Lamentavelmente
sustentabilidade e política não são os fortes de Juiz de Fora, que abre utiliza
essas discussões para politicagem e entraves partidários.
A
situação só não é mais séria porque temos iniciativas como a II Conferência
sobre Desenvolvimento Sustentável realizada na cidade, uma iniciativa do WXC
Banco de Negócios. Um encontro impecável,
que reflete a competência de quem
o organizou.
Infelizmente
um evento com pouca participação frente a importância do tema. Algumas centenas
de pessoas é um número pequeno diante da grandiosidade do tema. E isto não foi culpa da organização,
da divulgação, do “marketing”, mas do interesse das pessoas, das empresas, dos
estudantes, etc.
Como
dito no título sustentabilidade muitas vezes em Juiz de Fora fica apenas no
discurso, nas paredes. E bem pouco na prática, e aqui entendendo prática como
um projeto amplificado e não ações
pontuais.
O
pensar sustentável vai além de preservar o ambiente, ou utilizar-se de
tecnologias sustentáveis. E acredito que o evento criou condições básicas para
isso, desde o material oferecido, no cuidado na escolha do espaço onde foi
realizado até na proposta de discussão.
No
entanto, não podemos esperar que todos
tenham um “pensar sustentável” que abarque toda a complexidade da questão. E
devemos considerar ainda que muitos possam se aproveitar, justamente, do
desinteresse da maioria pelo tema para
emaranhar discursos mascarados de
políticos quando na verdade não passam de politicagens, ou simples interesses
empresariais.
Eu
não sei se sou muito detalhista, ou algumas pessoas minimalistas. A primeira
coisa que me incomodou no evento foi meu sapato: imitando couro de cobra (era
sintético), mas ninguém ali era obrigado a saber daquilo. Também quem iria olhar para meus pés e se preocupar?
Eu
me preocupo e isso basta para meu pensar sustentável, e na sustentabilidade cada detalhe é muito importante. Depois me intrigou por que Marcus Pestana e André
Zuchi (secretário municipal que representava a prefeitura de Juiz de
Fora), cantaram o Hino nacional de lado
para a bandeira? Por que não viraram para a bandeira como os demais da mesa?
Enfim será que só importava o que tinha a ver com sustentabilidade?
Enfim,
mas foi um dia de notícias de primeira mão, e comemorações para o
desenvolvimento econômico e sustentável da cidade. Será?
Primeiro
anuncio foi da construção de mais 180 leitos hospitalares na cidade (sem ser de
hospital regional e Monte Sinai). Dizem isso com sorrisos nos rostos como se
fosse algo maravilhoso.
Mais
hospitais são sinônimos de doença e não de saúde. Juiz de Fora só pode saber se
tem déficit de leitos hospitalares quando tiver uma atenção primária uniforme,
eficiente e eficaz. Caso contrário, e lidar com a saúde de forma paliativa e de
montagem em série.
Construir
hospitais, com material reciclando, reaproveitando água, com energia solar, não significa estar
atuando de forma sustentável. Mais leitos = mais pacientes = produção de
resíduos = mais resíduos = tratamento, etc... além disso demanda papel,
medicamentos, equipamentos e nem todos esses aparatos necessários e
indispensáveis dentro de uma instituição de saúde são fabricados de forma
sustentável.
Como
disse pensar de forma pontual não é pensar de forma sustentável, no caso entra
ai o quesito políticas de saúde, sustentabilidade desenvolvimento econômico,
leis trabalhistas (não adianta ter um
hospital com tecnologia de ponta, milhares
de funcionários e baixos salários).
É
não deu para aplaudir.
Outras
falas vieram com louvores e aplausos como mereciam. Mas uma em especial me
chamou atenção, e embora muitos possam dizer que serei repetitiva, piegas, não tenho como
fugir disto. Mas destaco a fala de Marcus Pestana.
Eu
não sou partidária, e muitos sabem bem disto, mas aprendi justamente com um
tucano, e não me envergonho disto, a compreender os discursos dentro da
realidade do emissor, e não emitir uma opinião radical a partir do meu egoísmo,
ou seja da minha emoção, das minhas vontades, mas da razão.
Assim
dentro da ideologia que Pestana defende ele foi coerente e contundente, e isto
é irrefutável. Independente de eu concordar ou não, e confesso que não
concordei com tudo o que o mesmo disse. Mas
é incontestável que a preocupação
ambiental é marginal, e que precisamos de uma adaptação ambiental frente ao desenvolvimento tecnológico.
Acredito
que esse ponto é a grande sacada para responder a questão colocada anteriormente sobre
construção de hospitais. E mais ampliar a conceituação usual de “ambiental” e
meio ambiente, que muitas vezes a maioria das pessoas pensa apenas nos rios,
florestas, ar, etc e as leis que se relacionam diretamente com esses
componentes.
Ai
entra a outra questão muito bem trabalhada pelo deputado que é a concepção das
pessoas sobre o tema. Não podemos infantilizá-las, quando na verdade são apenas
sem erudição.
E
aqui eu acrescento que é essa falta de conhecimento que leva a temática ser
marginal, e abrindo possibilidade para
uma gama de oportunismos, politicagem como a que observamos em todo o
pais (e até mundo) a todo momento.
É
sinistro pensarmos assim, mas é uma realidade muito próxima de nós. E nosso
desconhecimento é tamanho que nos faz comemorar
fantasias sustentáveis como algo benéfico para a cidade. Mas isto é tema
para outra oportunidade.
Por
hora fica a dica para pensarmos
sustentavelmente em toda a sua complexidade.
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p.s. 1: No título falo sobre política não é forte de Juiz de Fora, como o tema poderia, e vai se estender, deixei para um próximo post, já que não se refere à Conferência, apenas pega carona na sustentabilidade.
p.s. 2: Pois é mais uma vez Marcus Pestana, e ele aparecerá em mais três próximos post dessa semana (no mínimo). eles está na berlinda...
p.s. 3: a conferência foi espetacular, não percam a do próximo ano!
p.s. 4: Peço desculpas pela demora na postagem, minha operadora de conexão à Internet tem me passado umas rasteiras, e tive que fragmentar o texto original em três, para não confundir as coisas (temas abordados), então para melhor digestão os publicarei separadamente, e os demais dependem ainda de algumas pesquisas e/ou ajustes.
p.s. 2: Pois é mais uma vez Marcus Pestana, e ele aparecerá em mais três próximos post dessa semana (no mínimo). eles está na berlinda...
p.s. 3: a conferência foi espetacular, não percam a do próximo ano!
p.s. 4: Peço desculpas pela demora na postagem, minha operadora de conexão à Internet tem me passado umas rasteiras, e tive que fragmentar o texto original em três, para não confundir as coisas (temas abordados), então para melhor digestão os publicarei separadamente, e os demais dependem ainda de algumas pesquisas e/ou ajustes.
2 comentários:
Minha cara Lilian, obrigado pelas palavras estimulantes. Gostei muito de ter participado da Conferência. É um tema absolutamente central.Quanto ao hino a regra de cerimonial correta é as pessoas da mesa se virarem para a platéia. A Nação é acima de tudo seu povo e não seu símbolo. A maioria tem uma informação errada sobre isto e as vezes as autoridades ficam de costas para o povo e de frente para o símbolo. O q não faz o menor sentido.
Caro Deputado, ninguém da mesa ficou de costas para o público... bastava um pequeno giro à direita nem precisada ser a 90°; Mas Obrigada pela explicação. Obrigada também pela visita, por várias vezes tento também comentar seus artigos, mas sem sucesso pela falta de espaço onde os leio ( site de divulgação do PSDB)
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