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sábado, 4 de agosto de 2012

Eleições na rede I




Quando eu digo que bolinha de gude é algo sério ninguém acredita. Uma simples brincadeira de moleque, que muitos podem dizer que sabem, mas bem poucos têm a malícia, a experiência prática. Ter técnica teórica só não basta.

Na política, e  em especial em campanha eleitoral da Internet, não é diferente.  Pode-se ter o maior conhecimento em comunicação digital,  em marketing digital, em  ferramentas de redes sociais, etc. que nada disso adiantará se não tiver a vivência e  contextualização política nas mesmas.

Digo isso porque  este ano com a permissão de campanhas em redes sociais, alguns candidatos parecem perdidos, uns por desconhecimento, outros por  desespero, e outros  de forma consciente, mas não vislumbram outra forma de o fazer.

Aqui neste post darei ênfase em uma situação que me envolveu nos últimos três dias, e sei que depois deste post durará ainda, talvez até depois da eleição.

Na quinta feira  estive presente em uma reunião no comitê central do candidato do PMDB Bruno Siqueira, a qual debateria temas como mobilidade, uso do solo,  habitação, infra-estrutura viária, patrimônio construído e natural, saneamento e meio ambiente.

Ao sair da  reunião teci minhas críticas sobre a mesma com a equipe (primeiramente) e depois na Internet num grupo de discussão no Facebook, como faço  sempre quando os eventos que vou tem conteúdo de interesse coletivo, como foi o caso.

Acredito que minhas palavras não tenham agradado muito, uma vez que recebi uma mensagem privada justificando pontos que eu critiquei – posteriormente troco amiúde esse fato. Porém o que me chamou atenção não foi em si a justificativa, mas como ela se deu., pois demonstrou que quem a fez não conhece o processo político, desconhece o candidato, estratégia de campanha, e não tem vivência na rede, as malícias.

Você que está lendo esse texto agora deve estar perguntando quem é essa pessoa que me respondeu, não é mesmo? Pois é eu também não faço a mínima idéia. E o pior depois que eu coloquei no grupo de discussão sobre anonimato veio me justificar que o perfil pelo qual me respondeu, que apresenta-se como “Equipe Bruno”, diz ser oficial, assinado pela equipe de comunicação. Mas quem é a equipe de comunicação? Quem é o presidente, coordenador, responsável por essa equipe?  

Muitos dirão ah isso não tem nada a ver, como eles mesmos colocaram a mim, dizendo estão de acordo com as leis do TSE. Ora mas e as legislações que envolvem a internet? Lembrando que no caso em questão trata-se do Facebook, e a legislação é  de onde está o provedor do site. E não apenas brasileira. E sem nenhum dado ou descrição o perfil é tido como anônimo, em linguagem virtual: é fake!

Ora se está assinado e é oficial, onde está esse comunicado? Pois no perfil não há descrição nenhuma, como deveria ter. Aqui cabe entrar coma  experiência de redes sociais, que não é ensinada em escola, curso algum. Se formos vasculhar no site onde a conversa supracitada se deu, encontramos no grupo Amigos do Bruno Siqueira JF, uma pessoa que se tornou administrador do grupo na quinta feira as 15:40h, pela então assessora de comunicação do candidato na assembléia. Indo no perfil desse novo administrador do grupo, descobrimos que ele trabalha e é sócio numa empresa de comunicação digital. Então não é muito difícil de descobrir quem está por trás, mas não há comprovação, nem ninguém afirmando nada a respeito, nem sequer se existe mesmo essa equipe oficial. Isso é apenas engenharia social pra suprir uma falha de campanha.

No entanto, nem todos têm esse conhecimento, que só se adquire com anos de experiência e frequência em várias redes sociais.


Da reunião

Anteriormente eu citei uma reunião, a qual fez algumas críticas, e que culminou em um contato do perfil Equipe do Bruno a mim pelo Facebook. Pois bem, a reunião como relatei acima falou sobre alguns temas.

