Há quatro dias postei aqui no
blog o texto “Pestana em 45 segundo”. O texto se referia a um vídeo, no qual o
deputado discursava num comício durante as eleições municipais da cidade de
Pequeri em 2012. O vídeo foi divulgado na Internet com intuito de divulgar que
Marcus Pestana durante o discurso incentivava a venda de votos.
Não se pode negar que, de certa forma, houve sim um incentivo
de votos. Porém o contexto não era exatamente este, e trouxe uma espécie de
mensagem subliminar. É preciso antes de falar a respeito, que campanha
eleitoral não é algo pontual, mas parte de um processo. Assim o vídeo não pode
ser descontextualizado, e apenas apontar que houve incentivo em compra de
votos.
A primeira consideração é que o comício
se deu numa cidade cuja disputa estava bem polarizada, embora existisse um
terceiro candidato. É importante considerar o descontentamento da cidade com
relação à atual gestão, a qual tentou reeleição. E em cidade pequena é possível
saber isto facilmente. Assim bastava a oposição estudar um bom nome e assim
vencer as eleições.
Já nas primeiras pesquisas a
campanha de Pequeri começou a se delinear de forma não muito favorável a
posição. Assim eles precisavam se armar. Só que a posição é tucana. E o PSDB é
um partido extremamente articulador, que provoca o adversário, mas de forma
discreta, bom de discurso e convencimento. Atacam, mas não de forma escachada,
criam situações não de forma muito clara. E assim conseguem reverter a
situação a seu favor.
A intelectualidade é marca
registrada também dos tucanos, eles jamais “cairiam no braço”, soltam uma
“piada”, algo no ar, para os adversários caírem e assim conseguem
manipular a situação de forma a colocar o adversário em maus lençóis. O exemplo
mais público disso foi o que o Aécio fez
com Dilma.
E não foi diferente com relação
ao vídeo citado no início do texto. Pestana falou para não venderem a
consciência no início, mas depois diz que se tiver apertado até aceita o
dinheiro, mas votar no Raul. Ora vejamos
ele falou não em tom interrogativo, mas afirmativos, dando certeza. E pediu
para votar no Raul, enganando o comprador. Raul era candidato a prefeito, e sé
ameaçava verdadeiramente a um candidato nas urnas. Veja, ele fala para aceitar
e votar no Raul, quem poderia gastar dinheiro para isso? A população correria
para tentar ganhar o seu e eles pegarem um baita furo. Ou então poderiam apenas
desistir de votar em Joaquim por corrupção.
Mas o que deu errado para eles não
ganharem? Eles se esqueceram da elitização intelectual... nem todos captam o
discurso deles. Mas são bons e melhores no que fazem.
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