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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Os absurdos de Juiz de Fora



Posso estar enganada, como muitos que lerão as próximas linhas e se sentirem afetados vão alegar. Mas a realidade de Juiz de Fora está longe de ser uma cidade democrática que acolhe a todos.

Desde o início do ano observamos atrocidades absurdas: uma classe profissional lutando por uma casa de parto que foi efetivada sob ilegalidades, em uma panorama epidemiológico e estruturais que não justificam a permanência de tal serviço. Ora se é preciso lutar por parto humanizado, se enfermeiros são capazes de fazerem partos em casa de partos, serão em hospitais também...bom mas deixa pra lá.

Por ocasião do lançamento de um livro que publiquei, procurei várias instituições de ensino superior apresentando o trabalho. Aplausos para a faculdade de medicina da UFJF a única que se interessou em conhecer a obra, pois a de enfermagem da mesma faculdade só mandou um email parabenizando na ocasião do lançamento divulgado pela mídia. O apoio veio de alguns poucos professores, mas em momento algum fui contatada pela direção.

A faculdade Estácio de Sá se mostrou interessada, marcou uma reunião para agendar uma palestra. No dia e hora marcados me deixaram esperando por mais de duas horas, para me atenderem em pé no corredor e dizer que precisa de uma professora de saúde mental decidir. Vale ressaltar que em muitas universidades o generalismo chegou ao cúmulo de contratar professores sem a especialização da área, qualquer um pode dar aula; então penso que profissionais estamos formando? A faculdade Universo também caiu no descaso, salvo uma professora que se fez presente, as demais seguiram o ritmo de uma panela.

Prefiro pensar que esta situação não é uma situação crônica, e sim direcionada a minha pessoa. Sim as vezes ter um transtorno psiquiátrico é bom por isto: tudo de errado que se observa, coloca-se como fruto da sua imaginação, invenção da sua própria mente e luta pra mudar essa visão.

O cruel é quando realmente descobre que a saúde mental não é importante, que as pessoas são preconceituosas, que os profissionais que se formam e nos atendem são robôs padronizados pelo descaso. Duro é descobrir que currículo que conhecimento, e conhecer alguém de banca e ser amigo de professor é mais importante que ter conhecimento da amplitude.

O que pensar de atitudes de diretores de faculdade que te atende em corredor, e ao ver que a autora do livro que teve interesse é uma pessoa portadora de transtorno mental simplesmente enrola e não marca palestra. O que pensar de uma faculdade que corta de seu currículo antropologia filosófica. Ou de outra que passa a ter a disciplina de saúde mental dada a distância? On line?

Pior a cabeça fica ao ver uma prova de mestrado fazer uma prova de inglês eliminatória numa seleção, e pra piorar uma prova específica que cobra operações matemática de probabilidade. O descaso , preconceito é generalizado, depois ainda perguntam porque tantos pacientes e familiares ainda preferem os hospitais psiquiátricos.

Pois eu respondo, porque aqui fora não temos garantia de saúde mental, os ditos maus tratos de hospital psiquiátrico se traduz em segurança de alimentação, moradia, trabalho (atividade), medicação, assistência multiprofissional, coisa que fora do hospital não existe, com o entrave de preconceito distribuído como panfleto de campanha política.

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