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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Marketing eleitoral em redes sociais


Não sou nenhuma especialista ou técnica da área de marketing, apenas uma observadora, e considerada por uns uma analista digital, em especial redes sociais. Talvez essa seja uma foram carinhosa para denominar um vício meu. Ok, sem problemas, assumo que sou rata de redes sociais há dose anos. Não me incomodo com isso, afinal já me rendeu bons frutos na vida, muita diversão e conhecimento.

Por isso me sinto confortável de tratar desse tema, não do prisma do marketing, mas do de observadora de como esse se desmembra, acontece nas redes sociais, e como a época é de campanha eleitoral darei esse enfoque aqui.

Estarei exemplificando com situações de Juiz de Fora, uma vez que a maior parte dos leitores do blog são de Juiz de Fora, mas o que direi serve para todos os candidatos, independente de ser a prefeito ou vereador, independente de cidade. Basta fazer a analogia.

Conversando com algumas pessoas (jornalistas, formadores de opinião, candidatos e internautas de plantão) e a maioria delas não conseguem perceber a influência da internet no dia a dia das campanhas. Acham sim, que é um algo a mais, incapaz de gerar grandes transformações, mudanças no cenário eleitoral. Outras, no entanto, acham extremamente chato campanhas eleitorais nas redes sociais.

Embora eu goste muito e política, confesso que também acho chato a campanha eleitoral da forma que está sendo feita. Uma ou outra pessoa ainda faz uma campanha legal, mas a grande parte fica fazendo papel de amostra, locais de discussão murais, etc.

Me surpreendi com a falta de experiência de muitas empresas e profissionais contratados. Simplesmente generalizaram a rede, simplificando e singularizando a campanha do candidato, desconsiderando a especificidade de cada sitio da Internet. Fazer uma campanha nas ruas é diferente da campanha no site do candidato, e diferente nas redes sociais.

Então o que observamos principalmente no Facebook e no Twitter, as duas redes sociais mais utilizadas na campanha eleitoral municipal é a chamada publicidade de maquiagem, superficial, a mesmice da campanha de rua: apresenta-se o candidato, sua bibliografia, algumas propostas e o resto é o diário de suas atividades durante a campanha. Consideram o candidato como perfeito, o único a ter razão, e a única solução. Conseguem antipatizar a campanha e o candidato.

O eleitor e leitor quer informação com conteúdo, e este deve ter alguma utilidade. Para que a pessoa quer saber que o candidato visitou o bairro X e conversou com populares? O eleitor prefere saber o que o candidato observou, quais os problemas levantou, qual a justificativa para aquela situação, o que pode ser feito para resolver o problema. Falar que visitou e ouviu muita gente é a famosa publicidade de maquiagem: “disfarça que fez alguma coisa apenas para pedir votos”.

Outro comportamento publicitário eleitoral bastante comum nas redes sociais, em especial o Facebook, é a reprodução sucessivas de algumas postagem banal, divulgação da agenda, diário de bordo do candidato, fotos. Utilizam vários grupos (alguns que nem são destinados à política ou,livre debate), fan page, perfis ( este não basta posta ra divulgação, tem de compartilhar individualmente para cada pessoa que lembrar). O Facebook tem uma ferramente bastante útil, a citação de pessoas, você pode na postagem, ou comentários citar várias pessoas ao mesmo tempo, assim elas serão notificadas, aparecerá no perfil delas, sem precisar floodar ( repetir n vezes a mesma mensagem) no próprio perfil. É preciso bom senso para utilizar os grupos.
É mancada utilizar grupos de temática exclusiva, diferente de política. Assim como postar a mesma coisa em mais de 3 ou 4 grupos do mesmo tipo, e sem em contra aprtida debater outros tópicos. É apelar demais. E ainda se esquecem que geralmente são as mesmas pessoas na maioria dos grupos, muda pouca coisa de um para o outro.

A campanha eleitoral nas redes sociais não podem perder o principal foco dos usuários que é a informação, relacionamento e diversão. Não se pode separar jamais Internet e diversão. Assim o trabalho deve permear conquistar seguidores, eleitores e fãs voluntários ( perceba que cito fãs, no sentido de admiradores e não militantes voluntários).

É interessante que os esforços consiga desenvolver os fãs voluntários, e para isto é preciso oferecer mensagens, e não material apenas, ou publicidade “muralistica” (de mural). As mensagens devem seduzir o leitor, para ele tomar a decisão e ir buscar mais informações, mais conteúdos. Esta é a magia da internet.

