Achei bastante interessante a
discussão sobre arrecadação dos partidos na campanha eleitoral de 2012 publicado hoje no Jornal Tribuna de Minas.
A primeira coisa a se falar é sobre o
repasse de dinheiro aos diretórios municipais pelos diretórios nacionais, esse
dinheiro é do fundo partidário, repassado aos partidos pela União, de acordo
com a bancada da câmara de deputados. Então se um partido tem mais deputados
federais que o outro, ele acaba tendo maior repasse. O dinheiro que a União repassa
para os partidos como fundo partidário é dinheiro público! Assim se torna errado dizer que preferiu investir em campanha do que em saúde, segurança, etc. O dinheiro é do partido e não municipal para se investir em obras, em ações para a cidade. E para mudar isso somente com uma reforma política.
Acho relevante citar alguns
aspectos da reportagem, até em comparação ao que os candidatos e seus
respectivos partidos e coligações apresentam nessa campanha. Quando
acompanhamos de perto as campanhas e não
apenas o material distribuído ou de
divulgação conseguimos entender os altos
gastos. Não que ache isso correto, mas entende-se onde vai tanto dinheiro, pois
se formos comparar apenas a campanha que vemos nas ruas, TV, ouvimos no rádio
etc. A campanha é nivelada aos três primeiros candidatos, não há nada de extraordinário,
de muito diferente. Mas quando começamos a ver além (comitê, estrutura deste,
dentre outras muitas coisas) percebemos que o gasto não é tanto assim.
Vejamos o PSDB fez 17 reuniões
temáticas num hotel na região central da cidade e ofereceu um “coffee break”.
Isto não sai barato. O lançamento do programa de governo foi, também num hotel.
Oferece uma espécie de lan house a quem
quiser usar em prol da campanha (embora
não saiba do interesse de ninguém a não ser o próprio pessoal deles, que
segundo informações são pagos – não sei ), por sua vez existe as máquinas e o
pagamento do acesso a internet. E assim segue os demais candidatos, só dei o
exemplo do PSDB por ter sido o que mais gastou.
Outro aspecto da reportagem que
acho bastante interessante é quanto as
doações dos três primeiros candidatos nas pesquisas. O PMDB é o único cujo o maior doador é o próprio partido. Enquanto o
PSDB apresenta o próprio partido como maior, porém apresenta também doações de
empresas (empresários). Já o PT tem como maior doador, empresas e não o próprio
partido. Estranho isso não?
Logo o partido dos trabalhadores que
prega a moralização política, diz ser
absurdo aceitar dinheiro de empresários, recebe doações de empresas? Ora para
uma empresa doar, não basta o gerente querer ou o caixa do supermercado, o dono
da marca, o presidente tem que querer não é mesmo? E o mais estranho uma mesma
empresa financiando dois candidatos...
Mais estranha a situação fica
quando o próprio partido não entra como maior doador, pois optaram por investir
mais na campanha da capital do que de Juiz de Fora. Diga-se de passagem, que um
dos discursos do PT é que a candidata
tem influência junto ao PT Nacional, é amiga de Lula, de Dilma, e conseguiria
mais recursos e parderias para a cidade. Ora não conseguiram nem para a campanha, do próprio fundo
partidário, vão conseguir da União para a cidade?
Vale destacar ainda a declaração
de previsão de gastos com campanha pelo PT em torno de 10 milhões de reais, acho que isso foi por
água diante da escolha do partido em
priorizar Belo Horizonte. Talvez isso justifique o BOATO que corre pelas redes
sociais (nada confirmado, mas também não desmentido) de que o partido não está pagando pessoas que
estão trabalhando para eles. Ai, se quiserem cumprir tudo o que pretendiam
terão mesmo que fazer muita feijoada, algo também não citado pela reportagem.
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