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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Resposta a Pedro Gabriel Delgado

Hoje ao acordar ao passar pela cozinha  ouvi no rádio velho de minha mãe, companheiro dela de tantas horas, em que eu ficava na cama sob terrível crise depressiva, que é dia de Santa Luzia. Pensei eu: dia de todos os brasileiros rezarem à santa para nunca ter problema de visão, pois deficientes sofrem duras penas num país em que a acessibilidade é tida como supérfluo e artigo de luxo, país em que uma deficiência é tida como incapacidade.

Se estivéssemos na contemporaneidade de Joseph Mengele,  o mesmo que se refugiou no Brasil (país dos refugiados), como fez Franz Stangl (superintendente do programa T4 (primeiro comandante do campo de extermínio de Sobibór na época do Nazismo), certamente o médico colocaria os deficientes na fila da esquerda, pois eram menos válidos. 

Também seriam selecionados para lista da esquerda, daqueles que poderiam ser  gaseados e cremados os leitores e telespectadores de Folha de São Paulo, O globo, TV Globo - e acrescento a Veja, e todas as demais chamadas de PIG, ou ainda pertencentes à "ditabranda". Afinal são tidos como alienados e cegos, no raciocínio hitleriano: inválidos.

Talvez tidos como alienados e cegos por não ser curvarem  ao grupo que quer sucatear a democracia, e querer impor a todos a sua vontade suprema. Mesmo que essa vontade seja sucumbir o poder de escolha do cidadão,  e tentar exterminar aqueles outros  alienados por não compartilharem da mesma falsidade ideológica que se quer impor.

Se a imprensa é tida como "ditabranda" por não concordar com o governo, não o defender, e até ser acusada, por manipular a opinião popular, então o utópico poder de tentar cercear meios de comunicação podemos chamar de que: "ditacruel" ou ditadura mesmo?

Bom se defender  interesses, for tido como manipular opinião pública,  e consequentemente algo insano, alienante.  Tentar exterminar essa prática também é tida como defesa de interesses, opostos àqueles. Logo pode ser entendido como insano e alienante, também. Sendo assim todos para a fila da esquerda de Jospeh Mengele.

Tudo é um ciclo, não farei como os "dita qualquer coisa", não irei impor o meu interesse a todos, não vou desejar a todos um feliz dia de Santa Luzia, respeitando a opção religiosa de todos, mas farei uma oração à santa para que ela proteja as vistas de todos, deixe todos de olhos bem abertos, mesmo na cegueira, para que realmente,  não só nos esqueçamos dos fatos, mas  para que o observamos com toda a gama de racionalidade que precisamos.




p.s.:  Programa T4: programa de eutanásia involuntária de Adolf Hitler, que mandou exterminar recém-nascidos e adultos "inválidos (deficientes, doentes mentais, os epiléticos, alcoólatras, etc)

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carta, texto de Pedro Gabriel, que circula hoje nas redes sociais.


Uma anti-efeméride sinistra

Em plena manhã deste dia de verão, quebro um pouco a harmonia estival para lembrar que hoje faz 44 anos da imposição ao país do AI-5, o Ato Institucional número 5, da ditadura militar. O édito foi assinado no Palácio Laranjeiras, pelo ditador Costa e Silva, outros generais, pelo coronel Jarbas Passarinho (Ministro do Trabalho, depois Ministro da Educação !), que pronunciou a frase “Às favas com os escrúpulos de consciência”, e também por civis ilustres, como o maior banqueiro da época, Magalhães Pinto, um Ministro da Saúde que era dono da Casa de Saúde Dr. Eiras (Leonel Miranda), um jurista emérito, Gama e Silva, que depois se encarregou de “emendar”, com outros juristas ilustres, a Constituição outorgada de 1967.
Anunciada com estrondo e apoiada pela imprensa (O Globo, TV Globo, Folha de São Paulo, a qual, 
recentemente, disse em editorial que a ditadura brasileira foi uma “ditabranda”), a gravidade brutal da medida só foi entendida pelos homens e mulheres que, nos dias seguintes ao AI-5, em dezembro de 1968, chegavam pálidos às fábricas, universidades, colégios de segundo grau, escritórios, perguntando aturdidos: “alguém tem notícia de Fulano ? Beltrano também foi preso ?”. Daí em diante foram mais 20 anos de ditadura (militar, apoiada por civis poderosos), até chegarmos à Constituinte de 1988 e à Democracia.
Vocês podem dizer: isso foi há muito tempo, esqueçamos, não vai acontecer de novo. Está bem, mas não vamos esquecer - 13 de dezembro é uma anti-efeméride, um anti-aniversário- vamos lembrar, lembrar com nomes e datas, para que não aconteça de novo.
Longa vida à jovem e frágil democracia brasileira !
Bom dia e abraços cordiais a todas e todos.
Pedro Gabriel Godinho Delgado

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