Para uma boa campanha virtual não é preciso um exército. Dez pessoas bastam, desde que elas tenham prática em redes sociais ( não somente conhecendo as ferramentas, mas vivência das mesmas), tenham especificidades diferentes, para fazer o esquema de teia virtual: com perfis, blogs de apoio, site de campanha, grupos, e todo o aparato tecnológico oferecido.

O site do candidato pode ser um aliado não só mostrando os assuntos relacionados à campanha, mas orientando o “fãs” conquistados: sobre lei eleitoral, o que pode ou não, o uso do bom senso nas redes sociais, etc. E isso pode ser feito de maneiras diferentes e até divertidas como charges, história em quadrinhos, etc.

Na prática da realidade de Juiz de Fora, dos três primeiros candidatos à prefeitura pelas pesquisas, quem mais se aproxima desse esquema supra citado é a candidata do PT. E o mais fraco é o Bruno Siqueira.

A Margarida possui uma equipe para a publicidade digital ( aqui não entro no mérito se voluntária ou não), perfil nas redes sociais, um site de campanha, e blogs apoiadores. O problema que percebo é que ela criou os perfis já em época eleitoral, e isso parece querer impor uma presença digital. Esta equipe dela foi capaz de conquistar fãs voluntários, que muitas vezes são confundidos com militantes, e não são. Porém muitos não conhecem os instrumentos, tentam criar mensagens, imagens, coisas para compartilhar divulgar que acaba exacerbando, e com isso irritando pessoas que querem rir, se divertir e ler coisas diferentes na rede. Outro problema é com relação aos ataques. A própria equipe não consegue se manter numa postura de neutralidade e partem para o ataque, começam a soltar reportagens negativas de outros candidatos, montagens de fotos com os mesmos, etc. Além de buscarem ridicularizar as pessoas que não concordam com eles, menosprezar, isso ninguém tolera e podem perder votos ai ( na rede). Isto ajuda o outro candidato e não a si mesmo. Uma grande sacada e que tem dado certo é o uso do humor na campanha da rede, isso se usado de forma correta e não excessiva como tem sido feito.

O Bruno Siqueira, em segundo lugar nas pesquisas, mas em último em publicidade digital. Não tem uma boa equipe para atuar em publicidade digital (me desculpe os profissionais que trabalham com ele, os respeito, mas a campanha está pueril demais), salvo um caso apenas. Não tem blog de apoio, não tem fãs voluntários, sua campanha não ganha repercussão na rede, quando ganha não é promovida pela equipe, mas por ataque de adversário. E para piorar a situação os furos dos poucos que fazem, o famoso marca e desmarca já comentado no blog, pessoa ligada à campanha ameaçado, intimidando outros. Equipe passando o carro na frente dos bois, e perdendo a chance de mostrar como é o adversário, e mostrando a superioridade nos argumentos. O humor ligado ao Bruno é zero, não há nada na campanha virtual que seduza, nada que leve a ir buscar mais informações, ou que divirta a ponto do leitor querer verificar se há mais coisa.

Custódio Mattos, a meu ver a maior incógnita do três. Depois de ter sido envolvido na suspeita de compra de votos insiste em fazer uma campanha com uma equipe com quantidade monstruosa de pessoas, muitas que nem perfil tinham em redes sociais, e ainda tentar convencer que seja voluntariado. O desespero deles quando excluídos de grupos demonstram que não são fãs conquistados. Assim como o Bruno, não tem blog de apoio. A insistência de tentar justificar que não estão errados chega a dar náusea, são enjoados, desinformados. Isto contrasta com todo o aparato oferecido para a campanha. Alguns poucos estão sabendo levar bem a campanha na rede, já começam utilizar humor. Porém caem no erro também do ataque, da ofensa, o que para o leitor se torna ponto negativo. É uma campanha antipática, forçada, impõe uma repercussão na rede por quantidade e não qualidade.

Agora o que posso destacar de todos eles, além do que já foi dito é com relação ao uso dos próprios perfis. Todos sabem que não há condição do candidato cumprir a agenda e ficar na rede o tempo todo postando como observamos, e a equipe responsável por administrar o perfil dos candidatos raramente se identifica como tal. Até hoje só vi se identificando a equipe do Bruno Siqueira, mas não é sempre, ao contrário, é bem raro, e é o que mais posta pelo perfil durante o dia.

Estes são alguns aspectos, não todos, do que venho observando sobre a publicidade eleitoral nas redes sociais. Pouco tem sido explorado pela maioria dos candidatos, o que é uma pena diante do potencial que há na Internet.

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