Quando eu digo que bolinha de
gude é algo sério ninguém acredita. Uma simples brincadeira de moleque, que
muitos podem dizer que sabem, mas bem poucos têm a malícia, a experiência
prática. Ter técnica teórica só não basta.
Na política, e em especial em campanha eleitoral da Internet,
não é diferente. Pode-se ter o maior
conhecimento em comunicação digital, em
marketing digital, em ferramentas de
redes sociais, etc. que nada disso adiantará se não tiver a vivência e contextualização política nas mesmas.
Digo isso porque este ano com a permissão de campanhas em
redes sociais, alguns candidatos parecem perdidos, uns por desconhecimento,
outros por desespero, e outros de forma consciente, mas não vislumbram outra
forma de o fazer.
Aqui neste post darei ênfase em uma situação que me envolveu
nos últimos três dias, e sei que depois deste post durará ainda, talvez até
depois da eleição.
Na quinta feira estive presente em uma reunião no comitê
central do candidato do PMDB Bruno Siqueira, a qual debateria temas como
mobilidade, uso do solo, habitação,
infra-estrutura viária, patrimônio construído e natural, saneamento e meio
ambiente.
Ao sair da reunião teci minhas críticas sobre a mesma
com a equipe (primeiramente) e depois na Internet num grupo de discussão no
Facebook, como faço sempre quando os
eventos que vou tem conteúdo de interesse coletivo, como foi o caso.
Acredito que minhas palavras não
tenham agradado muito, uma vez que recebi uma mensagem privada justificando
pontos que eu critiquei – posteriormente troco amiúde esse fato. Porém o que me
chamou atenção não foi em si a justificativa, mas como ela se deu., pois
demonstrou que quem a fez não conhece o processo político, desconhece o
candidato, estratégia de campanha, e não tem vivência na rede, as malícias.
Você que está lendo esse texto
agora deve estar perguntando quem é essa pessoa que me respondeu, não é mesmo?
Pois é eu também não faço a mínima idéia. E o pior depois que eu coloquei no
grupo de discussão sobre anonimato veio me justificar que o perfil pelo qual me
respondeu, que apresenta-se como “Equipe Bruno”, diz ser oficial, assinado pela
equipe de comunicação. Mas quem é a equipe de comunicação? Quem é o presidente,
coordenador, responsável por essa equipe?
Muitos dirão ah isso não tem nada
a ver, como eles mesmos colocaram a mim, dizendo estão de acordo com as leis do
TSE. Ora mas e as legislações que envolvem a internet? Lembrando que no caso em
questão trata-se do Facebook, e a legislação é
de onde está o provedor do site. E não apenas brasileira. E sem nenhum
dado ou descrição o perfil é tido como anônimo, em linguagem virtual: é fake!
Ora se está assinado e é oficial,
onde está esse comunicado? Pois no perfil não há descrição nenhuma, como
deveria ter. Aqui cabe entrar coma experiência
de redes sociais, que não é ensinada em escola, curso algum. Se formos
vasculhar no site onde a conversa supracitada se deu, encontramos no grupo
Amigos do Bruno Siqueira JF, uma pessoa que se tornou administrador do grupo na
quinta feira as 15:40h, pela então assessora de comunicação do candidato na
assembléia. Indo no perfil desse novo administrador do grupo, descobrimos que
ele trabalha e é sócio numa empresa de comunicação digital. Então não é muito difícil
de descobrir quem está por trás, mas não há comprovação, nem ninguém afirmando
nada a respeito, nem sequer se existe mesmo essa equipe oficial. Isso é apenas
engenharia social pra suprir uma falha de campanha.
No entanto, nem todos têm esse
conhecimento, que só se adquire com anos de experiência e frequência em várias
redes sociais.
Da reunião
Anteriormente eu citei uma
reunião, a qual fez algumas críticas, e que culminou em um contato do perfil
Equipe do Bruno a mim pelo Facebook. Pois bem, a reunião como relatei acima
falou sobre alguns temas.
