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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O caminhar

Às vezes enquanto caminhamos nos encontramos à margem de um rio, e vemos do outro lado do leito uma linda rosa, a qual passa ser nosso objeto de desejo. Reconhecemos que o único jeito de ter aquela rosa é atravessando o rio. Porém as águas são geladas, temos apenas uma muda de roupa e o dia está frio.


Frustramo-nos ao percebermos que não temos coragem para ir buscar nosso desejo, que a única oportunidade de conseguirmos a rosa é praticamente impossível. E essa frustração nos cega a ponto de não vislumbrarmos mais nenhuma oportunidade de ter a rosa. Desistimos, e continuamos a caminhar, por outra direção, damos voltas e mais voltas, porém sem motivação, no intuito apenas de continuar a caminhada.


Eis que de repente paramos e olhamos onde estamos e ali aos nossos pés está àquela mesma rosa, e logo após ela o leito do rio. Percebemos que chegamos ao nosso objetivo, que havíamos desistido lá trás. Não entendemos como chegamos ali, sem mesmo nos molhar.


Daí, resolvemos voltar e refazer o caminho. Descobrimos que passamos por lugares que havia rosas iguais àquela, ou ainda mais belas que ela, e nem sequer percebemos. Percebemos que na menor dificuldade esquecemo-nos das variáveis que podem existir: caminhos alternativos, outras possibilidades de conquistas, outros objetos melhores ou semelhantes.


Mas o caminhar não foi em vão. Não houve perda de tempo em fazer um outro caminho mais longo e sem objetivo. Podemos dizer que foi uma jornada de aprendizagem: aprendemos a caminhar sem objetivos, e obtermos resultados mesmo assim; que é possível continuar, mesmo após a frustração; que a busca por algo não se encerra em lutar para conseguir vencer uma única possibilidade, mas consiste em utilizar os instrumentos que se tem para descobrirmos novas possibilidades.

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