A história sobre os 35
dissidentes do PT , que assinaram um
documento e protocolaram junto ao partido comunicando que eles não estariam em campanha para
Margarida Salomão devido os acordos feitos e apoios recebidos, não assegurando
com isso a ideologia partidária.e posteriormente declarando apoio ao candidato
do PMDB, eu é da base governista do governo federal. Por isso justificam que
não há problemas esse apoio.
Eu concordei com eles na época: é
preciso defender sem dúvida uma ideologia, e lutar para que o grupo ao qual pertença,
no caso o partido, não desvirtue esta ideologia, conforme observamos acontecer
no PT (não só na cidade). E continuo com
esse mesmo pensamento.
No entanto, não significa dizer
que eu tenha que concordar e reverenciá-los em tudo. Ainda mais quando um
desses dissidentes vem a público e coloca que
“graças” a eles o candidato Bruno está à frente nas intenções de votos,
inclusive ficando em primeiro lugar no primeiro turno. Ou ainda dizendo que
militante não tem intenção de cargos ou benefícios
para essa atuação, e que eles são mais que militantes.
Esta mesma pessoa que relatou
isso publicamente (repito) sempre se colocou como um dos representantes do
grupo na rede, sempre se colocou em nome deles. E como falou no plural,
pressupõe-se que estava representando o grupo.
Entretanto, outro dissidente me
procurou hoje por mensagem privada colocando que aquele posicionamento relatado
por mim no post “Estaria Bruno Siqueira sendo vítima da prepotência de
militantes petistas?” não se tratava
de uma postura de todo o grupo, apenas de quem a relatou.
Essa
situação é complexa, pois a mesma pessoa que sempre falou em nome do grupo na
rede da web, debateu sobre eles publicamente, depois vem outra em “off”
desmentir, e também falar em nome do grupo, como também sempre falou
publicamente em nome do grupo.
Por
lógica, acredita-se que quem fala
publicamente tem competência para assim o fazer, como dizemos popularmente, “se
garante”. Assim quem falou em off, perde
um pouco o crédito ainda mais que não comprovou
a veracidade da informação passada. É uma palavra contra a outra.
Não cabe
a eu decidir quem está com a verdade, apenas refletir diante dos fatos conforme
coloquei no poste supracitado. Sendo assim cabe a eles decidirem quem está com
a verdade e expor com declaração de todo o grupo, por documento assinado e
registrado por todos eles. Isto é se for
de interesse deles esclarecerem os
fatos.
Ou seja,
falar em nome do grupo sem comprovarem que seja mesmo uma postura de todo o
grupo não adianta mais. Assim como falar que a história foi manipulada, que ele
não quis dizer anda daquilo, só vai
demonstrar as velhas práticas petista de sempre atribuir o erro ao outro,
tentando minimizar sua própria culpa e
reforçando que são os perfeitos. Talvez os únicos perfeitos.
As coisas
não são por ai, ainda mais se pensarmos
nas seguintes situações:
- Será
que um grupo vai apoiar outro candidato adversário de seu partido na instância
eleitoral municipal gratuitamente, e continuar apoiar candidatos ao legislativo
de seu partido de origem?
- Alegam
que decidiram não apoiar a candidata do
próprio partido devido aos apoios recebidos, mas agora o candidato que é da
base governista do PT a nível nacional recebe apoio de adversário do mesmo em
todas as instâncias, e eles não têm nada contra isso?
- Diante
do exposto anteriormente, mesmo sendo incoerente a postura de agora com a que
justificou o não apoio da candidata do PT,
o que leva esse grupo a continuar a apoiar Bruno, sem ser o discurso que
acreditam que seja a melhor opção? Haja vista que nas eleições de 2008 não
houve essa dissidência, e nem no ato que Margarida foi indicada como candidata
do partido. Logo se conclui que o problema não é com a candidata e assim ela
também era boa opção antes dos apoios.
- Embora
o PMDB seja da base do governo petista a nível nacional, na instância municipal
no período eleitoral não o é, já que os partidos lançaram candidatos distintos,
e assim os colocando como adversários. Ideologicamente a postura de apoiar um
candidato da base governista seja coerente e correto, empiricamente não o é, já
que no art. 227 item IX do Estatuto do PT
diz que “a propaganda de candidatos ou candidata de outro partido ou de
coligação NÃO APROVADA PELO PT ou, por qualquer meio, a recomendação de seu
nome ai sufrágio do eleitorado”,
configura-se infidelidade partidária. Assim
como outros itens que também envolvem a questão como o item VIII, X , XI dentre
outros. E cabe medidas disciplinares, as
quais não ouvi ou li a respeito de terem ocorrido.
- Sobre
as medidas disciplinares elas não aconteceram, ou aconteceram na instância partidária
apenas (como advertência reservada Art 228 item I do Estatuto do PT). Se não
aconteceram, por que o PT decidiu por não tomarem providências sobre medidas
disciplinares de infidelidade partidária aos dissidentes?
Essas são
algumas questões que não foram explicadas e que somadas às declarações citadas no início do texto deixa a questão
ainda mais duvidosa sobre em quem acreditar, quais as intenções.
Para Bruno
receber apoio é bom, quem tem que decidir se está certo ou errado é o PT, um
candidato não pode sair rejeitando apoios. Agora essas dúvidas que surgem, deixa em
cheque muito a questão de acordos como
estratégia, abrindo precedentes sobre a possibilidade de cargos e benefícios como
moeda eleitoral.
A vitória
desse candidato é quase inevitável, mas os assuntos após essa vitória não serão
esquecidos e sacramentados, e iniciar uma gestão já colocando à prova a confiança do povo não é
nada bom, pois poderemos ficar na
defensiva.
P.s 1: A questão dos dissidentes
é diferente da questão do Tarcisio
Delgado, já que este se desfilou, mas não diverge da situação dos demais do PMDB
que apoiaram margarida. Porém é preciso
estudar o que reza o estatuto deste partido, que não é o caso aqui.
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