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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Transporte coletivo em Juiz de Fora

O transporte coletivo (ônibus urbanos) de Juiz de Fora continuamente é alvo de inúmeras críticas que não são sanadas, mesmo com aumentos anuais no valor das passagens, que por sua vez, são as principais reclamações, seguidas pela falta de carros e não cumprimento de horários.

É comum ouvir pessoas que utilizam o transporte coletivo para se locomover para o trabalho escola, reclamar do tempo de espera por um ônibus, e quando vem, aparecem vários da mesma linha (ou bairro). Porém os aumentos no valor das passagens acumulam maiores prejuízos à população, além de atrasos e cansaço, estes aumentos um gasto maior do orçamento mensal da população, o qual poderia ser gasto com alimentação.

Para se ter uma idéia, uma pessoa que utilize apenas duas passagens por dia, durante cinco dias, gasta num mês R$72,00 ( setenta e dois reais). Isso representa 13% do salário mínimo, ou em outros números, 42 litros de leite, 14 caixas de sabão em pó de um quilo, 36 litros de cloro, 24 kg de macarrão, 50 kg de arroz, 57 tubos de creme dental, 130 sabonetes, 100 barras de sabão, 25 litros de óleo e 35 quilos de feijão. Isto em um mês. Para aqueles que gastam quatro passagens (ou seja, utilizam dois ônibus para ir trabalhar e voltar pra casa) esse números dobram.

Caso as passagens de ônibus urbano aumente este ano R$ 0,20, ou seja, deixar de ser R$ 1,80 e passar para R$ 2,00, os gastos mensais podem ser modestos, apenas oito reais a mais. A pessoa passa agastar então R$80,00 mensais de seu orçamento somente em passagem de ônibus. O acréscimo de R$ 0,40 por dia, no final de um ano soma R$ 96,00 ( noventa e seis reais), com esse valor daria para comprar 69 kg de arroz, 46 kg de feijão, 34 litros de óleo, 64 litros de leite, 53 kg de açúcar cristal.

Pode ser que para grandes empresários, principalmente de empresas de ônibus da cidade isto não represente muito diante dos gastos que possuem em manter a frota. A mesma frota que enfrenta ruas esburacadas, sem pavimentação, ou ainda o aumento no valor do combustível, muitas vezes adulterado. Porém a necessidade eterna de manutenção dos carros e pagamento de impostos não cabe mais como justificativa para os aumentos abusivos do transporte coletivo urbano.

A população não pode mais arcar com um ônus que não cabe a ela, que paga seus impostos em dia, na esperança de melhorias para a vida em comunidade, e pouco vê a esse respeito, pelo contrário. Assistimos a cidade a cada dia mais sucateada e os tributos aumentando de forma desproporcional aos salários.

Sem dúvida que Juiz de Fora precisa crescer, não só em desenvolvimento econômico, mas principalmente, em aspectos sociais, e o transporte coletivo urbano é uma das prioridades. Precisamos de boas condições de transporte, com segurança, limpeza, cumprimento de horários, mais ofertas de carros, sem que para isso precise aumentar o valor da passagem.

Se não há alternativa para a melhoria dos transportes sem ser o aumento no valor das passagens dos mesmos, quem sabe a abertura da concorrência de empresas e preços não resolveria o problema? Haja vista que em Juiz de Fora não ocorre tal concorrência há mais de vinte anos, ficando a ASTRANSP como única responsável pelo setor em todas as gestões municipais.

Isso não pode mais acontecer mais em Juiz de Fora! Que a livre concorrência seja um direito da população e um item indispensável no plano diretor municipal, que atualmente só se preocupa com o bom fluxo do trânsito e pavimentação, ou seja, com necessidades muito mais empresariais que popular.

“a fome do cidadão é o lucro do empresário” ( Júlio Câmara)

Um comentário:

Guilherme Carvalho disse...

Uma boa Notícia para a explorada Juiz de fora . segue o link
http://megaminas.globo.com/2011/03/03/empresas-de-transporte-coletivo-de-jf-nao-tem-mais-direito-de-explorar-o-servico