Não sou nenhuma especialista ou técnica da área de marketing,
apenas uma observadora, e considerada por uns uma analista digital,
em especial redes sociais. Talvez essa seja uma foram carinhosa para
denominar um vício meu. Ok, sem problemas, assumo que sou rata de
redes sociais há dose anos. Não me incomodo com isso, afinal já me
rendeu bons frutos na vida, muita diversão e conhecimento.
Por isso me sinto confortável de tratar desse tema, não do prisma
do marketing, mas do de observadora de como esse se desmembra,
acontece nas redes sociais, e como a época é de campanha eleitoral
darei esse enfoque aqui.
Estarei exemplificando com situações de Juiz de Fora, uma vez que a
maior parte dos leitores do blog são de Juiz de Fora, mas o que
direi serve para todos os candidatos, independente de ser a prefeito
ou vereador, independente de cidade. Basta fazer a analogia.
Conversando com algumas pessoas (jornalistas, formadores de opinião,
candidatos e internautas de plantão) e a maioria delas não
conseguem perceber a influência da internet no dia a dia das
campanhas. Acham sim, que é um algo a mais, incapaz de gerar grandes
transformações, mudanças no cenário eleitoral. Outras, no
entanto, acham extremamente chato campanhas eleitorais nas redes
sociais.
Embora eu goste muito e política, confesso que também acho chato a
campanha eleitoral da forma que está sendo feita. Uma ou outra
pessoa ainda faz uma campanha legal, mas a grande parte fica fazendo
papel de amostra, locais de discussão murais, etc.
Me surpreendi com a falta de experiência de muitas empresas e
profissionais contratados. Simplesmente generalizaram a rede,
simplificando e singularizando a campanha do candidato,
desconsiderando a especificidade de cada sitio da Internet. Fazer uma
campanha nas ruas é diferente da campanha no site do candidato, e
diferente nas redes sociais.
Então o que observamos principalmente no Facebook e no Twitter, as
duas redes sociais mais utilizadas na campanha eleitoral municipal é
a chamada publicidade de maquiagem, superficial, a mesmice da
campanha de rua: apresenta-se o candidato, sua bibliografia, algumas
propostas e o resto é o diário de suas atividades durante a
campanha. Consideram o candidato como perfeito, o único a ter razão,
e a única solução. Conseguem antipatizar a campanha e o candidato.
O eleitor e leitor quer informação com conteúdo, e este deve ter
alguma utilidade. Para que a pessoa quer saber que o candidato
visitou o bairro X e conversou com populares? O eleitor prefere saber
o que o candidato observou, quais os problemas levantou, qual a
justificativa para aquela situação, o que pode ser feito para
resolver o problema. Falar que visitou e ouviu muita gente é a
famosa publicidade de maquiagem: “disfarça que fez alguma coisa
apenas para pedir votos”.
Outro comportamento publicitário eleitoral bastante comum nas redes
sociais, em especial o Facebook, é a reprodução sucessivas de
algumas postagem banal, divulgação da agenda, diário de bordo do
candidato, fotos. Utilizam vários grupos (alguns que nem são
destinados à política ou,livre debate), fan page, perfis ( este
não basta posta ra divulgação, tem de compartilhar individualmente
para cada pessoa que lembrar). O Facebook tem uma ferramente bastante
útil, a citação de pessoas, você pode na postagem, ou comentários
citar várias pessoas ao mesmo tempo, assim elas serão notificadas,
aparecerá no perfil delas, sem precisar floodar ( repetir n vezes a
mesma mensagem) no próprio perfil. É preciso bom senso para
utilizar os grupos.
É mancada utilizar grupos de temática exclusiva, diferente de
política. Assim como postar a mesma coisa em mais de 3 ou 4 grupos
do mesmo tipo, e sem em contra aprtida debater outros tópicos. É
apelar demais. E ainda se esquecem que geralmente são as mesmas
pessoas na maioria dos grupos, muda pouca coisa de um para o outro.
A campanha eleitoral nas redes sociais não podem perder o principal
foco dos usuários que é a informação, relacionamento e diversão.
Não se pode separar jamais Internet e diversão. Assim o trabalho
deve permear conquistar seguidores, eleitores e fãs voluntários (
perceba que cito fãs, no sentido de admiradores e não militantes
voluntários).
É interessante que os esforços consiga desenvolver os fãs
voluntários, e para isto é preciso oferecer mensagens, e não
material apenas, ou publicidade “muralistica” (de mural). As
mensagens devem seduzir o leitor, para ele tomar a decisão e ir
buscar mais informações, mais conteúdos. Esta é a magia da
internet.
