso é ser utópico demais. Assim como
achar que o Estado tem condições para arcar com esta demanda. O caos está por
toda parte. Pessoas precisam de atendimento e outras tantas de estudar
aprender, ninguém é eterno, os profissionais precisam se renovar.
Seria
ótimo vivermos em um país que dá dignidade à população e trabalhadores,
sem precisar terceirizar nada. Quanta ironia
não é mesmo PT? Logo o partido que era contra privatizações, que falava em nome
de inúmeros trabalhadores, fazer um papel deste?
Sim!
Estamos falando de PT, o partido do Governo Federal atualmente, o que já demonstrou
incapacidade de administrar o país, teve seus méritos, e não podemos negar, mas
foi só até onde tudo já estava arrumado devido a um processo histórico, não são
uma ilha isolada, não zeraram um país e o reconstruíram do zero.
Esperar
o que de um governo que, de uma forma
explícita, se vinga de universidades que
não aderem às suas propostas como as EBSERH, que faz cortes nas verbas das
mesmas, e ainda não deixa nada registrado a
respeito, comunica apenas. Tem o que a esconder? Não assume um corte no
repasse de financiamento, vai assumir os gastos, concurso público e toda a
responsabilidade que isto carrega? Jamais.
A
saúde já foi pupila de muitos, era fácil desviar dinheiro, favorecer uns e
outros, dava até lucro. Mas a sociedade adoeceu, e começou ficar oneroso
demais. Os holofotes se viraram para a área e as maracutaias ficaram mais difíceis de serem mascaradas.
Assim passara bola é melhor do que tentar fazer o gol que jamais sairá, pois o
time já foi comprado.
É
muito clichê marginalizar uma
privatização que se torna a única solução para um problema, problema que
envolve VIDAS. É lamentável a situação, mas retirar do povo esse atendimento em
prol de discurso clichê de “não á privatização”, mais concursos, etc , reivindicações
que o governo não atenderá por incapacidade, é ser leviano, é ser politiqueiro
demais. Veja o que o governo fez com n trabalhadores que dependem ou dependiam
do INSS?
Agora
um movimento que diz lutar pelos trabalhadores, concurso público, permitiu várias centenas de pessoas serem demitidas? Meio
paradoxal para meu pensamento.
A
meu ver não há outra saída, outras universidades aderiram e estão muito bem, até mesmo aquelas que
relutaram a princípio. O governo não vai
ficar com dois sistemas diferentes de administração dos hospitais
universitários. O sucesso de quem aderiu vai ser justificativa suficiente para
bater o martelo. Já existem contratos em vigor, mudar isso é multa,
consequentemente, mais gastos.
Ir
contra a maré agora é ir contra o bem estar social, saúde é preciso, e não pode
esperar. Aos que são contra resta a reflexão de que não é preciso esperar ficar
viúvo para não ser companheiro de alguém, existe o divórcio.
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p.s.1:
Realmente não sou contra privatização, quando a mesma não vende o país ao
capital estrangeiro gratuitamente, Mas na saúde o caos é visto e sentido por
muitos. Em termos mais locais
(municípios) é preciso observar cada caso.
p.s.2:
Também não basta apenas privatizar é preciso algum controle para que não aconteça
como em muitos municípios: atrasos de salários, contratos firmados não cumpridos, revogados, não renovados e
quem perde são os trabalhadores e a população
p.s.3: Acredito que o PT foi bastante humilde em criar as EBSERH, e assim confirmando sua incapacidade de gerir a saúde.
Um comentário:
Não é clichê dizer que ebserh não é privatização. É fato.
No seu próprio texto há relato que esta empresa foi criada pelo PT no governo lula. Trata-se de empresa estatal. E ao meu ver única saída para manutenção do HU como instituição de excelência em saúde e ensino que sempre foi. A "propaganda" que diz tratar-se de privatização foi uma investida de servidores públicos concursados que não tem como objetivo salvar o HU. Tem como objetivo manter a "festa" de horas não trabalhadas mas pagas. E claro a festa do desvio de verbas sem fiscalização eficiente.
É pena que no Brasil exista a mentalidade de que ser aprovado em concurso publico tenha equivalência de aposentadoria precoce devido a certeza da dificuldade de exoneração de um funcionário por mais medíocre que seja sua retribuição para a sociedade em forma de trabalho.
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