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terça-feira, 27 de novembro de 2012

MILITÂNCIA DE AMBIENTE VIRTUAL – MAV




Hoje falarei um pouco sobre a militância de ambiente virtual, conhecida também como MAV, ou simplesmente militância virtual. Que são pessoas que  defendem uma ideologia  no ambiente virtual.

Embora esse tipo de militância exista há algum tempo, somente a partir das eleições  de 2010 que se tornaram “populares” (conhecidas de muitos),e  agora em 2012   tomando um corpo,  uma  melhor organização.

As MAVs não diferem muito do panorama político partidário num sentido amplo: é perceptível a polarização partidária e o grau de comprometimento de seus componentes e os instrumentos que dispõem.

Se pensarmos  na dicotomia  esquerda-direita (apenas para fins didáticos, de melhor entendimento) percebemos que a esquerda está muito mais avançada em termos de militância virtual do que a direita. Brasileira. Estão em maior número, mais organizados (possuem até cadastro) e conseguem  sensibilizar mais a população.

Já a direita  embora possuem mais recursos para tal militância não contam com muitos militantes, não estão organizados e não atingem camadas mais populares. Estão elitizados.

Dentro do lado que chamo de esquerda existem dois grupos: o do PT e dos demais partidos que  ainda se intitulam como de esquerda. Desses o PT é o mais organizado até por ter maior militância (logicamente). Mas os outros não estão de todo desorganizados, mas contam com pouca participação e “adeptos”.

A estrutura do PT é  a ideal, conforme a já dita, o maior problema deles é que não conseguem articular os vários instrumentos que possuem com as circunstâncias, e principalmente conter a militância, e exacerba no discurso, e ultrapassa o limite do argumento e   paira  no campo do ataque,  da verborragia  chula, que acaba  os antipatizando.

Só não saem perdendo muito porque seus  principais adversários, a direita, é falha. Não são organizados,  inacessíveis, sem total articulação (são pontuais demais), elitizados, antipáticos e para piorar acabam  caindo no campo do inimigo, algo mortal numa batalha.

É certo que política não é guerra, guerrilha, ou similares, mas  é  exatamente isso que  reflete a militância principalmente a virtual. Então é preciso tomar alguns cuidados: lembrar que estamos num ambiente  virtual, que pode parecer para muitos abstrato, mas é algo bem concreto. Por isso é importante lembrar que  virtualidade não é álbum de figurinha onde se vai colando figuras, frases, etc. é um local de informação e interação.

Interação é um dos componentes que mais  falta à militância virtual. Não são números de seguidores e de postagens (em redes sociais, em blogs, etc) que determinará se uma militância é boa ou não. Mas a qualidade dos posts, dos seguidores,  e da própria presença na rede. Não tem como  marcar uma presença vivendo num mundo só seu.

De nada adianta ter 1000 seguidores, por exemplo, se não se interage com nem 1% desse número, se não há feedback. Vejo também muita gente forçando presença em divulgações, em compartilhamentos, de forma autista, ou seja,  não comenta nada de ninguém, não curte, não responde,  a não ser  para divulgar a si mesmo.

Outro erro grave que vejo na militância é tentar perfeccionar pessoas. Ninguém é perfeito, e buscam incessantemente justificar erros e falhas  apontando os erros e falhas do adversário como maiores, ou buscando desmentir o já provado, ou manipulando informações. Eu chamo isso de justificacionismos. Isso é um tiro no pé, não cola mais, é tentar infantilizar  o leitor/eleitor.

Os modismos. O desespero faz com que alguns apelem para os modismos, memes,  frases feitas, campanhas piegas, etc.: “Joaquim é meu herói”, “Joaquim para presidente”, “boicote a Globo”, “fora PIG”. Algumas vezes os modismos rendem textos... Mas o tiro sai pela culatra, pois se esquecem de antes lerem jornais, reportagens a respeito dos temas e acaba fazendo um texto paradoxal á realidade (já comprovada). A desinformação mostra apenas  despreparo.

O distanciamento da ideologia com o discurso é o mais comum dos erros.  E ai caba a cada coordenador de MAV conhecer o partido e orientar sua militância, inclusive da linguagem a ser usada. Não se esquecendo que perfis em redes sociais não são utilizados (e nem devem) apenas com intuito político, ou profissional.

A grande dificuldade então se insere não na estruturação organizacional, mas na condição de liderança em  conseguir fazer com que a militância siga a lógica ideológica do partido e de quem se pretende eleger, e analise amplificada da rede para um melhor aproveitamento dos espaços. Pois ficar atuando de forma fragmentada já não cabe mais.  

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