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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Cara ou coroa eleitoral: os discursos de campanha no segundo turno




Já dizia Mahatma Gandhi: “Olho por olho, e o mundo acabará cego”.

Ao que parece, na campanha eleitoral em Juiz de Fora, em especial agora no segundo turno todos já estão cegos, confirmando o pensamento de Gandhi. O olho por olho comum nas velhas estratégias de campanha já cegou a muitos, fato este claramente visto na campanha eleitoral de segundo turno de Juiz de Fora. No primeiro turno também, teve, mas como estamos em segundo turno darei esta ênfase aqui.

A campanha voltou à estaca zero, e as propostas continuam esquecidas, e sedem espaço a  promoção pessoal do candidato e a apontar falhas e aspectos negativos do adversário. Se formos buscar  palavras para traduzir isto, encontramos referência nos velhos ditados populares: “ o porco falando do toucinho”, “enrola o rabo e senta em cima”, ou ainda, “ quem muito abaixa mostra a bunda”.

Não há outra justificativa para alguns discursos que não seja a falta de argumento, e assim  melhor manter discurso superficial, vazio, piegas e de puro ataque, que em nada contribui para um debate, e tão pouco mostra capacidade de alguém administrar ou não uma cidade.

Cabe aqui lembrar que me refiro à campanha digital, em especial nas redes sociais, e realizadas pela militância e simpatizantes. Não sei se é proposital, orientado pela campanha do candidato, ou se trata de alienação mesmo e tentativa de achar que ninguém refletir sobre o assunto. Prefiro que seja apenas alienação, pois se for orientação dos candidatos, mesmo que via equipe contratada, a situação é mais séria do que imaginava. Mas não podemos descartar a possibilidade, já que se tornaram comuns as reuniões com militância, apoiadores, voluntários e afins. Faço um parêntese para pedir a Ivete (Sangalo), Brown, Daniela Mercury, Asa de Águia, Chiclete com Banana, e todos os demais artistas  que fazem um carnaval de cima de um trio elétrico para ensinar como se mobiliza uma multidão sem precisar ensaiar com eles.

Vejamos alguns exemplos:

- Militantes de Bruno Siqueira afirmam que Margarida deve desistir da prefeitura de Juiz de Fora para ficar com a Câmara de Deputados, assim deixando o candidato que defendem assumir a prefeitura da cidade (como ela mesma já anunciou, uma vez que o deputado  do qual ela é suplente ganhou as eleições em Uberlândia): Ora eles devem estar se esquecendo que o candidato Bruno já é deputado estadual, pode também ele ficar lá na assembléia e deixar a vaga para a adversária, ele já está no cargo desde início de mandato e  ele ficará somente dois anos, sem contar que já temos representante da cidade na Câmara, até mais de dois, enquanto que na Assembléia não. Ok existem os partidos para isso, mas  alguém da cidade é bom, não é? Em linguagem twiteira  poderíamos criar a tag #argumentofail

- Outro argumento para não se votar na candidata do PT, usado por eleitores do PMDB é que “não devemos votar em partido de mensaleiros”: É preciso lembrar que entre os mensaleiros  condenados há o ex-deputado  José Borba, que na época do mensalão estava no PMDB. Vale ainda lembrar que o PMDB foi considerado um dos partidos mais corruptos pelo MCCE. Cabe aqui dizer que NÃO quer dizer que TODOS do partido sejam corruptos.

- Os militantes petistas questionam como o candidato bruno, do PMDB, acumulou quase um milhão e meio de reais, em 38 anos de vida, sendo que há quatro anos declarou menos da metade disto: Bom se por um lado um acumulou demais, por outro é de se estranhar a baixa declaração da candidata que é professora universitária, foi já secretária de governo na cidade, foi reitora e ainda tem publicações as quais deve receber por seus direitos autorais.

- A amizade com o Governo Federal também é justificativa para criar vantagem em cima do adversário pelos petistas: Ora amizade não significa absolutamente nada Independente do partido é responsabilidade (obrigação) do governo federal ajudar aos municípios, tanto financeiramente, quanto incentivando políticas por meio dos programas o desenvolvimento  municipal (desenvolvimento no sentido amplo da palavra). Mas vale lembrar que Bruno é do partido da base governista, logo também tem um bom relacionamento.

- Muito se especula sobre o apoio de Custódio no segundo turno. Querendo os candidatos ou não,  Custódio teve mais de 60 mil votos. E um apoio pode ajudar muito, porém devem-se lembrar que nem todo mundo é politizado e podem optar de forma aleatória, e não conforme o futuro ex-prefeito (motivo que os candidatos não devem se garantir apenas na declaração de apoio). Outro fato a ser considerado é o discurso de que custódio não “administrava” ele era uma espécie de “testa de ferro” de Vitor Valverde e Sueli Reis (embora muitos falem, prova mesmo que é bom anda, só blogs anônimos sem uma mínima prova). Então se esse dois  que administrava, colocar uma “culpa” e rejeição em cima de um só é meio incoerente. Talvez seja vergonha por terem criticado e agora receber apoio. Mas política é assim;

- Há ainda os que citam o processo de Margarida como impedimento para ela assumir a prefeitura por improbidade administrativa e dano ao erário: é lembrar que o processo está em curso, e perder os direitos políticos é uma das possíveis sanções. Há outras  que podem ser aplicadas sem necessidade dela perder direitos políticos.

- Processo que envolve o nome do pai de Bruno Siqueira: tal como o processo de Margarida este ainda está em curso, o processo não diz que o rombo foi causado pelo pai do candidato, o mesmo é citado como residente da Copasa em exercício na época. A justiça que irá verificar o grau de envolvimento do mesmo, assim como está fazendo com Margarida  está verificando o grau de envolvimento, se ela realmente sabia  sobre empresas fantasmas,  notas frias, etc.

- Justificativa que Bruno nunca trabalhou: bom se ele nunca trabalhou e mantém família, não esteve envolvido em escândalo do mensalão, o patrimônio dele aumentou, não tem impedimentos junto a justiça por furto, trafico de drogas, etc., significa que o mesmo trabalha. E não pagar o órgão da classe profissional dele, quer dizer responsabilidade financeira, pagar por algo que não exerce?  E se buscarmos o currículo do mesmo, pode-se verificar que desde época de faculdade esteve envolvido em política, assim mostra que o comprometimento dele político é bem maior que o da adversária, que faz uma participação política sazonal. Não pagar um órgão representativo não representa esquecer-se da teoria,  abdicar do conhecimento, que o candidato poderá utilizá-lo em sua administração de forma ampla, ainda mais tendo uma especialização em administração financeira, que poderá utilizar em qualquer área.

São muitas coisas que falam, muitas utilizadas como argumentos de forma equivocada, é preciso cuidado, cautela ao tentar defender um candidato para não cair nos equívocos do próprio discurso, a velha história de “o feitiço contra ao feiticeiro”. , e ainda  prejudicar o candidato que se defende, cada voto nesse segundo turno será como uma jóia preciosa, e não algo  inexpressivo, diante o equilíbrio entre os dois.



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