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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Respostas de quem?

Conta a lenda que numa pequena cidade um homem sozinho, sem família caminhava todos os dias ao final da tarde, após seu trabalho pela cidade pela cidade. Contava as senhoras da cidade que aquele solitário homem buscava sentido para sua vida.

Era um homem muito rico, talvez um dos mais ricos da região. Mas nem todo dinheiro tirava de seus olhos um ar triste. Sua empregada uma senhora muito religiosa dizia-o que orava para ele encontrar a felicidade.

Quando a solidão o apertava o coração, ele tentava amenizá-la no famoso inferninho da cidade. Isto o fazia ser muito criticado. Mas ali ele se sentia bem, pessoas alegres que lhe proporcionavam bons momentos de muitas risadas.

Nesse local ele encontrava o ombro amigo para ser ouvido, encontrava o colo de mãe que perdeu tão cedo, a compreensão, e o melhor amigos. E todos os dias enquanto caminhava e passava ali pela frente sempre havia duas moças à janela para acenar-lhe, algo que ninguém mais fazia. Ele tinha uma afeição especial por uma daquelas moças. Tinha vontade de arrancá-la dali. Mas o que as pessoas falariam?

O pensamento naquela moça o sufocava cada vez mais. Até que sua empregada perguntou o que lhe afligia. Ele então disse que queria sentir o amor, que ele nunca conheceu esse sentimento. Ela então lhe disse para abrir o coração, assim chegaria ao amor. Mas o homem respirou fundo soltando o ar desanimado e quase num sussurro falou que era impossível, pois se ele se abrisse para o amor se fecharia para a sociedade.

Aquela senhora não entendeu muito, mas segurou a sua mão e disse que a felicidade de cada um está em si mesmo e não na opinião dos outros.

Aquelas palavras o atormentaram, mas como faria? O que iriam dizer? Eram muitas diferenças: idade, modo de vida, costumes, e tantas outras coisas. Mas era isso que o fascinava. Mas as palavras dos outros sempre o perseguia e ele mudava logo o rumo do pensamento.

Em uma reunião de trabalho um dos sócios não concordando com a idéia do homem lhe disse que ele viva com uma sombra sobre ele e que precisava de sol., nem mesmo acabara o expediente ele pegou o carro e saiu cantando pneu, parou enfrente ao inferninho e perguntou pela Solaris – a moça que ele tanto pensava.

Ela apareceu, e ele pegou-a pela mão, e a convidou para acompanhá-lo. Ela:

- Acompanhar para onde?

- Pela vida.

Saíram dali percorrendo as ruas da cidade de carro, já era possível ver a alegria estampada nos olhos dos dois a cidade sorria para a cena assistida.

Ao chegar em casa, um largo abraço da empregada os esperavam. E mais uma vez as sábias palavras.

- Às vezes perdemos tanto tempo buscando respostas para outras pessoas, que nos esquecemos das nossas vontades, desejos e respostas.

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