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terça-feira, 31 de março de 2009

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Às vezes observando certas atividades da sociedade me espanto como as pessoas podem banalizar determinadas situações, e muitas vezes sem terem noção da complexidade do assunto, limitando a atuação em apenas objetivos especificamente simplistas, desorientados na amplitude da necessidade social
Cabe aqui ressaltar que essa banalização não se refere a descaso, mas simplesmente um ignore da complexidade das situações.
Pessoas iniciam atividades, sem um mínimo de preparo para tal, e passam a formar, quer seja profissionalmente, quer seja socialmente, sem se preocuparem com as atividades que estão realizando, o que interessa no momento é o reconhecimento, retorno da atividade e o status que ela pode acarretar.
Vejo por amigos meus que vão dar aula, orientam estudantes em pesquisa, sem nunca ter feito uma, no máximo um trabalho de conclusão de curso que nada mais é do que uma reunião de pensamentos de autores culminando em uma pesquisa de campo que vai demonstrar valores ou qualidades já apresentadas pelos autores de referência. Falta a crítica e o estudo pessoal de quem faz a pesquisa ou trabalho.
Outras vezes vão trabalhar numa área sem o mínimo de preparo, como observamos vários professores de saúde mental na enfermagem, sem ter feito uma pós graduação na área, trabalhado, ou pelo menos ter tido um transtorno, mesmo que fosse uma depressão pós parto para ter experiência, além de quatro meses de aula na faculdade, que se resumem em no máximo quarenta a sessenta aulas ou duzentas horas de saúde mental. Isso sendo boazinha, pois já tive informações de ser saúde mental junto com psiquiatria não mais que cinqüenta horas em quatro anos, pois esse conhecimento raramente é utilizado em outra disciplina, haja vista a fragmentação curricular que enfrentamos.
Mas não é só na saúde e com profissionais graduados que nos deparamos com essas situações. Estive observando a demanda que algumas religiões tem e sequer se dão conta da situação.
Em alguns centros espírita várias pessoas chegam com queixa de sofrimento, de querer morrer, de estar tudo dando errado, está desistindo, acha que fizeram trabalho para ela, que alguém lhe está fazendo mal, etc. . A orientação que recebem é que façam banhos, trabalhos para desamarrar tudo, para retirar mal olhado, etc. quando na verdade já estão com depressão e até sintomas persecutórios.
Em outras situações pessoas são chamadas a realizar uma atividade na qual se deparam com situações que demandam atenção, encaminhamentos a outros profissionais e até crime. É o caso de religiões, ONG’s que realizam atividades na sociedade, em meios carentes e diretamente com grupos de apoio. Elas as vezes presenciam situações que consideram normais, engraçadas e não percebem a complexidade ( e até perigo da situação).
Exemplo disso é uma tia minha que foi chamada para ser catequista, não recebeu orientação nenhuma a não ser a grade de horários e temas a trabalhar. Porém não foram treinados ou capacitados para lidar com os temas, mesmo os de ordem religiosa, nem sequer passaram por uma seleção, quem quer dar catequese, agora vai lá e dá seu nome e já é encaixado em alguma turma.
A única exigência é se confessar, já de início essa minha tia engasgou, ao invés de se confessar foi falar mal da vida alheia ( familiares) e do marido, tendo sido chamada atenção pelo padre, porém não afastada.
Agora pensem uma pessoa não sabe o que é se confessar, não sabe se confessar e vai trabalhar com crianças que nem sabe escrever sobre virtude, sobre pecado, temas “mundanos” ( como eles classificam temas sociais e atualidades).
O primeiro tema foi: a violência. E como a turma para a qual ela foi escalada é de crianças que ainda não sabe escrever leram um texto e pediram as crianças para desenhar algo sobre a violência e depois cada uma explicaria o desenho.
Foi ai que um menino de seis anos apresentou o desenho que um órgão genital masculino dizendo que quando crescer quer ser o demônio. A única coisa feita para a situação foi rir e chamar atenção do menino, pois aquilo não tem nada haver com o tema, e era pornografia e pecado.
Um desenho desses, na situação apresentada, pode significar muitas variáveis: uma possível violência sexual que a criança está sofrendo, o crescimento de uma revolta por conta disso; ou um déficit de atenção, dificuldade de aprendizagem, etc.
E simplesmente o caso foi dado ao descaso.
E assim são vários casos, o importante é sempre a melhor condição social e benefícios para si, meio que egocentrismo generalizado, e que acaba atendendo interesses de empresários e lideres, pois a busca incessante acaba por baratear os custos de atividade, devido a grande oferta de mão de obra desqualificada.

Um comentário:

Angela Vaz disse...

Lendo Inquientação ao faze um discreto comentário das religiões em nome de Deus acabaram com os índios,fazendo deles um cristão ou um evangelico