Só por hoje não quero ouvir sobre o odor fétido da política que se estabeleceu na cidade, no estado no país, nem mesmo sentir, só por hoje talvez.
Talvez amanhã, ou outro dia isso tudo passe, mas a priori não quero saber em qual rua corre esgoto a céu aberto, qual rio está mais poluído, qual local está virando depósito de lixo a céu aberto. Não quero saber de feridas abertas em filas de espera, ou de corpos apodrecendo em IML.
Não peço um mundo de fantasias, no qual uma carruagem me busca à meia noite e segue para o destino da felicidade. Quero o meu direito de ficar em um ponto de ônibus sem medo de ser assaltada, agredida ou até violentada.
Não quero luxo nem lixo, apenas o que é justo, tão justo quanto eu pago meus impostos em dia, acreditando na promessa de que a saúde pública irá melhorar ou a educação.
A mesma crença que deposito nas urnas a cada dois anos, e que já no primeiro semestre seguinte me arrependo, e fico frustrada pela minha incapacidade de decidir o correto. Mas qual seria o correto?
Quem está certo? Os políticos que nos representam e acreditam que ganhando mais vão trabalhar mais e fazer o que quiserem com o meu dinheiro, com o nosso dinheiro, sem ao menos perguntar-nos: é isso que vocês querem?
Talvez só por hoje não quero ouvir o chavão que a saúde pública está no CTI, não ela não está, os titãs nos dizem “o pulso ainda pulsa”, enquanto houver pulso há vida, se há vida há esperança.
Também não quero ouvir o canto dos pássaros, nem o som das águas do mar, não quero a passividade. Quero uma cidade limpa, escolas funcionando, trabalhadores com salários justos, quero um sistema político funcionando conforme o desejo do povo.
Não quero nada demais, quero o que é meu e de todos os brasileiros que pagam seus impostos por direito, agora é dever do Estados nos devolver em benfeitorias.
Eu faço a minha parte!
Então talvez por nunca mais queira mais ouvir, falar ou escrever nada sujo que observamos na política, porque agora saio da passividade e entro na ação!
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