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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Não temos mais poetas


Calma! Isto não é uma generalização, tão pouco estou esquecendo a memória e todo legado de obras de poetas consagrados que conhecemos. Tão pouco desmerecendo qualquer pessoa. Apenas fazendo uma referência cultural, da bagagem dos nossos atuais poetas, da formação cultural dos mesmos. Logicamente que salvo ai exceções, que não cabe aqui destacar nomes, pois pode-se correr o risco de esquecer alguém, o que seria injustiça.

Poetas por excelência, mas principalmente por competência está em extinção. Ser poeta transcende a facilidade de brincar de rimar palavras. É preciso ter estilo, conhecer gêneros literários, ter referencial. Ser capaz de concretizar o abstrato, numa dança métrica embriagante, que vicia o leitor, fazendo-o querer mais e mais.

O escrever sobre os próprios sentimentos, com rimas fracas, sem um estilo ou métrica, não é ser poeta. É ser simplesmente sentimentalista, ter o dom da escrita. Escrever poesia vai além de ter sentimentos, é preciso conhecer o sentimento do mundo, ter conhecimento, saber ao menos a diferença entre prosa, poesia e poema, ou citar um poeta diferente de Drumond. Talvez essa escrita aleatória de sentimentos próprio possa ser chamado até mesmo de terapia.

Ora por que então chamar de poeta? Simplesmente pela falta de vocábulo apropriado para tal. E já que os textos se parecem visualmente ( apenas visualmente ) com poesias, chamamo-los de poetas.

Cabe aqui dizer que o trabalho realizado pelos “pseudo-poetas” - vamos aqui assim denominas para melhor compreensão – não são trabalhos ruins, tão pouco merecem esquecimento. Podem até mesmo apresentar um esboço poético ( seguir estilo literário, métricas, etc.), têm sua beleza particular, ainda mais quando vislumbramos a dificuldade de traduzir em palavras o nosso sentimento, é difícil falar de sentimentos, não é algo banal, fácil, imagine exteriorizar os próprios sentimentos para outros lerem?

Alguns desses trabalhos podem até se enquadrar em alguns estilo, ter a chamada “roupagem” poética anteriormente já citada. Acontece não por conhecimento do autor, mas por coincidência, ou até por tentar imitar algum referencial corretamente, e realmente poético.

Ser poeta vai além de meros sentimentalismos, é conseguir escrever com a alma sobre emoções no cadernos da razão.

P.s: se você nãos e sentiu ofendido com o texto você é poeta!

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