Já dizia Mahatma Gandhi: “Olho por olho, e o mundo acabará
cego”.
Ao que parece, na campanha
eleitoral em Juiz de Fora, em especial agora no segundo turno todos já estão
cegos, confirmando o pensamento de Gandhi. O olho por olho comum nas velhas
estratégias de campanha já cegou a muitos, fato este claramente visto na campanha
eleitoral de segundo turno de Juiz de Fora. No primeiro turno também, teve, mas
como estamos em segundo turno darei esta ênfase aqui.
A campanha voltou à estaca zero,
e as propostas continuam esquecidas, e sedem espaço a promoção pessoal do candidato e a apontar
falhas e aspectos negativos do adversário. Se formos buscar palavras para traduzir isto, encontramos
referência nos velhos ditados populares: “ o porco falando do toucinho”, “enrola
o rabo e senta em cima”, ou ainda, “ quem muito abaixa mostra a bunda”.
Não há outra justificativa para alguns
discursos que não seja a falta de argumento, e assim melhor manter discurso superficial, vazio,
piegas e de puro ataque, que em nada contribui para um debate, e tão pouco mostra
capacidade de alguém administrar ou não uma cidade.
Cabe aqui lembrar que me refiro à
campanha digital, em especial nas redes sociais, e realizadas pela militância e
simpatizantes. Não sei se é proposital, orientado pela campanha do candidato,
ou se trata de alienação mesmo e tentativa de achar que ninguém refletir sobre
o assunto. Prefiro que seja apenas alienação, pois se for orientação dos
candidatos, mesmo que via equipe contratada, a situação é mais séria do que
imaginava. Mas não podemos descartar a possibilidade, já que se tornaram comuns
as reuniões com militância, apoiadores, voluntários e afins. Faço um parêntese
para pedir a Ivete (Sangalo), Brown, Daniela Mercury, Asa de Águia, Chiclete
com Banana, e todos os demais artistas
que fazem um carnaval de cima de um trio elétrico para ensinar como se
mobiliza uma multidão sem precisar ensaiar com eles.
Vejamos alguns exemplos:
- Militantes de Bruno Siqueira afirmam
que Margarida deve desistir da prefeitura de Juiz de Fora para ficar com a
Câmara de Deputados, assim deixando o candidato que defendem assumir a
prefeitura da cidade (como ela mesma já anunciou, uma vez que o deputado do qual ela é suplente ganhou as eleições em
Uberlândia): Ora eles devem estar se esquecendo que o candidato Bruno já é
deputado estadual, pode também ele ficar lá na assembléia e deixar a vaga para
a adversária, ele já está no cargo desde início de mandato e ele ficará somente dois anos, sem contar que
já temos representante da cidade na Câmara, até mais de dois, enquanto que na
Assembléia não. Ok existem os partidos para isso, mas alguém da cidade é bom, não é? Em linguagem twiteira
poderíamos criar a tag #argumentofail
- Outro argumento para não se
votar na candidata do PT, usado por eleitores do PMDB é que “não devemos votar
em partido de mensaleiros”: É preciso lembrar que entre os mensaleiros condenados há o ex-deputado José Borba, que na época do mensalão estava
no PMDB. Vale ainda lembrar que o PMDB foi considerado um dos partidos mais corruptos
pelo MCCE. Cabe aqui dizer que NÃO quer dizer que TODOS do partido sejam corruptos.
- Os militantes petistas
questionam como o candidato bruno, do PMDB, acumulou quase um milhão e meio de
reais, em 38 anos de vida, sendo que há quatro anos declarou menos da metade
disto: Bom se por um lado um acumulou demais, por outro é de se estranhar a
baixa declaração da candidata que é professora universitária, foi já secretária
de governo na cidade, foi reitora e ainda tem publicações as quais deve receber
por seus direitos autorais.
- A amizade com o Governo Federal
também é justificativa para criar vantagem em cima do adversário pelos
petistas: Ora amizade não significa absolutamente nada Independente do partido
é responsabilidade (obrigação) do governo federal ajudar aos municípios, tanto
financeiramente, quanto incentivando políticas por meio dos programas o
desenvolvimento municipal
(desenvolvimento no sentido amplo da palavra). Mas vale lembrar que Bruno é do
partido da base governista, logo também tem um bom relacionamento.
- Muito se especula sobre o apoio
de Custódio no segundo turno. Querendo os candidatos ou não, Custódio teve mais de 60 mil votos. E um
apoio pode ajudar muito, porém devem-se lembrar que nem todo mundo é politizado
e podem optar de forma aleatória, e não conforme o futuro ex-prefeito (motivo
que os candidatos não devem se garantir apenas na declaração de apoio). Outro
fato a ser considerado é o discurso de que custódio não “administrava” ele era
uma espécie de “testa de ferro” de Vitor Valverde e Sueli Reis (embora muitos
falem, prova mesmo que é bom anda, só blogs anônimos sem uma mínima prova). Então
se esse dois que administrava, colocar
uma “culpa” e rejeição em cima de um só é meio incoerente. Talvez seja vergonha
por terem criticado e agora receber apoio. Mas política é assim;
- Há ainda os que citam o
processo de Margarida como impedimento para ela assumir a prefeitura por
improbidade administrativa e dano ao erário: é lembrar que o processo está em
curso, e perder os direitos políticos é uma das possíveis sanções. Há outras que podem ser aplicadas sem necessidade dela perder
direitos políticos.
- Processo que envolve o nome do
pai de Bruno Siqueira: tal como o processo de Margarida este ainda está em
curso, o processo não diz que o rombo foi causado pelo pai do candidato, o
mesmo é citado como residente da Copasa em exercício na época. A justiça que
irá verificar o grau de envolvimento do mesmo, assim como está fazendo com
Margarida está verificando o grau de
envolvimento, se ela realmente sabia
sobre empresas fantasmas, notas
frias, etc.
- Justificativa que Bruno nunca
trabalhou: bom se ele nunca trabalhou e mantém família, não esteve envolvido em
escândalo do mensalão, o patrimônio dele aumentou, não tem impedimentos junto a
justiça por furto, trafico de drogas, etc., significa que o mesmo trabalha. E não
pagar o órgão da classe profissional dele, quer dizer responsabilidade
financeira, pagar por algo que não exerce? E se buscarmos o currículo do mesmo, pode-se
verificar que desde época de faculdade esteve envolvido em política, assim
mostra que o comprometimento dele político é bem maior que o da adversária, que
faz uma participação política sazonal. Não pagar um órgão representativo não
representa esquecer-se da teoria,
abdicar do conhecimento, que o candidato poderá utilizá-lo em sua administração
de forma ampla, ainda mais tendo uma especialização em administração financeira,
que poderá utilizar em qualquer área.
São muitas coisas que falam, muitas
utilizadas como argumentos de forma equivocada, é preciso cuidado, cautela ao
tentar defender um candidato para não cair nos equívocos do próprio discurso, a
velha história de “o feitiço contra ao feiticeiro”. , e ainda prejudicar o candidato que se defende, cada
voto nesse segundo turno será como uma jóia preciosa, e não algo inexpressivo, diante o equilíbrio entre os
dois.
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