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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O avanço dos sinais sonoros

Há vinte anos as únicas sirenes que eu ouvia era de bombeiros, polícia, ambulância, da escola e de uma fábrica de cosméticos que ficava nos fundos da minha casa, mas com entrada pela rua paralela a minha.

Ontem, uma tarde quente de domingo, numa tentativa de ausentar-me de situações adversas – fofocas familiares realizadas por visitantes – tentei tirar um cochilo. Porém o sono foi interrompido por uma sirene, olhei pra janela, levantei-me e fui em sua direção. No caminho tentei descobrir qual órgão estava ali, quem estava a socorrer quem, o que havia acontecido.
No caminho lembrei-me que eu ainda sou considerada como enfermeira pra quem não entende que deixei isto de lado, é mais uma página virada em minha vida. Então decidi ir à direção do vidro com insufilm, para que ninguém quisesse que eu voltasse páginas no livro da vida. Meio egoísta, mas necessário par ao momento de mudanças: não mexer no que já está concretizado a mudar.

Ao chegar não vi viatura de polícia, nada de bombeiro e tão pouco ambulância. A única movimentação era de uma escavadeira que desterrava um lote vazio na esquina da rua, umas três casas após a minha.

Toda vez que a escavadeira dava ré, a sirene começava a soar. Pensei: Puxa quanta tecnologia irritante!

Ok, concordo que isto serve para alertar desavisados, porém será que todos sabem que a sirene significa que o veiculo está dando ré? Eu só descobri após dez minutos de observação, ou eu sou muito lenta e desinformada, ou todos têm de ter a mesma condição de observar e concluir.
Mas sem dúvida a sirene é irritante. Seria mesmo necessário numa rua sem movimentação de carros e pedestres ter essa sirene ligada? Bem em meio a devaneios sobre a necessidade da sirene, fico a me perguntar sobre tantas outras possíveis necessidades tecnológicas. S]ao tantas que não caberiam em poucas linhas.

Só de início de imaginação, agora já deitada na cama, me deparei com uma situação no mínimo jocosa: a quantidade de senhas que temos de guardar: senha do cartão de crédito, da conta bancária, do alarme de segurança residencial, de email, de cadastro pra ler o jornal local, de jogos, de GPS, etc. UFA! São tantas que preferi fazer um caderninho, pelo menos para aquelas menos importantes como senhas utilizadas na internet para apreciação de sites, cadastros em livrarias, enfim, aqueles que não comprometem em nada a vida em caso de perda. No mais é torcer para não se esquecer das realmente importantes.

Mas o fato de tantas tecnologias e seguranças serem realmente necessárias, isto ainda é muito questionável, a ponto de nos tirar o sono.

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