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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A guerrilha petista



A manchete principal hoje do jornal Tribuna de Minas deixa pra lá de claro a quem o jornal defende. Se Margarida não fez a mínima objeção de dizer que Bruno retirou a fantasia, mostrando-se o mais tucano de todos, segundo dá para entender pela própria militância petista, o jornal não fez a mínima objeção para mostrar ao lado de quem está, a quem defende nessas eleições.

Ora  porque não utilizaram a sigla do partido ao invés de “tucano”? Embora tucano seja uma denominação correta para definir um militante, um filiado do partido social democrata, o uso dessa palavra para defini-los, apontar, se tornou no uso habitual uma forma de chacota, ironia, desprezo.

Certamente o jornal não utilizou com o intuito de ironizá-los, tão pouco de desprezá-los. Mas podemos achar que usou de forma maliciosa, justamente por saber que muitos não agradam muito de “tucanos”, porém suavizam a situações, os achismos, quando não utilizam essa palavra. Eis ai uma palavra  carregada de emoção, como muito bem define Bauman, em seu livro Comunidade.

Outra palavra que reforça a estigmatização da palavra tucano, no sentido de definir militância de um partido político, é a palavra “arma”.  Arma é qualquer instrumento utilizado para ataque e defesa. Porém é carregada de emoção também. Raramente se associa arma como uma estratégia, como é o sentido da  manchete (pelo menos é o que espero que seja), mas  no sentido de  uso em guerra, de um objeto concreto que pode matar o adversário.

O jornal  fez uma manchete no mínimo sensacionalista, utilizando arma e tucano... Poderiam ter usado  “A estratégia que margarida utilizará será o apoio do PSDB ao Bruno” algo do gênero. Mas isso não causaria impacto algum. E nem beneficiaria a candidata. Da forma que foi publicada, estigmatiza ainda mais o PSDB,  e os colocam como uma espécie de inimigo perigoso que precisam ser exterminados, e não apenas como adversários.

A  manchete pode ter sido tendencionista, para chamar atenção, e  marginalizar o candidato do PMDB. Porém, entretanto, mas com tudo não  se distanciou muito da realidade petista, que tem perdido o tempo de campanha para atacar o candidato e assim reafirmar que o Partido dos Trabalhadores percebem as campanhas eleitorais, não como uma simples disputa de argumentos e propostas. Mas um campo de batalha, uma guerra, que não há adversários a altura, apenas inimigos perigosos, mentirosos e  sem capacidade. Já reparou que não há nenhum adversário a altura deles? Eles sabem tudo, tem solução para tudo, são os verdadeiros Sasás Mutema.

Caracterizado bem o PT: eles não disputam, guerrilham; eles não usam argumentos e estratégias, conspiram contra  e usam armas. Talvez até com poder de fogo, mas não são letais. Então eles partem para o outro lado da  guerrilha, digo disputa.

Não sei se só a mim, mas a reportagem pareceu  colocar  o candidato Bruno Siqueira numa postura de arrogância de quem já canta vitória. E isso é perigoso. Se o candidato realmente já  canta vitória, está subestimando o adversário. E “jogando” na mesma moeda. Deve ter se esquecido que Juiz de Fora é bem semelhante ao Vasco (time de futebol carioca). Vitórias na cidade têm sido de virada (vide o próprio caso dele no primeiro turno, e o resultado do segundo turno em 2008),  e sempre acaba na vice liderança, no caso da cidade em vice de escolhas de várias empresas. (p.s: vascaínos não briguem como uma pessoa que está entre vocês! EU!).

Isso não significa que isso pode vir a mudar, afinal depois de trinta anos  Juiz de Fora, pela primeira vez tem um segundo turno sem um NOME repetido dos últimos 30 anos. Pelo menos não enquanto candidato, apenas como apoiadores.

Mas voltando a reportagem, acho positiva a ponderação do candidato sobre as propostas apresentadas. Ora se era proposta, porque não está no programa e não foi apresentada no primeiro turno, e assim tentar se eleger em primeiro turno? Estranho, só reforça o populismo, o apelo desesperado de quem não está muito vislumbrando uma possível “vitória” (já que eles têm  eleições e campanha como guerra, há vitórias).

O candidato Bruno não é lá de muitas extravagâncias, então já era de se esperar um continuísmo da campanha, no mesmo ritmo, até porque as tentativas de inovação  por parte da equipe dele foi um fracasso (jf adventures, central da verdade,  interatividade, etc).

Pena que  o contra-argumento do candidato foi exposto nos últimos parágrafos, onde poucos prestam atenção, pois não se trata de nenhuma Av. Brasil.

Um comentário:

Eduardo disse...

Lilian, acompanho seu blog e suas postagens lá no grupo de JF do Facebook (às vezes dou meus pitacos por lá...), e quero lhe dizer que você merece parabéns pela sinceridade que expõe suas opiniões, doa a quem doer. Esse novo texto diz toda a verdade que os petistas não gostam de ler. Se o PT pudesse - e infelizmente pode - calaria toda a imprensa e faria com que aqui fosse que nem em Cuba, onde só sai jornal que elogia o governo. Para mim, O PT tem que ser detido ou pagaremos um preço muito alto no futuro para eliminar essa PRAGA que ameaça a nossa democracia. Estou falando só do PT, mas porque, num passado não muito distante, os membros se diziam diferentes dos outros partidos, mas só foi chegar lá no poder que mostraram a verdadeira face. Uma lástima. No momento, o Bruno é o melhor para JF.