Era dia de Festa num pequeno povoado, ainda de costumes rurais. Iria chegar de viagem a filha de um dos homens mais ricos daquela cidadezinha, e todos se preparavam para a festança. A família de Virgínia não queria se atrasar e todos gritavam pela moça que cismava em brincar correndo por entre as flores. Todos já estavam prontos, parados à porta, quando perceberam que Virginia ainda estava no banho. Com pressa seu pai preparou uma charrete e indicou a filha que fosse depois, mas que antes fechasse bem a porta de casa. Virginia nem ousou correr, continuou a cantarolar durante o banho. Após, colocou um lindo vestido azul, laços de fita na cabeça, arrumou uma cesta de flores e frutas e foi em direção à igreja. A estrada era de terra e cheia de buracos, mas nem isto retirava o bom humor da moça.
Em dado local da estrada ela Virgínia pode ouvir ao longe grito de socorro, era uma mulher, ela parou olhou a sua volta e a pé foi seguindo o som. Se deparou com um enorme buraco em um atalho paralelo à estrada, lá estava uma mulher pedindo socorro, a mesma parecia ter caído no buraco e estava machucada.
Sem pensar muito, a moça correu até a charrete abriu uma caixa de utensílios que seu pai mantinha no transporte, pegou uma pequena corda e retornou para salvar a moça, antes de jogar a corda, jogou um pano, água para que a moça pudesse se acalmar. Jogou a corda. E apesar de certa dificuldade conseguiu resgatar a mulher.
A recostou numa arvore, deu-lhe mais água, limpou seu rosto. Após perceber que a mulher estava mais calma, perguntou se queria que a levasse em algum lugar, como foi feito. Ajudou a mulher a subir na charrete, e a levou. No caminho continuava a cantarolar, sentindo o vento em seu rosto, ofereceu frutas a convidada e foi seguindo o caminho que se tinha de fazer.
A mulher intrigada, perguntou se ela não iria perguntar o que tinha acontecido. Virginia com um sorriso no rosto disse que não lhe importava o que tinha acontecido que a prioridade dela naquele momento era ajudá-la. Chegou a uma fazenda, deixou a mulher e partiu de volta para sua casa.
Ao chegar a casa, percebeu sua família triste, e cabisbaixa, não houvera festa, a moça que iria chegar, não chegou, e com isto perderam dia de trabalho para se prepararem para a festa, o que atrasaria algumas entregas, acabaram não trabalhando e nem tendo diversão.
Mas Virgínia permanecia tranquila satisfeita. Afinal ela se dedicara o tempo suficiente em cada atividade que escolheu, ponderou o que era importante, conseguiu estabelecer as prioridades sem deixar o egoísmo e o egocentrismo tomar conta de si.
Dias depois, veio a saber que a moça que ajudara era a tão esperada para a festa que nunca aconteceu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário