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sábado, 23 de fevereiro de 2013

DENGUE: Afinal quem paga as contas em JUIZ DE FORA?




O povo! A verdade é essa. Não importa quem não preveniu, ou quem deixou de planejar, quem negligenciou ou quem adoeceu, muito menos quem morreu ou morrerá por dengue. Quem paga o pato, o enterro, as flores e demais contas somos nós!

Não é privilégio de Juiz de Fora apresentar mais registros de casos de dengue nesses dois primeiros meses de 2013 do que todo o ano passado (2012). Várias cidades do país vivem essa triste realidade. E  quem padece é o povo, que ainda é  apontado como único culpado.

Não é apenas nas residências que encontramos foco,  ao passarmos pelas margens do Rio Paraibuna podemos ver  vários copos, garrafinhas ali jogados como possíveis criadouros do mosquito. Será que estão culpando as capivaras que ali residem também? Ao longo da linha férrea idem, além de lixo, mato, podemos ver restos de construções, latas de tintas,  pneus, etc. A culpa são dos trens que não varrem sua “casa”?

Fácil culpar quem não  pode se defender, até por ter culpa também.

Em Juiz de Fora algumas coisas me  inquietam muito sobre o tema, e não diz respeito em especial ao aumento dos registros e caso da doença, mas  em relação ao enfrentamento da mesma. Dizer que ainda não é preciso alarde porque ainda não temos uma epidemia é debochar da gente. Um caso apenas de dengue já é caso de alarde, é falta de educação, de higiene, de prevenção, é assinar que algo está errado no enfrentamento do problema.

Não podemos também cair num  faz de conta e das eternas justificativas de início de gestão, primeiro ano de uma gestão, ano eleitoral, etc.  Aqui em Juiz de Fora temos NOVE vereadores reeleitos; SEIS ex- vereadores, um ex-secretário e um subsecretário no primeiro e segundo escalão da atual gestão,d entre outros funcionários remanejados também para compor a equipe do atual prefeito que era DEPUTADO ESTADUAL pela cidade.

Onde estavam essas pessoas tão preocupadas com o futuro e bem estar da cidade, que não perceberam o descaso com a prevenção da Dengue, o descaso com a saúde, que era vista a olhos nus e denunciada pelo próprio secretário de saúde atualmente, enquanto era vereador?

comparação tosca
Com todo respeito e admiração que tenho pelo secretário de saúde fico estarrecida ao ler o mesmo postar na rede social que demitiu agentes de endemias por não compareceram a uma convocação e não desempenharem a função corretamente, e comparar essa situação ao neurocirurgião que não estava no plantão quando uma menina foi baleada, e devido a demora na cirurgia ela veio a óbito.

Se eu fosse Justus, o diria: “ Você está demitido”. Não pela comparação tosca, mas por ele também ter se omitido do problema enquanto vereador e  presidente da comissão de saúde. 

Projeto de lei e alertar não bastam. Por que ele não gritou aos quatro ventos o descaso com a doença como falou nas redes sociais sobre a não compra de medicação?  Se ele detectou agora que um agente não desenvolveu a atividade de forma plena, por que ele não foi fiscalizar enquanto vereador e presidente da comissão de saúde na câmara,e ra função dele e  prioridade da cidade, não?

Estranho isso, somente enquanto secretário tomou essa iniciativa? Não sei o que é pior: detectar a falha só agora, ou fazer valer seu “poder” agora. 

A campanha contra a dengue na cidade já equivocada e correndo contra o tempo, demitindo agentes  treinados só piora a situação.. 

Equivocada porque não é no período chuvoso que se inicia a campanha contra a doença. Aliás, não há período certo, se queremos acabar com a doença, é combate o ano todo. Ok, o secretário só "entrou" agora na função, mas era vereador, com acesso fácil à secretaria de saúde, e ainda temos que pensar na equipe de transição que poderia colaborar, e muito?

Demitir agentes já treinados em plena campanha, contratar outros e ainda ter de treiná-los é perder tempo. É perder para um mosquito. Se perder para um colega de bancada é ruim, imagine para um inseto?

A atitude de demitir pelos motivos justificados pareceu muito mais uma possibilidade de criar cabides de emprego do que preocupação com a população. Talvez uma advertência, uma punição (não sei se pode, por exemplo, cortar o ponto do dia, perder cesta básica se ganham) seria muito mais coerente e eficaz  que demitir,  contratar e treinar  outros. Mesmo os que foram readmitidos já  voltam desanimados e temerosos.

Agora de quem é a culpa? Somente da população que não cuida de possíveis criadouros da doença?

Parafraseando Renato Russo “mudaram as estações e nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu está tudo assim tão diferente”. E o diferente é um ufanismo descabido e ações paradoxais.

Juiz de Fora tem de ficar esperta, pois vivemos num estágio de tragédias anunciadas.

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