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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sustentabilidade e Política não são o forte de Juiz de Fora




Lamentavelmente sustentabilidade e política não são os fortes de Juiz de Fora, que abre utiliza essas discussões para politicagem e entraves partidários.

A situação só não é mais séria porque temos iniciativas como a II Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável realizada na cidade, uma iniciativa do WXC Banco de Negócios. Um encontro impecável,  que  reflete a competência de quem o organizou.

Infelizmente um evento com pouca participação frente a importância do tema. Algumas centenas de pessoas é um número pequeno diante da grandiosidade  do tema. E isto não foi culpa da organização, da divulgação, do “marketing”, mas do interesse das pessoas, das empresas, dos estudantes, etc.

Como dito no título sustentabilidade muitas vezes em Juiz de Fora fica apenas no discurso, nas paredes. E bem pouco na prática, e aqui entendendo prática como um projeto amplificado e não  ações pontuais.

O pensar sustentável vai além de preservar o ambiente, ou utilizar-se de tecnologias sustentáveis. E acredito que o evento criou condições básicas para isso, desde o material oferecido, no cuidado na escolha do espaço onde foi realizado até na proposta  de discussão.

No entanto,  não podemos esperar que todos tenham um “pensar sustentável” que abarque toda a complexidade da questão. E devemos considerar ainda que muitos possam se aproveitar, justamente, do desinteresse da maioria pelo tema  para emaranhar  discursos mascarados de políticos quando na verdade não passam de politicagens, ou simples interesses empresariais.

Eu não sei se sou muito detalhista, ou algumas pessoas minimalistas. A primeira coisa que me incomodou no evento foi meu sapato: imitando couro de cobra (era sintético), mas ninguém ali era obrigado a saber daquilo. Também quem iria  olhar para meus pés e se preocupar?

Eu me preocupo e isso basta para meu pensar sustentável,  e na sustentabilidade cada detalhe é  muito importante. Depois  me intrigou por que Marcus Pestana e André Zuchi (secretário municipal que representava a prefeitura de Juiz de Fora),  cantaram o Hino nacional de lado para a bandeira? Por que não viraram para a bandeira como os demais da mesa? Enfim será que só importava o que tinha a ver com sustentabilidade?

Enfim, mas foi um dia de notícias de primeira mão, e comemorações para o desenvolvimento econômico e sustentável da cidade. Será?

Primeiro anuncio foi da construção de mais 180 leitos hospitalares na cidade (sem ser de hospital regional e Monte Sinai). Dizem isso com sorrisos nos rostos como se fosse algo maravilhoso.

Mais hospitais são sinônimos de doença e não de saúde. Juiz de Fora só pode saber se tem déficit de leitos hospitalares quando tiver uma atenção primária uniforme, eficiente e eficaz. Caso contrário, e lidar com a saúde de forma paliativa e de montagem em série.

Construir hospitais, com material reciclando, reaproveitando água,  com energia solar, não significa estar atuando de forma sustentável. Mais leitos = mais pacientes = produção de resíduos = mais resíduos = tratamento, etc... além disso demanda papel, medicamentos, equipamentos e nem todos esses aparatos necessários e indispensáveis dentro de uma instituição de saúde são fabricados de forma sustentável.

Como disse pensar de forma pontual não é pensar de forma sustentável, no caso entra ai o quesito políticas de saúde, sustentabilidade desenvolvimento econômico, leis trabalhistas (não adianta  ter um hospital com tecnologia de ponta,  milhares de funcionários e baixos salários).

É não deu para aplaudir.

Outras falas vieram com louvores e aplausos como mereciam. Mas uma em especial me chamou atenção, e embora muitos possam dizer que  serei repetitiva, piegas, não tenho como fugir disto. Mas destaco a fala de Marcus Pestana.

Eu não sou partidária, e muitos sabem bem disto, mas aprendi justamente com um tucano, e não me envergonho disto, a compreender os discursos dentro da realidade do emissor, e não emitir uma opinião radical a partir do meu egoísmo, ou seja da minha emoção, das minhas vontades, mas da razão.

Assim dentro da ideologia que Pestana defende ele foi coerente e contundente, e isto é irrefutável. Independente de eu concordar ou não, e confesso que não concordei com tudo o que o mesmo disse. Mas  é incontestável que  a preocupação ambiental é marginal, e que precisamos de uma adaptação ambiental frente  ao desenvolvimento tecnológico.

Acredito que esse  ponto é a grande sacada  para responder  a questão colocada anteriormente sobre construção de hospitais. E mais ampliar a conceituação usual de “ambiental” e meio ambiente, que muitas vezes a maioria das pessoas pensa apenas nos rios, florestas, ar, etc e as leis que se relacionam diretamente com esses componentes.

Ai entra a outra questão muito bem trabalhada pelo deputado que é a concepção das pessoas sobre o tema. Não podemos infantilizá-las, quando na verdade são apenas sem erudição.

E aqui eu acrescento que é essa falta de conhecimento que leva a temática ser marginal, e abrindo possibilidade para  uma gama de oportunismos, politicagem como a que observamos em todo o pais (e até mundo) a todo momento.

É sinistro pensarmos assim, mas é uma realidade muito próxima de nós. E nosso desconhecimento é tamanho que nos faz comemorar  fantasias sustentáveis como algo benéfico para a cidade. Mas isto é tema para outra oportunidade.

Por hora  fica a dica para pensarmos sustentavelmente em toda a sua complexidade.

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p.s. 1: No título falo sobre política não é forte de Juiz de Fora, como o tema poderia, e vai se estender, deixei para um próximo post, já que não se refere à Conferência, apenas pega carona na sustentabilidade.

p.s. 2: Pois é mais uma vez Marcus Pestana, e ele aparecerá em mais três próximos post dessa semana (no mínimo). eles está na berlinda...

p.s. 3: a conferência foi espetacular, não percam a do próximo ano!

p.s. 4: Peço desculpas pela demora na postagem, minha operadora de conexão à Internet tem me  passado umas rasteiras, e  tive que fragmentar o texto original em três, para não confundir as coisas (temas abordados), então para melhor digestão os publicarei  separadamente, e os demais dependem ainda de algumas pesquisas e/ou ajustes.

2 comentários:

Marcus Pestana disse...

Minha cara Lilian, obrigado pelas palavras estimulantes. Gostei muito de ter participado da Conferência. É um tema absolutamente central.Quanto ao hino a regra de cerimonial correta é as pessoas da mesa se virarem para a platéia. A Nação é acima de tudo seu povo e não seu símbolo. A maioria tem uma informação errada sobre isto e as vezes as autoridades ficam de costas para o povo e de frente para o símbolo. O q não faz o menor sentido.

Unknown disse...

Caro Deputado, ninguém da mesa ficou de costas para o público... bastava um pequeno giro à direita nem precisada ser a 90°; Mas Obrigada pela explicação. Obrigada também pela visita, por várias vezes tento também comentar seus artigos, mas sem sucesso pela falta de espaço onde os leio ( site de divulgação do PSDB)