Tentei ao longo da semana passada
reunir algum material para falar do amadorismo que se fantasia de desespero nas
redes sociais com relação à campanha eleitoral de 2012, orem tive de me
policiar, e no final de semana decidi parar, já que não teria material para um post, mas para um livro ou
mais.
Durante uns dias falei aqui de
estratégia de campanha virtual, de ameaças, de pesquisas, de comportamento de
militantes, e muitos outros assuntos. Hoje estarei falando disso tudo, mas
mostrando na prática.
Para começar vou falar das
campanhas que se encerram para conscientizar a população. Em determinado
dia lançaram na internet a imagem ao lado, sem nomes de quem
está na imagem, e questionando se o candidato não fala da “turminha”. Será que
todas as pessoas sabem quem são só de olhar a imagem? Então não faz sentido
algum!
Os partidos, que têm seus
candidatos majoritários nas três primeiras colocações nas pesquisas, entraram
numa postura um pouco incoerente, que realmente não faz sentido algum. Não há
outra explicação para o que fazem, querem impressionar por números, e não
por qualidade. E para isso vale tudo:
curtir a si mesmo, curtir somente coisas do próprio partido, publicar campanha
em grupos com objetivo definido que não
seja eleições, política ou livre debate, criar perfis, etc.
Veja esses exemplos: o PSDB publica e a maioria das curtidas são deles
mesmos. Isso sintetiza algo bem simples: a estratégia digital deles é fazer
volume, mostrar que estão sendo lidos e
estão sendo curtidos, mas só gente deles? Isso não faz sentido.

O PSDB inovou na campanha, e em seu comitê central disponibilizou computadores numa chamada Lan45, para que as pessoas pudessem usar para exteriorizar seu apoio ao candidato. Mas pelo visto somente militantes (não sei se de forma voluntária, se filiados ou não ao partido) freqüentam o local para trabalharem para o então candidato. Só que eles postam compulsivamente coisas que o candidato fez enquanto prefeito, ai quando questionamos algo, respondem com mais “feitos”. Ora eles estão em rede social e não num fotolog, e ainda me justificaram que não estão num grupo de discussão para debater. Isso definitivamente não faz sentido, desconhecem os instrumentos, a funcionalidade, os conceitos todos e acaba de falar que não está ali para debate e vem brigar no reservado porque foi expulsa em meio a discussão que eu não soube debater? Ela tinha acabado de falar que não estava ali para isso...
Outro trabalhador da Lan45 me pediu propostas ao invés de apresentar a proposta de quem realmente é candidato, sendo que as reuniões temáticas do candidato já passaram, e tudo para fugir ao debate: Isso não faz sentido algum.
Não faz sentido também algumas publicidades elaboradas para divulgação, e passam aperto os militantes. Que tipo de formação um centro cultural poderia oferecer além de humana? Será que existe centro cultural para formação animal? Bem nem precisaria muito, pois o comportamento de uns é meio duvidoso.
Qual o sentido de publicar
campanha eleitoral em um grupo de compra e venda de imóveis? E a publicação nem sequer tratava de
ocupação de solo, resíduos da construção
civil, ou algo relacionado.
Rede social realmente não é local para quem tem humor inflamado de paixões. Não importa o que aconteça se não leu o pau comeu... Esquecem que internet existe um servidor de hospedagem, e que esse servidor precisa de manutenção, aprimoramento, atualizações. Ao primeiro “bug” saem acusando a todos de terem apagado, o importante é culpar alguém difamar o adversário. Em meio a problemas técnicos no Facebook, já vem militante estressado, sendo que muita gente reclamava dos problemas enfrentados com o site na semana passada, e inclusive nota de esclarecimento no próprio grupo. Em outros espaços pessoas falavam até que o computador tinha sido invadido... Mania de perseguição é comum em períodos eleitorais.
E a prática de responder a post
com vídeos, links sem nenhum comentário, e quando tem é
aquele discurso cansativo de neoliberalismo,
de muitos termos técnicos da área econômica, etc? Onde as pessoas gostam
de ler isso, muitos que estão em rede social se preocupam mais com aos chavões
da novela do que com política, de que adianta tentar argumentar algo uma entrevista, uma obra com post desse tipo?
Não tem sentido também.
Assim posso concluir dizendo que
o desespero em estar em evidência, denuncia
o amadorismo assustador de muitos com redes sociais, demonstrando que a experiência com campanhas
tradicionais não resolvam para absolutamente nada na virtualidade, e que esses
deslizes muitas vezes são captados de forma negativa ao candidato que se
defende.
Essa situação de amadorismo,
logicamente, é reversível. No entanto,
me lembra muito o período que começamos a ser alfabetizados, e a professora tem
de pegar em nossas mãos para aprendermos o contorno das letras.
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