Páginas

Pesquisar este blog

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Uma jogada de Mestre


A Tribuna de Minas publicou hoje uma reportagem sobre a implantação de um incinerador na cidade de Ewbank da Câmara. Noticia esta que estava prevista há pelo menos dez dias, e que curiosamente foi publicada somente hoje, no mesmo dia que haverá uma tribuna livre para tratar do tema.

Um tema importante e que ficou por baixo dos panos por muito tempo foi resgatado hoje, após começar um movimento nas redes sociais, o qual não foi citado na reportagem. Daí surgem questionamentos sobre os motivos de ser publicado somente hoje? Ou ainda por que não citaram o movimento das redes sociais?

Na própria reportagem responde algumas perguntas que podem a vir surgir. O próprio chefe do executivo de Ewbank coloca que o tema está sendo tratado como político e não como técnico. Uma vereadora aponta fraude na votação do empreendimento. Ora é ou não uma questão política?

Há um email circulando na internet no qual relata que professores da UFJF fizeram um laudo em 2008 contra a instalação da empresa em Ewbank, esse mesmo email ainda conta que políticos procuraram a UFJF para que o laudo fosse anulado. Isso no ano de 2008.

Nesta época eu fazia pós graduação em filosofia, e conheci um dos professores que participou da equipe que fez o laudo. O mesmo me convidou para fazer uma palestra na pós graduação em meio ambiente. Esta palestra é dada todo ano por uma conceituada professora de enfermagem, mas naquele ano ela não foi chamada, e sim eu. Depois as coisas voltaram a seu curso normal.

Mas qual seria esse político influente? Não é muito difícil lendo a reportagem. Ela apresenta uma pessoa de sobrenome Pestana como responsável pela empresa de esterilização de lixo hospitalar em Minas Gerais. Ora Pestana não é um sobrenome muito comum, é diferente de Silva, marques, Gonçalves, Oliveira, etc.

Outra curiosidade que a notícia traz é sobre o custo da incineração, coloca como se o custo fosse alto, pois gasta-se energia. E a esterilização não? E o preço dos equipamentos? Instalação de autoclave? Gasto de energia e ÁGUA? Definitivamente autoclave comum não respeita o desenvolvimento sustentável definitivamente. Mas tiveram uma sacada sensacional: colocaram como a fiscalização e as exigências de instalação brasileira como falha, fraca. Ora não é hora de começarmos a exigir isso dos nossos senadores e deputados? O mundo inteiro já sabe que incineração é sem dúvida o melhor tratamento do lixo.

Também é possível perceber pela reportagem que omitiram o partido político dos políticos (gestores e legisladores) citados. È no mínimo jocoso, mas que passará batido para muitos.

Mas a sacada melhor não se insere no tema em questão, mas em publicar a noticia logo depois de noticiar o aumento dos vereadores, quer noticia melhor para desvalorizar todas as demais?

Um comentário:

Gilson Chapinotti disse...

Prezada Lilian,
Concordo que a discussão não pode nem devese limitar a ser a favor ou contra a incineração dos resíduos de serviços de saúde (RSS), comumente denominado lixo hospitalar, mas o por que destes empreendimentos nos pequenos municípios?
Será por que nestes não há profissionais qualificados e especializados, tanto para aprovar, estudar, analisar e fiscalizar estes empreendimentos?
Será por que há uma reduzida participação da sociedade civil, onde os conselhos, inclusive de meio ambiente, são apenas cartoriais?
Será por que alguns administradores são mais facilmente manipulados com as falsas promessas de investimentos e empregos, e alguns até corrompidos?
A ausência do debate, das audiências, da comunicação, combinadas com a omissão das administrações municipais, com a subserviência aos interesses puramente econômicos destas empresas, nos ensejam a pensar sempre o pior.
Em nossa pequena cidade de Simão Pereira esta prestes a entrar em funcionamento uma Usina (incineradora) de Lixo Hospitalar. Não há nenhuma justificativa técnica, financeira, econômica, ambiental e social para isto em nossa cidade.
Muito ao contrário, transportar todo esse material contagioso, infectante de um Estado a outro, percorrendo nossos municípios e exalando dioxina aqui só coloca em risco nosso meio ambiente e a saúde de nosso povo.
Concordo plenamente com você, a questão trata-se de reduzir, eliminar o desperdício, esterelizar os materiais infectantes e contagiosas e garantir destinação adequada aos mesmos, sendo responsabilidade de todos, principalmente dos geradores destes resíduos.
Saudações,
Gilson
(aguardei sua aprovação do outro comentário)