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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Dia 10 de outubro

Dia 10 de outubro, dia Mundial de Saúde Mental, se aproxima e verificamos que temos pouco a comemorar.

Diferente do dia da Luta Anti-manicomial, no qual são feitas várias manifestações comemorativas, o dia Mundial de Saúde mental, passa quase que despercebido pela grande maioria. Provavelmente por não atender a interesses específicos de alguns e não gerar lucro, haja vista que a saúde mental só é vantagem pra quem a tem.

Porém o dia não passa em branco em alguns lugares, são comemorações insignificantes, isoladas, porém ao contrário do que acontece, o dia Mundial de Saúde Mental não é um dia em que se busque somente a discussão das novas práticas de assistência à saúde mental, fazendo referência ao cuidado ao paciente psiquiátrico, à pessoa acometida por transtorno mental. Ou seja, a ênfase na doença mental, como se observa nas comemorações que acontecem: discussões sobre a Reforma Psiquiátrica, a luta anti-manicomial, etc.

Muitos se esquecem que saúde mental não precisa, necessariamente, estar enraizada na doença mental. Saúde mental é mais ampla, é a ausência de doença mental também. Por isso, no dia dez de outubro devemos lembrar-nos da SAÚDE, no caso mental, a preservação da mesma, para que não sejamos acometidos por doença mental.

Devemos lutar pela saúde mental das pessoas internadas por complicações cardíacas, neurológicas, respiratórias, por neoplasias, problemas ortopédicos. Como também de um exame para diagnóstico preciso, quem sabe de um simples raios-X para saber que dor é a que tem nas costas e a impede de trabalhar, e a faz ficar na tensão de uma perícia do INSS. Sabe-se lá se conseguirá mais tempo pra se recuperar, afinal dor não tem cor.

A amplitude é tamanha que chega às questões sociais: às pessoas desempregadas, vendo os filhos passarem fome, as pessoas que esperam os resultados de um processo judicial, ou à trabalhadores com péssimas condições de trabalho e remuneração. A saúde mental está na esperança de negros, homossexuais, deficientes físicos contra o preconceito que enfrentam.

Enfim a sociedade clama por saúde mental, não só aqueles que estão acometidos já pelo transtorno mental. Vivemos um estado de tensão constante e o que pedimos não são medicações ou hospitais de alta tecnologia, isto é para quem já adoeceu. Precisamos de lazer, trabalho digno, respeito, para não precisarmos procurar serviços de assistência á saúde mental, afogando ainda mais o serviço com uma maior demanda.

Clamamos não por festas, aplausos, mas por prevenção. Não somente atividades educativas, palestras sobre saúde mental e sua promoção. Queremos investimentos sociais traduzindo-se em políticas de saúde e desenvolvimento social, vislumbrando o desenvolvimento humano em todas as suas especificidades. Não negamos a necessidade de investimentos e reflexão sobre a Reforma Psiquiátrica, mas para que ela possa realmente acontecer, é preciso impedir um crescimento demasiado da doença mental.

Nesse patamar, conclamo para que no dia 10 de outubro luta não seja em prol da fragmentação, mas uma luta pela INTEGRALIDADE em prol da nossa saúde mental, para que assim, possamos vislumbrar a esperança de um futuro melhor.

Um comentário:

Filosofia e Cinema disse...

Oi Lilian, invada à vontade o meu perfil no orkut. Aceitei, temporariamente moderar a comunidade Antropologia Médica, caso você queira pode assumir. Vi que haviam vários pedidos pendentes, como os aprovei, não pude reparar se a sua solicitação estava no meio. Fico no aguardo. Abraços.

p.s. tentei responder sua mensagem mas o orkut não me permitiu... segue por aqui.