Páginas

Pesquisar este blog

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

1 homem e 34 decisões – os 35 dissidentes do PT




A história sobre os 35 dissidentes do PT , que  assinaram um documento e protocolaram junto ao partido comunicando  que eles não estariam em campanha para Margarida Salomão devido os acordos feitos e apoios recebidos, não assegurando com isso a ideologia partidária.e posteriormente declarando apoio ao candidato do PMDB, eu é da base governista do governo federal. Por isso justificam que não há problemas  esse apoio.

Eu concordei com eles na época: é preciso defender sem dúvida uma ideologia, e lutar para que o grupo ao qual pertença, no caso o partido, não desvirtue esta ideologia, conforme observamos acontecer no PT (não só na cidade).  E continuo com esse mesmo pensamento.

No entanto, não significa dizer que eu tenha que concordar e reverenciá-los em tudo. Ainda mais quando um desses dissidentes vem a público e coloca que  “graças” a eles o candidato Bruno está à frente nas intenções de votos, inclusive ficando em primeiro lugar no primeiro turno. Ou ainda dizendo que militante não tem  intenção de cargos ou benefícios para essa atuação, e que eles são mais que militantes.

Esta mesma pessoa que relatou isso publicamente (repito) sempre se colocou como um dos representantes do grupo na rede, sempre se colocou em nome deles. E como falou no plural, pressupõe-se que estava representando o grupo.

Entretanto, outro dissidente me procurou hoje por mensagem privada colocando que aquele posicionamento relatado por mim no post  “Estaria Bruno Siqueira sendo vítima da prepotência de militantes petistas?não se tratava de uma postura de todo o grupo, apenas de quem a relatou.

Essa situação é complexa, pois a mesma pessoa que sempre falou em nome do grupo na rede da web, debateu sobre eles publicamente, depois vem outra em “off” desmentir, e também falar em nome do grupo, como também sempre falou publicamente em nome do grupo.

Por lógica, acredita-se que  quem fala publicamente tem competência para assim o fazer, como dizemos popularmente, “se garante”.  Assim quem falou em off, perde um pouco  o crédito ainda mais que não comprovou a veracidade da informação passada. É uma palavra contra a outra.

Não cabe a eu decidir quem está com a verdade, apenas refletir diante dos fatos conforme coloquei no poste supracitado. Sendo assim cabe a eles decidirem quem está com a verdade e expor com declaração de todo o grupo, por documento assinado e registrado por todos eles.  Isto é se for de interesse deles esclarecerem  os fatos.

Ou seja, falar em nome do grupo sem comprovarem que seja mesmo uma postura de todo o grupo não adianta mais. Assim como falar que a história foi manipulada, que ele não quis dizer anda daquilo,  só vai demonstrar as velhas práticas petista de sempre atribuir o erro ao outro, tentando minimizar sua própria culpa e  reforçando que são os perfeitos. Talvez os únicos perfeitos.

As coisas não são por ai, ainda mais se pensarmos  nas seguintes situações:

- Será que um grupo vai apoiar outro candidato adversário de seu partido na instância eleitoral municipal gratuitamente, e continuar apoiar candidatos ao legislativo de seu partido de origem?

- Alegam que  decidiram não apoiar a candidata do próprio partido devido aos apoios recebidos, mas agora o candidato que é da base governista do PT a nível nacional recebe apoio de adversário do mesmo em todas as instâncias, e eles não têm nada contra isso?

- Diante do exposto anteriormente, mesmo sendo incoerente a postura de agora com a que justificou o não apoio da candidata do  PT, o que leva esse grupo a continuar a apoiar Bruno, sem ser o discurso que acreditam que seja a melhor opção? Haja vista que nas eleições de 2008 não houve essa dissidência, e nem no ato que Margarida foi indicada como candidata do partido. Logo se conclui que o problema não é com a candidata e assim ela também era boa opção antes dos apoios.

- Embora o PMDB seja da base do governo petista a nível nacional, na instância municipal no período eleitoral não o é, já que os partidos lançaram candidatos distintos, e assim os colocando como adversários. Ideologicamente a postura de apoiar um candidato da base governista seja coerente e correto, empiricamente não o é, já que no art. 227 item IX do Estatuto do PT  diz que “a propaganda de candidatos ou candidata de outro partido ou de coligação NÃO APROVADA PELO PT ou, por qualquer meio, a recomendação de seu nome ai sufrágio  do eleitorado”, configura-se  infidelidade partidária. Assim como outros itens que também envolvem a questão como o item VIII, X , XI dentre outros. E cabe  medidas disciplinares, as quais não ouvi ou li a respeito de terem ocorrido.

- Sobre as medidas disciplinares elas não aconteceram, ou aconteceram na instância partidária apenas (como advertência reservada Art 228 item I do Estatuto do PT). Se não aconteceram, por que o PT decidiu por não tomarem providências sobre medidas disciplinares de infidelidade partidária aos dissidentes?

Essas são algumas questões que não foram explicadas e que somadas às declarações  citadas no início do texto deixa a questão ainda mais duvidosa sobre em quem acreditar, quais as intenções.

Para Bruno receber apoio é bom, quem tem que decidir se está certo ou errado é o PT, um candidato não pode sair rejeitando apoios.  Agora essas dúvidas que surgem, deixa em cheque muito a questão de acordos  como estratégia, abrindo precedentes sobre a possibilidade de cargos e benefícios como moeda eleitoral.

A vitória desse candidato é quase inevitável, mas  os assuntos após essa vitória não serão esquecidos e sacramentados, e iniciar uma gestão já  colocando à prova a confiança do povo não é nada bom, pois poderemos  ficar na defensiva.


P.s 1: A questão dos dissidentes é diferente da questão do  Tarcisio Delgado, já que este se desfilou, mas não diverge da situação dos demais do PMDB que  apoiaram margarida. Porém é preciso estudar o que reza o estatuto deste partido, que não é o caso aqui. 

Nenhum comentário: