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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Aumento das passagens de ônibus municipais em Juiz de Fora.



Agora não adianta chiar, fazer twitaço, deitar nas avenidas, fechar trânsito, gritar e apitar em frente ao prédio da câmara municipal , apedrejar ônibus, quiçá fazer comunidades “não ao aumento de passagens” em qualquer rede social.


No entanto, será que é tarde e a Inês é morta? Só nos resta retirar o escorpião do bolso de desembolsar cada ver que for usar o coletivo o valor de quinze centavos a mais do que já se gastava?


Acredito que não, tal como as empresas tem responsabilidades com a manutenção dos transportes, cumprimento de horários, conduzir da melhor forma os passageiros. Como empresas prestadoras de serviços não público possuem responsabilidades sociais.


Responsabilidade social? Claro, ou pensam que uma empresa só precisa ter responsabilidade ao serviço que prestam? Absolutamente. É moda! Responsabilidade social. Observamos ai várias fundações, ONGs, e demais projetos sociais sendo financiados por iniciativa privada, empresas que não se preocupam apenas com o serviço que prestam, mas com a sociedade.


Então, já que a passagem vai aumentar e não há outro jeito de reverter isso, aproveitamos para implementar, ou melhor, justificar coerentemente o aumento, sem as velhas desculpas de aumento de combustível, manutenção, ruas ruins, aumento da frota, aumento de salários, etc.
Por que não utilizarmos os trajetos, os instrumentos que o transporte oferece para oferecer algo em troca à sociedade além do simples locomover. Vamos por itens.


 Sabidamente os ônibus não são limpos frequentemente, podem ser varridos, mas marcas de suor e poeira são vistos a olhos nus em janelas diariamente logo nas primeiras viagens. Ah ! e se lavarem, por favor secar, ninguém merece receber pingos de água nos ombros.


 Insetos também são freqüentes, principalmente baratas. Dedetização não faz mal a ninguém;


 Acentos quebrados sem estofados, com sujeiras nos cantinhos. Não quebrará perna e nem
mão dos motoristas e cobradores retirar ao chegarem ao ponto final. ( volto neste item);


 DESINFECÇÃO de seguradores dos bancos e os suspensos (lugares onde as pessoas se seguram quando estão em pé). Normalmente encontramos o local melado, e várias pesquisas já provaram o alto índice bacteriano e de germes nos locais... lembramos que estamos em épocas de doenças em que desinfecção de locais e mãos são fundamentais (p. ex gripe A).. Então porque não a disponibilização de álcool gel para desinfecção das mãos em locais estratégicos como roleta, entrada do ônibus, saída.


 Utilizar espaços como da TV para conscientização da população e não propaganda de patrocinadores ou sobre o que pessoas fizeram na balada. Só interessa saber o que fez com o símbolo do “Zine Cultural” quem foi, quem pousou. O trabalhador rural prefere orientações mais coerentes, de acesso a saúde, preservação da saúde , documentos, casa própria, farmácia popular, atividades culturais gratuitas na cidade.


 Fazer convênios com universidades e oferecer a estudantes passes livres em troca de palestras de interesse público executadas conforme o interesse dos passageiros (claro que se realizaria uma pesquisa para se saber), ou sobre como bem utilizar o transporte, sobre meio ambiente, segregação e reciclagem do lixo, etc;


 Retorno da literatura de cordel, financiado pelas empresas e distribuídas para passageiros, valorizando a cultura local e apresentando os escritores locais, quem sabe artistas.


 Evitar politiquismos, propaganda de prefeitura, até porque as empresas são privadas, abrir, o espaço de propaganda oferecido a prefeitura é um absurdo, já que ela não é dona das frotas embora não bra licitação sempre.


Dessa forma, aceitamos o aumento, desde que este seja coerente e se reverta realmente a nós passageiros e cidadãos de Juiz de Fora.


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CABE AQUI UMA CORREÇÃO FEITA POR VINIVIUS MORAES A MIM POR E-MAIL..

Parabéns pelo texto "Aumento das passagens de ônibus municipais em Juiz de Fora". Como tuitei há pouco, você destaca aspectos importantes relacionados à qualidade do serviço (e o debate não deve mesmo ficar restrito ao valor da passagem!).
Contudo, você escreveu: "Como empresas prestadoras de serviços não público possuem responsabilidades sociais".

Nesse caso, as empresas privadas tornam-se, conforme a legislação, concessionárias de serviços públicos. Assim, legalmente, têm bem mais responsabilidade do que apenas o aspecto social. Por outro lado, a Prefeitura (entidade concedente) não se exime de suas responsabilidades, por não prestar diretamente o serviço. Ou seja, ambas respondem - como agentes públicos - pela qualidade do serviço, entre outros aspectos.

É semelhante, no que tange à concessão, ao que ocorre no campo da comunicação. Embora a Rede Globo - e todas as demais emissoras comerciais - seja uma empresa privada, ela atua a partir de uma concessão (no caso, do governo federal).

Aliás, na cidade do Rio de Janeiro, há bastante tempo, a Prefeitura atuava diretamente no setor de transporte coletivo urbano, por meio da CTC (Companhia de Transporte Coletivo). Em alguns aspectos, era uma estrutura semelhante, por exemplo, a Comlurb (Companhia de Limpeza Urbana), correspondente - em Juiz de Fora - ao Demlurb.

Abraços e um ótimo final de semana,
Vinnicius Moraes

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