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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Futebol e antropologia teológica

Para iniciar este texto, vou a grosso modo, definir antropologia teológica. É o ramo da antropologia (estudo do homem) que estuda a realidade do ser humano do prisma teológico, ou seja, do ponto de vista da teologia.

Dito isso posso já entrar nas questões referentes á antropologia teológica e o futebol. Embora este seja uma competição, na qual muitas vezes há violência, e todo um aparato capitalista, não deixa de ter um conteúdo teológico, muitas vezes inalcançável no dia-a-dia.

A teologia se manifesta no futebol de forma intrinsecamente antropológica, através do ser humano. Várias vezes observamos antes de finais importantes, ou de duelos de titãs, pessoas celebrando e outras tanto rezando. Não é a toa que os clubes tem também, como as cidades seus padroeiros!

Mas a teologia não se restringe apenas a questões “santificadas”, mas nos traz reflexões sobre fé, crença e o amor. No futebol temos isso não só nas orações feitas pela vitória do clubes ou em agradecimento a algum título, ou como concentração antes do jogo. Falo da fé, da certeza da vitória, de compartilhar o sentimento com todos, na crença da vitória, e do estar ao lado mesmo quando não há vitória. Falo do acreditar e do amor acima de tudo.

Quantas vezes observamos torcidas revoltadas que saem matando e quebrando tudo pela frente, mas assistimos a espetáculos de torcidas que mesmo o time caindo para outra divisão, está ali ao lado, dando força, acreditando, torcendo. Como a torcida do Vasco que mostrou que o sentimento não pode parar.

Por falar em vasco, não porque sou vascaína, talvez por esse fato preste mais atenção neste time, mostrou mais uma vez um comportamento digno de qualquer fé, o amor ao próximo. Isso mesmo, não só ao time. E não importa o que ele faça, ou seu passado, o importante é o que ele representa. É o sentimento de que vale a pena acreditar nas pessoas, de que é preciso disso.

Refiro-me a dois fatos que li hoje sobre a conquista da copa do Brasil por este time. A primeira notícia falando de como seria feita a comemoração do título. A diretoria descartou o passeio em trio elétrico pelas ruas da zona sul do Rio de Janeiro, em respeito aos demais clubes que também possuem sede na região. A outra notícia diz respeito à torcida que foi esperar o time no aeroporto e lá após gritos, cantorias ( mesmo rivalizando os demais times) exaltou Edmundo (ex-jogador do clube e que foi muito criticado pelo seu comportamento).

Inegável o respeito ao próximo pelo clube, e no caso do Edmundo me remeteu a história de Maria Madalena. Que se não fosse por Jesus iria ser linchada e apedrejada, foi criticada, mas que teve extrema importância na história de Jesus. E não dá para desvincular as duas figuras. Assim é o ex-jogador para o Vasco e a torcida.

O futebol pode ter se tornado violento, um jogo capitalista, mas que ainda sim pode nos remeter a reflexões impecáveis, e consideráveis.

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