Minhas críticas foram sobre a organização das falas, pessoas com falas longas, outras passando a
frente de outras para falar e explicar algumas
situações, e quando solicitei pela segunda vez a palavra para explicar alguns
pontos relevantes que modificariam muitos discursos e propostas ali, me foi solicitado a aguardar pois seria a
segunda vez, e pessoas ali falando duas três vezes. Eu, sinceramente, desisti
de esperar, a hora avançava e via que ali não adiantava muito falar algumas
coisas, pois o desconhecimento estava generalizado.
Obviamente que o candidato não
tem culpa disso. Porém a abordagem de vários temas num só dia impede que uma melhor organização seja feita.
Por exemplo, quando se aborda apenas
infra estrutura viária e mobilidade, é possível escolher um mediador
que conheça o assunto e esteja mais
atualizado.
Com a abordagem de muitos temas
um só mediador não dá conta de ser atualizado. O papel do mediador não é
apenas organizar as falas, mas nortear o debate. Perdeu-se tempo falando de
construção de novo cemitério, quando já existe um em construção, mesmo com
problemas na justiça de ordem ambiental. Perdeu-se tempo falando morosidade em
aprovação de projetos, modernização de
equipamentos no órgão competente para essas aprovações, em demanda, para a Supram sem uma
representação do órgão na cidade ( o que o próprio Bruno já resolveu há um ano),
bota fora da construção civil, etc. quando tudo isso já tem ações a serem
implementadas, que só não ocorreram ainda devido a proibição em época
eleitoral. Perdeu-se tempo debatendo
propostas, situações que já há
planejamento para resolvê-las.
E infelizmente, não me foi dada a
oportunidade disso. Logo a importância de se trabalhar temas individuais com
mediador técnico para que essas questões. Convidar pessoas chaves que estejam
mais engajadas no dia a dia político, para que
num caso como este a militância, os simpatizantes não saiam por ai
falando sobre propostas ultrapassadas. E pessoas indecisas, mas conhecedoras do
processo não desanime pela falta de organização, e eficiência das reuniões.
Uma breve reflexão (pessoal) sobre assessoria
de comunicação
Eu não poderia deixar de fazer
essa breve reflexão, uma vez que os fatos citados nesse texto tem relação com a questão assessoria de comunicação
seja ela virtual impressa. Enfim assessoria de uma forma geral. Em uma campanha,
ou já quando eleito, quando se contrata uma assessoria de comunicação, deve-se
tomar cuidado para que este serviço não distancie quem será assessorado com a
própria imagem dele.
O Bruno Siqueira, enquanto
político e candidato, tem características marcantes que com esses dois contatos
de ontem e hoje distanciaram muito da imagem dele, da especificidade que ele
possui. E isso é complicado, para não dizer um tiro no pé, perigoso, pois quem
o assiste, o ouve tem uma percepção
dele, e depois lendo terá outra. Um público esclarecido consegue diferenciar,
mas uma grande massa não. O que se lê, o que se ouve, o que se vê será um único
candidato. E uma pessoa não se elege apenas com votos de pessoas esclarecidas,
técnicos e especialistas.
Não poderia deixar de comentar
que se a engenharia social descrita anteriormente se confirmar, a respectiva
empresa é a responsável pela assessoria de comunicação digital, virtual, ou o
que for, do Bruno Siqueira nessas eleições, é um caso mais preocupante ainda.
Pois em sua apresentação, no próprio site da empresa, tem lá “a empresa mais on
line na internet”, e demoraram quase 24 horas para me responder, considerando
que mandaram a primeira mensagem em horário comercial, e em tempos de eleição
não há como ter muitos sábados e domingos.
Lógico que não perdi a
oportunidade de dar uma mera fuçada no site da empresa. Como contratar uma
empresa que não tem em seu portfólio nada, absolutamente nada ligado à política
(partidária campanha política etc)? E sei lá viu, nos tempos de hoje pegar empresa
muito ligada à UFJF e Henrique Duque... Parece muito mais uma corrida pelos
passos do PT do que tudo. Espero estar enganada e a empresa ser idônea.
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