Erraram
em Juiz de fora, o interessante é saber como e por que. Pois onde é usado para dar norte de lugar e não de
situação. Se fosse em relação ao tempo usaria “quando”. Mas enfim,
acredito que possam ter errado em várias
cidades também.
Não
deve ter entendido muito a introdução do texto não é mesmo? Bem, introduzi de
forma a exemplificar a campanha
municipal efetuada pelo PT e PSDB, meio incompreensível, na contramão...
Era para ter
feito esse devaneio antes, realmente fiz, mas não publiquei, e acabei o
modificando várias vezes para tentar encurtar o texto. Hoje então falarei um
pouco a respeito, de forma superficial, pois não darei a versão dos partidos, a
análise deles, mas o que observamos aqui de fora.
Acho
interessante esse feedback, até porque todos os partidos em Juiz de Fora
esqueceram-se do marketing pós eleitoral, e se restringiram em resolver suas pendências,
avaliações internas e de números das urnas. Aliás, marketing é uma palavra bastante
confundida, interpretada de forma equivocada por muitos.
Pois
bem, comecemos com o tucanato. Resumo o erro deles em dois únicos aspectos:
racha e elitização. Por outro lado
tinham um enorme fator a favor deles: eram a atual gestão. Mas não conseguiram
utilizar isto de forma favorável nas eleições, e isso foi ocasionado justamente pelos erros
existentes.
O
racha no partido impossibilitou um grupo
de se mobilizar em prol do candidato majoritário de forma a estreitar a inter-relação
do mesmo com a população, abalada devido a elitização. Podemos explicar aqui a
elitização justamente esse afastamento ideológico do partido com a sociedade.
Embora
o PSDB tenha conseguido alguns espaços em sindicatos, e algumas lideranças de
bairro, perdeu espaço em setores sociais
primordiais como conselhos, associações, etc. Por outro lado o discurso muito
em termos de desenvolvimento econômico, obras não mobiliza (sensibiliza) eleitor. Essa não é
uma consciência que se imponha de última hora, deve ser oferecida em doses
homeopáticas, e ir aumentando conforme observação dos efeitos benéficos e
adversos.
Infelizmente
temos uma cultura de que somente saúde, transporte público, educação e
segurança, são áreas cujos efeitos reflete-se diretamente na população, o resto
é o algo a mais. Não percebem que desenvolvimento econômico, melhorias da infra
estrutura também pode ser compreendido como saúde e apresentar resultados favoráveis ao índice de
saúde de uma cidade, estado e até país.
Parece
absurdo, mas essa é a realidade. A elitização também provocou uma espécie de
alienação partidária, ou seria cegueira, que subestimou todos os demais partidos, a ponto do PSDB não perceber o movimento que
se fazia, anti-tucano na cidade (esse movimento existe há anos no país, mas começou
a tomar corpo recentemente na cidade, talvez da primeira gestão Lula para cá).
Ou se perceberam, acharam que não iriam atingi-los.
O
fato é que o movimento estava forte, coeso, e
conseguiram apresentar o “boi da cara preta” aos juiz-foranos, colocando
muitos com medo do mesmo.
Populistas
ou não, algumas ações poderiam permitir a minimização dos danos já existentes,
Mas o fato é que poucas coisas poderiam fazer a diferença imensa. Afinal o
candidato tinha a máquina nas mãos. Porém quando começaram a perceber o estrago
era tarde demais, e correr atrás do prejuízo
se traduziu em desespero.
Com
o partido com o coração partido, e
precisando de uma ideologia para sobreviver (Salve Cazuza!), o resultado não
poderia ser diferente: nem ao segundo turno chegaram.
Ponto
para a onda vermelha, que em alguns lugares se restringe a onda petista, mas
que na verdade é uma onda, um modismo, um movimento anti-tucano. Em Juiz de fora é um movimento coeso, bem
estruturado, organizado, e não se restringe ao PT. Mas de pessoas anti-tucanas, que defendem o comunismo e/ou
socialismo, mas que alguns militantes do PT preferem apenas restringir ao
próprio partido.
Por várias vezes eu citei esse movimento
durante a campanha, dando ênfase do mesmo
na campanha do PT, que era mais forte, e mais representativa do que nas dos
demais. E essa era a grande vantagem do PT sobre os demais candidatos, todos sem
exceção.
Ora
se era uma baita vantagem, por que o PT não venceu? O fato se deu que
esqueceram que juiz-forano, como a maioria do Brasil, não vota ou deixa de
votar em partido, mas em pessoas. Lembraram demais do atual (ainda é atual)
prefeito, de forma a satanizá-lo, denegri-lo, ao passo que se esqueceram de defender
um nome próprio, e deixando para fazer isto já no período eleitoral. Ai era tarde
demais. Pois o discurso popular distanciou-se
da figura elitizada, e novamente refletiu numa “derrota” nas urnas.
Mas
a “arquitetura” do movimento, é muito boa,
inteligente até. Basta agora saberem trabalhar um nome com antecedência,
ou começarem a batalhar a consciência política social, eu prefiro esta a
aquela, mas uma não exclui a outra, embora a segunda seja melhor é uma proposta
a longo prazo, talvez bem mais logo do que se pensa.
Por
sua vez a situação tucana é mais complexa, numa linguagem popular, é tensa, pois precisam se reinventarem com racha ou sem
racha e criarem alguma situação pró-tucana.
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