Minhas críticas foram  sobre a organização das falas,  pessoas com falas longas, outras passando a frente de outras para falar e  explicar algumas situações, e quando solicitei pela segunda vez a palavra para explicar alguns pontos relevantes que modificariam muitos discursos e propostas ali,  me foi solicitado a aguardar pois seria a segunda vez, e pessoas ali falando duas três vezes. Eu, sinceramente, desisti de esperar, a hora avançava e via que ali não adiantava muito falar algumas coisas, pois o desconhecimento estava generalizado.
Obviamente que o candidato não tem culpa disso. Porém a abordagem de vários temas num só dia  impede que uma melhor organização seja feita. Por exemplo, quando se aborda apenas  infra estrutura viária e mobilidade, é possível escolher um mediador que  conheça o assunto e esteja mais atualizado.

Com a abordagem de muitos temas um só mediador não dá conta de ser atualizado. O papel do mediador não é apenas  organizar as falas, mas  nortear o debate. Perdeu-se tempo falando de construção de novo cemitério, quando já existe um em construção, mesmo com problemas na justiça de ordem ambiental. Perdeu-se tempo falando morosidade em aprovação de projetos,  modernização de equipamentos no órgão competente para essas aprovações,  em demanda, para a Supram sem uma representação do órgão na cidade ( o que o próprio Bruno já resolveu há um ano), bota fora da construção civil, etc. quando tudo isso já tem ações a serem implementadas, que só não ocorreram ainda devido a proibição em época eleitoral. Perdeu-se tempo  debatendo propostas, situações que já há  planejamento para resolvê-las.

E infelizmente, não me foi dada a oportunidade disso. Logo a importância de se trabalhar temas individuais com mediador técnico para que essas questões. Convidar pessoas chaves que estejam mais engajadas no dia a dia político, para que  num caso como este a militância, os simpatizantes não saiam por ai falando sobre propostas ultrapassadas. E pessoas indecisas, mas conhecedoras do processo não desanime pela falta de organização, e eficiência das reuniões.

 Uma breve reflexão (pessoal) sobre assessoria de comunicação

Eu não poderia deixar de fazer essa breve reflexão, uma vez que os fatos citados nesse texto tem  relação com a questão assessoria de comunicação seja ela virtual impressa. Enfim assessoria de uma forma geral. Em uma campanha, ou já quando eleito, quando se contrata uma assessoria de comunicação, deve-se tomar cuidado para que este serviço não distancie quem será assessorado com a própria imagem dele.

O Bruno Siqueira, enquanto político e candidato, tem características marcantes que com esses dois contatos de ontem e hoje distanciaram muito da imagem dele, da especificidade que ele possui. E isso é complicado, para não dizer um tiro no pé, perigoso, pois quem o assiste, o ouve  tem uma percepção dele, e depois lendo terá outra. Um público esclarecido consegue diferenciar, mas uma grande massa não. O que se lê, o que se ouve, o que se vê será um único candidato. E uma pessoa não se elege apenas com votos de pessoas esclarecidas, técnicos e especialistas.

Quando conheci o Bruno em maio de 2012 (pessoalmente), uma das primeiras coisas que lhe falei foi que ele apertava a mão firme. Isso porque muitos falam da fragilidade, imaturidade dele e superficialidade, percebida até num apertar de mãos. Ao passo que conversando ele demonstrou totalmente o inverso, e a assessoria que conversou comigo nos últimos dois dias, certamente não foi a mesma que já o acompanha a mais tempo na assembléia, enfatiza a figura do Bruno  inseguro,  imaturo, superficial.



Não poderia deixar de comentar que se a engenharia social descrita anteriormente se confirmar, a respectiva empresa é a responsável pela assessoria de comunicação digital, virtual, ou o que for, do Bruno Siqueira nessas eleições, é um caso mais preocupante ainda. Pois em sua apresentação, no próprio site da empresa, tem lá “a empresa mais on line na internet”, e demoraram quase 24 horas para me responder, considerando que mandaram a primeira mensagem em horário comercial, e em tempos de eleição não há como ter muitos sábados e domingos.

Lógico que não perdi a oportunidade de dar uma mera fuçada no site da empresa. Como contratar uma empresa que não tem em seu portfólio nada, absolutamente nada ligado à política (partidária campanha política etc)? E sei lá viu, nos tempos de hoje pegar empresa muito ligada à UFJF e Henrique Duque... Parece muito mais uma corrida pelos passos do PT do que tudo. Espero estar enganada e a empresa ser idônea.



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