Para uma boa campanha virtual não é preciso um exército. Dez
pessoas bastam, desde que elas tenham prática em redes sociais ( não
somente conhecendo as ferramentas, mas vivência das mesmas), tenham
especificidades diferentes, para fazer o esquema de teia virtual: com
perfis, blogs de apoio, site de campanha, grupos, e todo o aparato
tecnológico oferecido.
O site do candidato pode ser um aliado não só mostrando os assuntos
relacionados à campanha, mas orientando o “fãs” conquistados:
sobre lei eleitoral, o que pode ou não, o uso do bom senso nas redes
sociais, etc. E isso pode ser feito de maneiras diferentes e até
divertidas como charges, história em quadrinhos, etc.
Na prática da realidade de Juiz de Fora, dos três primeiros
candidatos à prefeitura pelas pesquisas, quem mais se aproxima desse
esquema supra citado é a candidata do PT. E o mais fraco é o Bruno
Siqueira.
A Margarida possui uma equipe para a publicidade digital ( aqui não
entro no mérito se voluntária ou não), perfil nas redes sociais,
um site de campanha, e blogs apoiadores. O problema que percebo é
que ela criou os perfis já em época eleitoral, e isso parece querer
impor uma presença digital. Esta equipe dela foi capaz de conquistar
fãs voluntários, que muitas vezes são confundidos com militantes,
e não são. Porém muitos não conhecem os instrumentos, tentam
criar mensagens, imagens, coisas para compartilhar divulgar que acaba
exacerbando, e com isso irritando pessoas que querem rir, se
divertir e ler coisas diferentes na rede. Outro problema é com
relação aos ataques. A própria equipe não consegue se manter numa
postura de neutralidade e partem para o ataque, começam a soltar
reportagens negativas de outros candidatos, montagens de fotos com
os mesmos, etc. Além de buscarem ridicularizar as pessoas que não
concordam com eles, menosprezar, isso ninguém tolera e podem perder
votos ai ( na rede). Isto ajuda o outro candidato e não a si mesmo.
Uma grande sacada e que tem dado certo é o uso do humor na campanha
da rede, isso se usado de forma correta e não excessiva como tem
sido feito.
O Bruno Siqueira, em segundo lugar nas pesquisas, mas em último em
publicidade digital. Não tem uma boa equipe para atuar em
publicidade digital (me desculpe os profissionais que trabalham com
ele, os respeito, mas a campanha está pueril demais), salvo um caso
apenas. Não tem blog de apoio, não tem fãs voluntários, sua
campanha não ganha repercussão na rede, quando ganha não é
promovida pela equipe, mas por ataque de adversário. E para piorar a
situação os furos dos poucos que fazem, o famoso marca e desmarca
já comentado no blog, pessoa ligada à campanha ameaçado,
intimidando outros. Equipe passando o carro na frente dos bois, e
perdendo a chance de mostrar como é o adversário, e mostrando a
superioridade nos argumentos. O humor ligado ao Bruno é zero, não
há nada na campanha virtual que seduza, nada que leve a ir buscar
mais informações, ou que divirta a ponto do leitor querer verificar
se há mais coisa.
Custódio
Mattos, a meu ver a maior incógnita do três. Depois de ter sido
envolvido na suspeita de compra de votos insiste em fazer uma
campanha com uma equipe com quantidade monstruosa de pessoas, muitas
que nem perfil tinham em redes sociais, e ainda tentar convencer que
seja voluntariado. O desespero deles quando excluídos de grupos
demonstram que não são fãs conquistados. Assim como o Bruno, não
tem blog de apoio. A insistência de tentar justificar que não estão
errados chega a dar náusea, são enjoados, desinformados. Isto
contrasta com todo o aparato oferecido para a campanha. Alguns
poucos estão sabendo levar bem a campanha na rede, já começam
utilizar humor. Porém caem no erro também do ataque, da ofensa, o
que para o leitor se torna ponto negativo. É uma campanha
antipática, forçada, impõe uma repercussão na rede por quantidade
e não qualidade.
Agora
o que posso destacar de todos eles, além do que já foi dito é com
relação ao uso dos próprios perfis. Todos sabem que não há
condição do candidato cumprir a agenda e ficar na rede o tempo todo
postando como observamos, e a equipe responsável por administrar o
perfil dos candidatos raramente se identifica como tal. Até hoje só
vi se identificando a equipe do Bruno Siqueira, mas não é sempre,
ao contrário, é bem raro, e é o que mais posta pelo perfil durante
o dia.
Estes
são alguns aspectos, não todos, do que venho observando sobre a
publicidade eleitoral nas redes sociais. Pouco tem sido explorado
pela maioria dos candidatos, o que é uma pena diante do potencial
que há na Internet.
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