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sábado, 16 de março de 2013

HU-UFJF e o caos na saúde


Se a saúde estava um caos, só tende a piorar com essa medida. Hoje o JornalTribuna de Minas traz uma reportagem sobre o HU-UFJF, o qual reduziu seu atendimento, fechou já o hospital-dia, centro cirúrgico da unidade do Dom Bosco, remarcou consultas, e reduziu para 50 os leitos de cirurgia (até então trabalhavam com 124 leitos ao todo). Além disto, vários funcionários foram demitidos e alguns setores  funcionarão apenas  meio expediente.  

A redução dos atendimentos e corte de pessoal acontecem devido aos cortes de financiamento que o HU Juiz de Fora sofreu por não aderir às Empresas Brasileiras de Serviços Hospitalares (EBSERH), criadas pelo Governo Federal, de capital privado, cujo intuito é administrar os hospitais universitários.

Existe um movimento pró-HU, que lutam pela não adesão à EBSERH. E lutam para que haja  concurso e que o Estado continue “no comando”.

 Já foi comprovado  que o Estado não tem mais como arcar com os gastos na saúde. Isto pode ser observado por usuários que esperam até quatro horas numa sala de espera, quando internado, por muitas vezes tem de comprar medicação e materiais que precisa utilizar, verificam a falta de profissionais a ponto de um paciente ter de ajudar o outro, cirurgias serem desmarcadas, intermediário de nebulização (conector que liga a máscara de nebulização ao oxigênio)ser compartilhado por vários pacientes de uma mesma enfermaria.Dentre muitos outros problemas enfrentados. Esta é a realidade do HU-UFJF há anos.

Negar esses problemas e achar que é apenas descaso é ser utópico demais. Assim como achar que o Estado tem condições para arcar com esta demanda. O caos está por toda parte. Pessoas precisam de atendimento e outras tantas de estudar aprender, ninguém é eterno, os profissionais precisam se renovar.

Seria ótimo vivermos em um país que dá dignidade à população e trabalhadores, sem  precisar terceirizar nada. Quanta ironia não é mesmo PT? Logo o partido que era contra privatizações, que falava em nome de inúmeros trabalhadores, fazer um papel deste?

Sim! Estamos falando de PT, o partido do Governo Federal atualmente, o que já demonstrou incapacidade de administrar o país, teve seus méritos, e não podemos negar, mas foi só até onde tudo já estava arrumado devido a um processo histórico, não são uma ilha isolada, não zeraram um país e o reconstruíram do zero.

Esperar o que de um governo que, de  uma forma explícita, se vinga de  universidades que não aderem às suas propostas como as EBSERH, que faz cortes nas verbas das mesmas, e ainda não deixa nada registrado a  respeito, comunica apenas. Tem o que a esconder? Não assume um corte no repasse de financiamento, vai assumir os gastos, concurso público e toda a responsabilidade que isto carrega? Jamais.

A saúde já foi pupila de muitos, era fácil desviar dinheiro, favorecer uns e outros, dava até lucro. Mas a sociedade adoeceu, e começou ficar oneroso demais. Os holofotes se viraram para a área e as maracutaias  ficaram mais difíceis de serem mascaradas. Assim passara bola é melhor do que tentar fazer o gol que jamais sairá, pois o time já foi comprado.

É muito clichê  marginalizar uma privatização que se torna a única solução para um problema, problema que envolve VIDAS. É lamentável a situação, mas retirar do povo esse atendimento em prol de discurso clichê de “não á privatização”, mais concursos, etc , reivindicações que o governo não atenderá por incapacidade, é ser leviano, é ser politiqueiro demais. Veja o que o governo fez com n trabalhadores que dependem ou dependiam do INSS?

Agora um movimento que diz lutar pelos trabalhadores, concurso público, permitiu  várias centenas de pessoas serem demitidas? Meio paradoxal para meu pensamento.

A meu ver não há outra saída, outras universidades aderiram e  estão muito bem, até mesmo aquelas que relutaram a princípio. O governo não vai  ficar com dois sistemas diferentes de administração dos hospitais universitários. O sucesso de quem aderiu vai ser justificativa suficiente para bater o martelo. Já existem contratos em vigor, mudar isso é multa, consequentemente, mais gastos.

Ir contra a maré agora é ir contra o bem estar social, saúde é preciso, e não pode esperar. Aos que são contra resta a reflexão de que não é preciso esperar ficar viúvo para não ser companheiro de alguém, existe o divórcio.



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p.s.1: Realmente não sou contra privatização, quando a mesma não vende o país ao capital estrangeiro gratuitamente, Mas na saúde o caos é visto e sentido por muitos.  Em termos mais locais (municípios) é preciso observar cada caso.

p.s.2: Também não basta apenas privatizar é preciso algum controle para que não aconteça como em muitos municípios: atrasos de salários, contratos firmados  não cumpridos, revogados, não renovados e quem perde são os trabalhadores e a população

p.s.3: Acredito que o PT foi bastante humilde em criar as EBSERH, e assim  confirmando sua incapacidade de gerir a saúde.

Um comentário:

Em prol da saúde disse...

Não é clichê dizer que ebserh não é privatização. É fato.
No seu próprio texto há relato que esta empresa foi criada pelo PT no governo lula. Trata-se de empresa estatal. E ao meu ver única saída para manutenção do HU como instituição de excelência em saúde e ensino que sempre foi. A "propaganda" que diz tratar-se de privatização foi uma investida de servidores públicos concursados que não tem como objetivo salvar o HU. Tem como objetivo manter a "festa" de horas não trabalhadas mas pagas. E claro a festa do desvio de verbas sem fiscalização eficiente.
É pena que no Brasil exista a mentalidade de que ser aprovado em concurso publico tenha equivalência de aposentadoria precoce devido a certeza da dificuldade de exoneração de um funcionário por mais medíocre que seja sua retribuição para a sociedade em forma de trabalho.