Hoje
falarei um pouco sobre a militância de ambiente virtual, conhecida também como
MAV, ou simplesmente militância virtual. Que são pessoas que defendem uma ideologia no ambiente virtual.
Embora
esse tipo de militância exista há algum tempo, somente a partir das
eleições de 2010 que se tornaram “populares”
(conhecidas de muitos),e agora em
2012 tomando um corpo, uma
melhor organização.
As
MAVs não diferem muito do panorama político partidário num sentido amplo: é
perceptível a polarização partidária e o grau de comprometimento de seus
componentes e os instrumentos que dispõem.
Se
pensarmos na dicotomia esquerda-direita (apenas para fins didáticos,
de melhor entendimento) percebemos que a esquerda está muito mais avançada em
termos de militância virtual do que a direita. Brasileira. Estão em maior
número, mais organizados (possuem até cadastro) e conseguem sensibilizar mais a população.
Já
a direita embora possuem mais recursos para
tal militância não contam com muitos militantes, não estão organizados e não
atingem camadas mais populares. Estão elitizados.
Dentro
do lado que chamo de esquerda existem dois grupos: o do PT e dos demais
partidos que ainda se intitulam como de
esquerda. Desses o PT é o mais organizado até por ter maior militância (logicamente).
Mas os outros não estão de todo desorganizados, mas contam com pouca
participação e “adeptos”.
A
estrutura do PT é a ideal, conforme a já
dita, o maior problema deles é que não conseguem articular os vários instrumentos
que possuem com as circunstâncias, e principalmente conter a militância, e
exacerba no discurso, e ultrapassa o limite do argumento e paira
no campo do ataque, da verborragia
chula, que acaba os antipatizando.
Só
não saem perdendo muito porque seus
principais adversários, a direita, é falha. Não são organizados, inacessíveis, sem total articulação (são
pontuais demais), elitizados, antipáticos e para piorar acabam caindo no campo do inimigo, algo mortal numa
batalha.
É certo
que política não é guerra, guerrilha, ou similares, mas é exatamente isso que reflete a militância principalmente a
virtual. Então é preciso tomar alguns cuidados: lembrar que estamos num
ambiente virtual, que pode parecer para
muitos abstrato, mas é algo bem concreto. Por isso é importante lembrar
que virtualidade não é álbum de
figurinha onde se vai colando figuras, frases, etc. é um local de informação e
interação.
Interação
é um dos componentes que mais falta à
militância virtual. Não são números de seguidores e de postagens (em redes
sociais, em blogs, etc) que determinará se uma militância é boa ou não. Mas a
qualidade dos posts, dos seguidores, e
da própria presença na rede. Não tem como
marcar uma presença vivendo num mundo só seu.
De
nada adianta ter 1000 seguidores, por exemplo, se não se interage com nem 1%
desse número, se não há feedback. Vejo também muita gente forçando presença em
divulgações, em compartilhamentos, de forma autista, ou seja, não comenta nada de ninguém, não curte, não
responde, a não ser para divulgar a si mesmo.
Outro
erro grave que vejo na militância é tentar perfeccionar pessoas. Ninguém é perfeito,
e buscam incessantemente justificar erros e falhas apontando os erros e falhas do adversário
como maiores, ou buscando desmentir o já provado, ou manipulando informações. Eu
chamo isso de justificacionismos. Isso é um tiro no pé, não cola mais, é tentar
infantilizar o leitor/eleitor.
Os
modismos. O desespero faz com que alguns apelem para os modismos, memes, frases feitas, campanhas piegas, etc.: “Joaquim
é meu herói”, “Joaquim para presidente”, “boicote a Globo”, “fora PIG”. Algumas
vezes os modismos rendem textos... Mas o tiro sai pela culatra, pois se
esquecem de antes lerem jornais, reportagens a respeito dos temas e acaba
fazendo um texto paradoxal á realidade (já comprovada). A desinformação mostra apenas
despreparo.
O distanciamento
da ideologia com o discurso é o mais comum dos erros. E ai caba a cada coordenador de MAV conhecer
o partido e orientar sua militância, inclusive da linguagem a ser usada. Não se
esquecendo que perfis em redes sociais não são utilizados (e nem devem) apenas
com intuito político, ou profissional.
A
grande dificuldade então se insere não na estruturação organizacional, mas na
condição de liderança em conseguir fazer
com que a militância siga a lógica ideológica do partido e de quem se pretende
eleger, e analise amplificada da rede para um melhor aproveitamento dos
espaços. Pois ficar atuando de forma fragmentada já não cabe mais.
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