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sábado, 3 de abril de 2010

De médico e louco, todo mundo tem um pouco

Quando ouvia a expressão de que de médico e louco todo mundo tem um pouco, acreditava que se referia ao fato de realizarmos atos inusitados, extravagantes, que não faz parte do nosso cotidiano e que em um estado de equilíbrio mental ninguém o faria. Assim como todos nós algum dia já receitou algo pra alguém, nem que seja um chazinho ou uma massagem com alguma pomada.

Se analisarmos pelo lado da bipolaridade de humor, patologicamente falando, e considerarmos que transtorno bipolar é loucura, nós somos loucos alguma vezes, afinal ninguém é 100% estável emocional e racionalmente a todo o momento da vida.

Quem não fica feliz com uma boa notícia, e exagera na comemoração? Quem nunca desejou dar uns tapas em alguém que te faz raiva, ou discutiu ferozmente com alguém que foi contra seu ponto de vista? Quem nunca gastou mais do que podia para satisfazer o ego ou um simples desejo? Quem nunca respondeu com indiferença e ironia uma pessoa, se sentiu o último do mundo, feio, e quis se isolar para pensar na vida? Quem nunca quis morrer num momento difícil, ou pelo menos bebeu demasiadamente, e comeu em excesso para extravasar a ansiedade? Enfim quem nunca exagerou numa emoção.

Pensando assim podemos afirmar com precisão que todos nós somos bipolares, temos emoções e razão, que oscilam conforme as situações vividas. Assim como somos cardíacos, nossos corações batem diferentes a cada situação: num exercício físico acelera, ao descansar diminui o ritmo.

Quando a pessoa percebe esse ritmo acima do normal, ela para e descansa, ou então o professor, personal trainner, ou outro profissional correspondente,  e o orienta a parar e descansar um pouco.

Tal como o coração, na mente acontece o mesmo. Umas pessoas conseguem dosar o equilíbrio da mente, das emoções e razões, outros não. Uns conseguem exagerar e saber a forma como reequilibrar, outros não. E neste patamar que se insere o profissional em saúde mental: na busca por caminhos, alternativas que favoreçam o reequilíbrio mental, às vezes é necessário ajuda de medicamentos para ajudar o organismo, a parte física que se desequilibra também.

Concluo então afirmando que todos nós somos bipolares, e temos condições de sermos médicos também: na busca de caminhos para reequilíbrio mental, quer seja sozinhos ou com ajuda profissional.

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