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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O cuidar

Se você escolheu ser enfermeira para cuidar e não curar, por que hoje você se afastou do cuidar? Essa foi uma pergunta feita por uma colega de profissão a mim, diante do fato de eu exteriorizar que não quero voltar à assistência direta ao paciente.

Poderia dar inúmeras explicações, até mesmo dizer que cuidado do paciente já existem muitos profissionais ( quando não há negligência, claro), e que falta profissionais nos bastidores ( nas pesquisas, no pensar, no criar, etc.). Porém se respondesse isso, não estaria considerando o cuidar em toda a sua especificidade, em toda a sua amplitude.

Cuidar não é só tocar no paciente, é respeitá-lo, é conhecer todo o seu contexto biopsicossocial, é buscar alternativas, é pensar em prol de, é estar atento, é procurar meios para atender as necessidades de alguém, algumas destas que ainda nem se percebeu que sejam realmente necessárias. Cuidar é evitar agravos, evitar as tais necessidades. Talvez possa ser explicar o que não se pode explicar aos normais,

Sendo assim, se considerarmos o cuidar apenas o contato direto ao paciente, realmente estarei abandonando. Entretanto para mim este cuidar é apenas tratar necessidades mediatas de alguém.

Eu estarei cuidando, com toda a potencialidade da palavra e da ação, afinal ninguém disse que para estar junto é preciso estar perto. Farei como os poetas que cuidam das expressões ( necessidades) da alma, das emoções, que também não são explicadas pelos normais e tão pouco precisa estar perto para tal.

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